quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Papa Francisco aos Passionistas:

“ajudem os crucificados da história”

“Só os crucificados pelo amor, como o foi Jesus na Cruz, são capazes de ajudar os crucificados da história com palavras e ações eficazes”. Mensagem do Papa Francisco por ocasião do III Centenário da Fundação da Congregação da Paixão de Jesus Cristo (Passionistas).

Jane Nogara - Vatican News O Papa Francisco enviou uma mensagem por ocasião do III Centenário da Fundação da Congregação da Paixão de Jesus Cristo, os Passionistas. A mensagem foi endereçada ao Superior Geral o Reverendo Padre Joachim Rego e o Santo Padre inicia recordando que as celebrações jubilares “oferecem a oportunidade de unir-me espiritualmente com sua alegria pelo dom da vocação recebida para viver e proclamar a memória da Paixão de Cristo, tornando o Mistério Pascal o centro de sua vida”. Em seguida pondera que “para que o carisma dure é necessário fazê-lo aderir às novas exigências, mantendo vivo o poder criativo inicial” da Congregação.

Nova linguagem para anunciar o amor do Crucificado

“Este significativo jubileu – continua o Papa - representa uma oportunidade providencial para se lançar em novas metas apostólicas, sem ceder à tentação de ‘deixar as coisas como estão’.  O contato com a Palavra de Deus em oração e a leitura dos sinais dos tempos em eventos cotidianos, fará com que vocês possam perceber o sopro criativo do Espírito”. “Todos sabemos que vivemos hoje em um mundo onde nada é como era antes”, afirma o Papa exortando os Passionistas a “identificar novos estilos de vida e novas formas de linguagem para anunciar o amor do Crucificado, testemunhando assim o coração de sua identidade”.

Gratidão, profecia e esperança

Francisco recordou que as recentes reflexões capitulares da Congregação levaram a um compromisso para a “renovação da missão” focalizando “três percursos: a gratidão, a profecia e a esperança”.

Depois de recordar que a gratidão dos religiosos “é fruto da memoria passionais” e a profecia é “pensar e falar no Espírito” aprofunda o tema da esperança que é “ver na semente que morre a espiga que produz trinta, sessenta, cem por cento. Trata-se de perceber – continua o Papa - que em suas comunidades religiosas e paroquiais, cada vez menores, a ação generativa do Espírito continua, o que nos torna certos da misericórdia do Pai que não nos abandona”.

“A esperança é rejubilar pelo que existe, em vez de reclamar do que está faltando. Em qualquer caso, ‘não se deixem roubar a alegria da evangelização’”

"Desejo que os membros de seu Instituto possam se sentir "marcados pelo fogo" da missão enraizada na memoria passionis, como seu Fundador, São Paulo da Cruz, que define a Paixão de Jesus como "a maior e mais bela obra do amor de Deus".

Compromisso com os crucificados do nosso tempo

E convida os religiosos: “Não deixem de focalizar o compromisso de vocês com as necessidades da humanidade. Que este pedido missionário seja dirigido sobretudo para os crucificados do nosso tempo: os pobres, os fracos, os oprimidos e os rejeitados pelas muitas formas de injustiça. A implementação desta tarefa exigirá de sua parte um esforço sincero de renovação interior que vem da relação pessoal com o Crucificado Ressuscitado. Só os crucificados pelo amor, como o foi Jesus na Cruz, são capazes de ajudar os crucificados da história com palavras e ações eficazes”.

E Francisco explica:

“Não é possível convencer os outros do amor de Deus somente através de um anúncio verbal e informativo. Precisamos de gestos concretos que nos façam experimentar esse amor em nosso próprio amor que se doa, compartilhando situações crucificadas, mesmo gastando nossas vidas até o fim, deixando claro que entre o anúncio e sua aceitação na fé corre a ação do Espírito Santo”.

Por fim o Papa envia sua bênção:

“Confio vocês à Mãe do Crucificado-Ressuscitado, figura da Igreja, e invocando a intercessão do seu Fundador, São Paulo da Cruz, e dos Santos e Beatos Passionistas, concedo cordialmente a Bênção Apostólica a toda a família Passionista”.

...........................................................................................................................................................................

O convite do Papa para amar a Igreja

As palavras do Papa Francisco na Audiência Geral de 18 de novembro: "Exorto-vos a amar a Igreja do Senhor porque ela é a nossa casa".

Sergio Centofanti - “Exorto-vos a amar a Igreja do Senhor", este foi o convite do Papa Francisco no final da audiência geral da quarta-feira (18), dia da Dedicação da Basílica de São Pedro no Vaticano e da Basílica de São Paulo na Via Ostiense. “Esta festa que destaca o significado da igreja, edifício sagrado onde os fiéis se reúnem", disse o Papa, "eleva em todos nós a consciência de que cada um é chamado a ser um templo vivo de Deus", cooperando "com generosidade e entusiasmo" na "construção da Casa do Senhor, a morada do Altíssimo entre nós".

Amar a Igreja é uma característica dos que creem, dos que estão nela como uma família, a família de Deus. Em uma catequese de 29 de maio de 2013, Francisco lembrou que o desígnio de Deus "é fazer de todos nós uma única família de Seus filhos, na qual cada um o sinta próximo e amado por Ele". A Igreja “não é uma organização”, mas “é obra de Deus” que nasce da Cruz “do lado aberto de Jesus, de onde jorram sangue e água, símbolos dos Sacramentos da Eucaristia e do Batismo” e se manifesta no Pentecostes, quando “o dom do Espírito Santo enche o coração dos Apóstolos, impelindo-os a sair e a começar a percorrer o caminho para anunciar o Evangelho, para difundir o amor de Deus”.

Aos que dizem “Cristo sim, a Igreja não”, Francisco responde: “Mas é precisamente a Igreja que nos traz Cristo e que nos leva a Deus; a Igreja é a grande família dos filhos de Deus. Sem dúvida, ela também tem aspectos humanos; naqueles que a compõem, Pastores e fiéis, existem defeitos, imperfeições e pecados; até o Papa os tem, e tem tantos, mas é bom saber que quando nos damos conta que somos pecadores, encontramos a misericórdia de Deus, que perdoa sempre”.

“Precisamente porque nos gera para a vida nova e nos leva a Cristo – afirma o Papa - a Igreja é nossa mãe; por isso devemos amá-la, mesmo quando vislumbramos no seu rosto as rugas da fragilidade e do pecado, e devemos contribuir para a tornar cada vez mais bela e luminosa, para que possa ser um testemunho do amor de Deus no mundo” (Mensagem para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, 31 de janeiro de 2019).

O Papa nos convida a amar e defender a Igreja como amamos e defendemos nossas famílias, mesmo quando pais, irmãos, irmãs ou filhos têm defeitos e problemas e cometem erros. Como um exemplo de amor à Igreja, o Papa uma vez citou o Padre Pio:

“Ele amou a Igreja, com os numerosos problemas que a Igreja tem, com muitas adversidades, com tantos pecadores. Porque a Igreja é santa, é a esposa de Cristo, mas nós, os filhos da Igreja somos todos pecadores — e alguns grandes! — mas ele amou a Igreja tal como era, não a destruiu com a língua, como agora está na moda fazer. Não! Ele ama. Aquele que ama a Igreja sabe perdoar, porque sabe que ele próprio é pecador e necessita do perdão de Deus. Sabe consertar as coisas, porque o Senhor quer ajeitar bem as coisas, mas sempre com o perdão: não se pode viver uma vida inteira acusando, acusando, acusando a Igreja. De quem é o papel de acusador? Quem é aquele que a Bíblia chama o grande acusador? O diabo! E aqueles que passam a vida acusando, acusando, acusando, são — não diria filhos, porque o diabo não os tem — mas amigos, primos, parentes do diabo. Mas não, isto não está bem, os defeitos devem ser assinalados para serem corrigidos, mas no momento em que se indicam os defeitos, se denunciam os defeitos, ama-se a Igreja. Sem amor, isto é do diabo” (Discurso aos peregrinos da Arquidiocese de Benevento, 20 de fevereiro de 2019)

O diabo age para destruir a unidade de uma família. O Papa disse isso muitas vezes: satanás quer dividir os irmãos, que dividir a Igreja para a separar de Deus. E muitas vezes o maior perigo vem de dentro e não de fora: “A autodestruição ou o ‘fogo amigo’ é o perigo mais insidioso. É o mal que fere a partir de dentro” (Discurso à Cúria Romana, 22 de dezembro de 2014)

A guerra do diabo “é uma guerra suja” e nós “ingênuos fazemos o jogo dele” (Missa na Casa Santa Marta, 12 de setembro de 2016). “O diabo quer criar a guerra interna, uma espécie de guerra civil e espiritual. Uma guerra que não se faz com as armas que nós conhecemos: se faz com a língua” (Homilia para a Gendarmaria Vaticana, 28 de setembro de 2013). A esta guerra, guerra de acusações, de ódio e mentiras, afirma Francisco, só se pode responder com oração e amor: rezar pela Igreja e amá-la porque "Jesus Cristo e a Igreja são uma coisa só" (Audiência Geral de 29 de maio de 2013).

..............................................................................................................................................................
                                                                                                                        Fonte: vaticannews.va

Nenhum comentário:

Postar um comentário