domingo, 15 de novembro de 2020

Celebrando a República

e estendendo a mão aos pobres

Neste ano, o marco das eleições municipais ganhou um sentido especial e uma motivação que nos torna mais responsáveis pelo voto a ser registrado na urna. Por um lado, a festa cívica da Declaração da República, que urge de cada cidadão uma conduta íntegra, altruísta e devotada ao bem comum, evitando qualquer resquício de patrimonialismo, peculato ou corrupção. Sim, o poder local é o espaço do aprendizado do controle social, da transparência e da cobrança aos candidatos.

Neste ano,  pandemia reduziu, em muito, as possibilidades de escolha, conhecimento e debate com os que disputam as eleições. As campanhas pelas redes sociais caíram, uma vez mais, no deboche, ataques pessoais e fake news, mostrando a falta de idéias e programas que respondam à realidade de nossa cidade. Por outro lado, verificamos muitas pessoas angustiadas com situações de desemprego, doença, separação e crise familiar para não falar da população de rua e mendigos, cada vez mais numerosos e sem perspectivas.

Este quadro exige um voto muito apurado e consciente, não dirigido a vantagens, simpatias, ou valores monetários obtidos em razão da venda do voto. Renunciar a interferir na escolha democrática de nossos representantes equivale a assumir voluntariamente a escravidão política. Pelo contrário, nosso voto deve estender a mão aos pobres, soerguendo-os como cidadãos, através de políticas públicas e no reconhecimento de sua dignidade fundamental e dos seus direitos sociais.

Claro que nosso voto não nos isenta das consequências da escolha, isto é, do acompanhamento e monitoramento devido ao candidato escolhido, lembrando, sempre, que voto não tem preço, mas, sim, compromisso. Uma cidade sustentável, protetiva da vida, justa, fraterna, só pode acontecer com a participação e inclusão de todos/as.

Depositaremos, na urna, nosso sonho e esperança do direito a ser e habitar numa cidade em que seja prazerosa, e alegre a convivência, hospitaleira e acolhedora, digna de ser a morada do Santíssimo Salvador nosso querido padroeiro. Deus seja louvado!

                                      Dom Roberto Francisco Ferreria PazBispo Diocesano de Campos ( RJ)

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