símbolos nas mãos dos jovens portugueses
Após a entrega dos
símbolos da JMJ dos jovens panamenhos aos jovens portugueses, o Papa anunciou
que a partir do próximo ano, a celebração diocesana da JMJ no Domingo de Ramos
passa a ser celebrada no Domingo de Cristo Rei. "No centro permanece o Mistério
de Jesus Cristo Redentor do homem, como sempre destacou São João Paulo II,
iniciador e patrono da JMJ", disse Francisco.
Mariangela Jaguraba - Vatican News - No final da celebração eucarística na Basílica de São Pedro, presidida pelo Papa Francisco, na manhã deste domingo (22/11), Solenidade de Cristo Rei, houve a entrega dos símbolos da JMJ dos jovens panamenhos aos jovens portugueses.
O Pontífice saudou
todos as pessoas ali presentes e as que acompanharam a missa através dos meios
de comunicação social.
Dirijo uma
saudação particular a vocês jovens, panamenhos e portugueses, aqui
representados por duas delegações que, em breve, realizarão o gesto
significativo da passagem da Cruz e do Ícone de Maria Salus Populi Romani,
símbolos das Jornadas Mundiais da Juventude. É um passo importante na
peregrinação que nos levará a Lisboa, em 2023.
A seguir, o Papa
fez um anúncio importante relativo às Jornadas Mundiais da Juventude
diocesanas:
Enquanto nos
preparamos para a próxima edição intercontinental da JMJ, gostaria de relançar
também a sua celebração nas Igrejas locais. Passados trinta e cinco anos da
instituição da JMJ, depois de ter ouvido o parecer de várias pessoas e o
Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, que é competente no que se refere
à pastoral juvenil, decidi transferir, a partir do próximo ano, a celebração
diocesana da JMJ do Domingo de Ramos para o Domingo de Cristo Rei. No centro
permanece o Mistério de Jesus Cristo Redentor do homem, como sempre destacou
São João Paulo II, iniciador e patrono da JMJ.
Francisco convidou
os jovens a gritarem com suas vidas que Cristo vive e que Cristo reina, que
Cristo é o Senhor! “Se vocês se calarem, as pedras gritarão”, concluiu.
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Papa aos jovens:
tornamo-nos
aquilo que escolhemos, tanto no bem quanto no mal
Na homilia da
missa na Solenidade de Cristo Rei, celebrada na Basílica de São Pedro, na manhã
deste domingo, Francisco disse que não fomos feitos para sonhar os feriados ou
o fim de semana, mas para realizar os sonhos de Deus neste mundo, fazendo
grandes escolhas. "A beleza das escolhas depende do amor", disse o
Pontífice.
Mariangela Jaguraba - Vatican News - O Papa Francisco celebrou a missa na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, na Basílica de São Pedro, na manhã deste domingo (22/11), e de entrega dos símbolos da JMJ dos jovens do Panamá aos jovens de Portugal.
“A página que
acabamos de ouvir é a última do Evangelho de Mateus antes da Paixão: antes de
nos doar o seu amor na cruz, Jesus transmite-nos suas últimas vontades. Ele nos
diz que o bem que fizermos a um dos seus irmãos mais pequeninos, famintos,
sedentos, estrangeiros, necessitados, doentes e encarcerados, será feito a
Ele”, disse o Pontífice no início de sua homilia.
Segundo o Papa,
“deste modo o Senhor nos entrega a lista dos dons que deseja para as núpcias
eternas conosco no Céu. São as obras de misericórdia que tornam eterna a nossa
vida. Cada um de nós pode interrogar-se: coloco-as em prática? Ajudo alguém que
não me pode restituir? Sou amigo de uma pessoa pobre?”. “Eu estou ali”, diz
Jesus, nos pobres. Eu estou ali, diz Jesus também aos jovens que “procuram
realizar os sonhos da vida”.
Realizar os sonhos
de Deus neste mundo
Eu estou ali:
disse Jesus, séculos atrás, a um jovem soldado. Era um jovem de dezoito anos,
ainda não batizado, que cortou o seu manto e deu metade ao pobre, suportando a
zombaria de alguns ao redor. Esse jovem era são Martinho que, na noite
seguinte, teve um sonho e viu Jesus com a parte do manto que ele tinha
coberto o pobre. “São Martinho era um jovem que teve aquele sonho porque o
viveu, mesmo sem saber, como os justos do Evangelho de hoje”, sublinhou o Papa.
A seguir, Francisco disse:
Queridos jovens,
queridos irmãos e irmãs, não renunciemos aos grandes sonhos. Não nos
contentemos com o que é devido. O Senhor não quer que restrinjamos os
horizontes, não nos quer estacionados nas margens da vida, mas correndo para
metas elevadas, com júbilo e ousadia. Não fomos feitos para sonhar os feriados
ou o fim de semana, mas para realizar os sonhos de Deus neste mundo. Ele
tornou-nos capazes de sonhar, para abraçar a beleza da vida. E as obras de
misericórdia são as obras mais belas da vida. As obras de misericórdia vão
ao centro de nossos grandes sonhos. Se você tem sonhos de verdadeira glória,
não da glória passageira do mundo, mas da glória de Deus, esta é a estrada;
pois as obras de misericórdia dão mais glória a Deus do que qualquer outra
coisa. Ouçam bem isto: as obras de misericórdia dão glória a Deus mais do que
qualquer outra coisa. Seremos julgados no final, sobre as obras de
misericórdia.
Escolhas banais
levam a uma vida banal
“Mas, donde se
começa para realizar grandes sonhos?”, perguntou o Papa. “Das grandes
escolhas. Hoje, o Evangelho também nos fala disto. No momento do juízo final, o
Senhor se baseia nas nossas escolhas. Quase parece que não julga: separa as
ovelhas dos cabritos, mas ser bom ou mau depende de nós. Ele apenas tira as
consequências de nossas escolhas, as traz à luz e as respeita. Assim a vida é o
tempo das escolhas vigorosas, decisivas e eternas.”
Escolhas banais
levam a uma vida banal; escolhas grandes tornam a vida grande. De fato,
tornamo-nos aquilo que escolhemos, tanto no bem quanto no mal. Se escolhemos
roubar, tornamo-nos ladrões; se escolhemos pensar em nós mesmos, tornamo-nos
egoístas; se escolhemos odiar, tornamo-nos furiosos; se escolhemos passar horas
no celular, tornamo-nos dependentes. Mas, se escolhermos Deus, nos tornamos
mais amados a cada dia e, se optarmos por amar, nos tornamos felizes. É
assim, porque a beleza das escolhas depende do amor. Não se esqueçam disso.
Jesus sabe que, se vivermos fechados e na indiferença, ficamos paralisados;
mas, se nos dedicarmos aos outros, nos tornamos livres. O Senhor da vida nos
quer cheios de vida e nos dá o segredo da vida: só a possuímos doando-a.
“Mas existem
obstáculos que tornam as escolhas difíceis: com frequência, são o medo, a
insegurança, os porquês sem resposta”, disse ainda o Pontífice, ressaltando que
“o amor pede para ir além, não ficar agarrados aos porquês da vida,
esperando que chegue do Céu uma resposta. Isso não. O amor impele a passar
dos porquês ao para quem: do porque vivo, ao para quem vivo; do
porquê me acontece isto, ao para quem posso fazer o bem. Para quem? Não só para
mim; a vida já está cheia de escolhas que fazemos para nós mesmos: ter um
diploma, amigos, uma casa; satisfazer os próprios interesses e passatempos. De
fato, corremos o risco de passar anos a pensar em nós mesmos, sem começar a
amar”.
Escolher o que lhe
faz bem
Segundo Francisco,
“não existem apenas as dúvidas e os porquês a insidiar as grandes escolhas
generosas; existem muitos outros obstáculos”.
Existe a febre do
consumo, que narcotiza o coração com coisas supérfluas. Existe a obsessão pela
diversão, que parece o único caminho para fugir dos problemas, quando, ao
invés, é apenas um adiamento do problema. Existe a fixação nos próprios
direitos de reivindicar, esquecendo o dever de ajudar. E, depois, há a grande
ilusão do amor, que parece algo a ser vivido ao som de emoções, quando amar é
principalmente dom, escolha e sacrifício. Sobretudo hoje, escolher é não se
fazer domesticar pela homogeneização, é não se deixar anestesiar pelos
mecanismos de consumo, que desativam a originalidade, é saber renunciar às
aparências e à exibição. Escolher a vida é lutar contra a mentalidade do
usa-e-joga-fora e do tudo-e-imediatamente, para orientar a existência rumo à
meta do Céu, rumo aos sonhos de Deus. Escolher a vida é viver, e nós
nascemos para viver, não para sobreviver. Isto foi dito por um jovem como vocês
[o Beato Pier Giorgio Frassati]: “Eu quero viver, não sobreviver”.
“Todos os dias se
apresentam muitas opções no coração”, disse ainda o Papa, dando um último
conselho para se treinar a escolher bem.
Se olharmos dentro
de nós, veremos que muitas vezes surgem duas perguntas diferentes. A primeira:
o que me apetece fazer? É uma pergunta que engana frequentemente, porque
insinua que o importante é pensar em si mesmo e satisfazer todos os desejos e
impulsos que me vêm. Mas a pergunta que o Espírito Santo sugere ao coração é
outra: não aquilo que lhe apetece, mas aquilo que lhe faz bem. A escolha diária
situa-se aqui: escolher entre o que me apetece fazer e o que me faz bem. Desta
busca interior, podem nascer escolhas banais ou escolhas vitais, depende de
nós.
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Francisco no Angelus:
seremos julgados com base no amor
"No Evangelho
de hoje, Jesus se identifica não só com o rei-pastor, mas também com as ovelhas
perdidas, ou seja, com os irmãos pequeninos e necessitados. E assim ele indica
o critério do julgamento: será com base no amor concreto dado ou negado a estas
pessoas, porque Ele mesmo, o juiz, está presente em cada uma delas", disse
o Papa em sua alocução dominical.
Mariangela Jaguraba/Silvonei José - Vatican News - Hoje, celebramos a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, com a qual se encerra o ano litúrgico, a grande parábola em que se desdobra o mistério de Cristo. Ele é o Alfa e o Ômega, o início e a realização da história; e a liturgia de hoje se concentra sobre o "ômega", ou seja, na meta final.
Estas são as
palavras iniciais do Papa Francisco no Angelus deste domingo (22/11),
Solenidade de Cristo Rei.
Segundo o Papa, “o
significado da história pode ser compreendido mantendo diante dos nossos olhos
o seu ponto culminante: o fim é também a meta. E é isto que Mateus faz, no
Evangelho deste domingo, colocando o discurso de Jesus sobre o juízo universal
no epílogo da sua vida terrena: Ele, que os homens estão prestes a condenar, é
de fato o juiz supremo. Na sua morte e ressurreição, Jesus se mostrará o Senhor
da história, o Rei do universo, o Juiz de todos. Mas o paradoxo cristão é que o
Juiz não é um temível rei, mas um pastor cheio de mansidão e misericórdia”.
Nesta parábola do
juízo final, Jesus usa a imagem do pastor, recordando as profecias de Ezequiel,
que falou da intervenção de Deus em favor do povo, contra os pastores maus de
Israel. Estes tinham sido cruéis e exploradores, preferindo pastorear a si
próprios em vez de pastorear o rebanho. Por isso, o próprio Deus promete cuidar
pessoalmente do seu rebanho, defendendo-o das injustiças e dos abusos. Esta
promessa de Deus ao seu povo foi plenamente cumprida em Jesus Cristo, que diz
de si mesmo: "Eu sou o bom pastor".
No Evangelho de
hoje, Jesus se identifica não só com o rei-pastor, mas também com as ovelhas
perdidas. Poderíamos falar de uma "dupla identidade": o rei-pastor,
Jesus, também se identifica com as ovelhas, ou seja, com os irmãos pequeninos e
necessitados. E assim ele indica o critério do julgamento: será com base no
amor concreto dado ou negado a estas pessoas, porque Ele mesmo, o juiz, está presente
em cada uma delas. Ele é juiz, Ele é Deus-homem, mas Ele também é o pobre, Ele
está escondido, Ele está presente na pessoa dos pobres que Ele menciona. Jesus
diz: “Em verdade eu lhes digo: tudo o que vocês fizeram ou não fizeram a um
desses meus irmãos pequeninos, foi a mim que fizeram ou não fizeram.” Seremos
julgados com base no amor. O julgamento será sobre o amor. Não sobre os
sentimentos, não: seremos julgados sobre as obras, sobre a compaixão que se
torna proximidade e ajuda atenciosa.
“Aproximo-me de
Jesus presente na pessoa dos doentes, dos pobres, dos que sofrem, dos
encarcerados, dos que têm fome e sede de justiça? Eu me aproximo de Jesus ali
presente? Essa é a pergunta de hoje”, disse o Papa.
“O Senhor, no
final do mundo, irá avaliar o seu rebanho, e o fará não só do lado do pastor,
mas também do lado das ovelhas, com as quais Ele se identificou. Ele nos
perguntará:
Você foi um pouco
pastor como eu? Você foi meu pastor quando eu estava presente nessas pessoas
necessitadas, ou você foi indiferente?" Irmãos e irmãs, tenhamos cuidado
com a lógica da indiferença, com o que nos vem logo à mente: olhar para outro
lado quando vemos um problema. Recordemos a parábola do Bom Samaritano. Aquele
pobre homem, ferido por bandidos, atirado ao chão, entre a vida e a morte,
estava ali sozinho. Um sacerdote passou, viu, e foi embora, olhou para o outro
lado. Um levita passou, viu e olhou para o lado. Eu, diante de meus irmãos e
irmãs necessitados, sou indiferente como este sacerdote, como este levita, e olho
para o outro lado? Serei julgado sobre isto: sobre como me aproximei, como
olhei para Jesus presente nos necessitados. Esta é a lógica, e não sou eu quem
digo, Jesus o diz: “O que vocês fizerem a este ou aquele, vocês fizeram a mim”.
E o que vocês não fizeram a este ou aquele, não fizeram a mim, porque eu estava
ali”. Que Jesus nos ensine esta lógica, esta lógica da proximidade, de nos
aproximarmos dele, com amor, na pessoa dos que que sofrem.
Francisco
concluiu, pedindo “à Virgem Maria que nos ensine a reinar no servir. Nossa
Senhora, elevada ao Céu, recebeu do seu Filho a coroa da realeza, porque o
seguiu fielmente no caminho do Amor. Aprendamos com ela a entrar desde agora no
Reino de Deus, através da porta do serviço humilde e generoso”.
Após a oração mariana
do Angelus, o Papa Francisco saudou recordou as populações da Campania e
Basilicata, “quarenta anos após o desastroso terremoto, que teve seu epicentro
em Irpinia e semeou morte e destruição. Já se passaram quarenta anos! Esse
acontecimento dramático, cujas feridas também materiais, ainda não foram
curadas completamente, evidenciou a generosidade e a solidariedade dos
italianos”.
Francisco
concluiu, saudando de modo especial as famílias que estão em dificuldade neste
momento, “porque não têm trabalho, perderam seus empregos” e às vezes, por
causa da vergonha, “não dizem isso a ninguém”.
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