quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Papa Francisco em mensagem nesta quinta-feira:

Educação,

abrir-se ao grito que vem de cada ser humano e da Criação

Francisco agradece e saúda os responsáveis dos diversos Institutos de Vida Consagrada que participam e tornaram possível o encontro sobre o desafio de reconstrução do Pacto Educativo Global que se realiza on-line a partir desta quinta-feira (12/11).

Mariangela Jaguraba - Vatican News O Papa Francisco enviou uma mensagem ao prepósito-geral da Ordem dos Clérigos Regulares Pobres da Mãe de Deus das Escolas Pias, mais conhecida como Escolápios, pe. Pedro Aguado Cuesta, por ocasião do encontro, promovido pela ordem, sobre o desafio de reconstrução do Pacto Educativo Global que se realiza on-line, por causa da pandemia de coronavírus, a partir desta quinta-feira (12/11) e prossegue até sábado 14. Francisco agradece e saúda os responsáveis dos diversos Institutos de Vida Consagrada que participam e tornaram possível este evento.

“A Vida Consagrada sempre esteve na vanguarda da tarefa educacional”, ressalta o Papa, citando como exemplo o fundador dos Escolápios, São José de Calasanz, que construiu a primeira escola para crianças, mas também os religiosos que o educaram e muito antes os mosteiros medievais que preservaram e difundiram a cultura clássica”. Segundo Francisco, “desta raiz forte surgiram carismas diferentes em todas as épocas da história que, por dom de Deus, souberam adaptar-se às necessidades e desafios de cada tempo e lugar. Hoje, a Igreja os chama a renovar este propósito a partir de sua própria identidade, e eu lhes agradeço por ter assumido este testemunho com tanta determinação e entusiasmo”.

Focalizar

A seguir, o Papa sintetiza em três linhas de ação concretas os sete compromissos essenciais do Pacto Educativo Global que está sendo promovido: focalizar, acolher e envolver.

“Focalizar no que é importante é colocar a pessoa no centro”, ressalta o Pontífice, “no seu valor, na sua dignidade, fazer sobressair a sua especificidade, a sua beleza, a sua singularidade e, ao mesmo tempo, a sua capacidade de se relacionar com os outros e com a realidade que a rodeia. Valorizar a pessoa faz da educação um meio para que as nossas crianças e jovens cresçam e amadureçam, adquirindo as habilidades e os recursos necessários para construirmos juntos um futuro de justiça e paz. Trabalhamos para as pessoas, são elas que formam as sociedades e estruturam uma única humanidade, chamada por Deus a ser o seu Povo eleito”.

Acolher

Segundo o Papa, para conseguir isso, é necessário o acolhimento, que “significa ouvir o outro, os destinatários de nosso serviço, as crianças e os jovens. Isso implica que pais, alunos e autoridades, os principais agentes da educação, escutem outros tipos de sons, que não são simplesmente os do nosso círculo educacional. Isso os impedirá de se fecharem em sua própria autorreferencialidade e os fará abrir-se ao grito que vem de cada ser humano e da Criação. Precisamos incentivar as nossas crianças e jovens a aprenderem a se relacionar, a trabalhar em grupo, a ter uma atitude empática que rejeita a cultura do descarte. Da mesma forma, é importante que aprendam a salvaguardar a nossa Casa comum, protegendo-a da exploração de seus recursos, adotando estilos de vida mais sóbrios e procurando fazer pleno uso de energias renováveis que respeitem o ambiente humano e natural, respeitando os princípios de subsidiariedade e solidariedade e a economia circular”.

Envolver

“A última linha de ação é decisiva: envolver”, ressalta o Papa. “A atitude de escuta, definida em todos esses compromissos, não pode ser entendida como mero ouvir e esquecer, mas tem que ser uma plataforma que permita a todos de se comprometerem ativamente neste trabalho educacional, cada um a partir de sua especificidade e responsabilidade. Envolver-se e engajar-se significa trabalhar para dar às crianças e jovens a possibilidade de ver este mundo que deixamos como um legado com um olhar crítico, capaz de entender os problemas nas áreas da economia, da política, crescimento e progresso, e propor soluções que estejam a serviço do ser humano e de toda a família humana, na perspectiva de uma ecologia integral”.

Francisco conclui a mensagem, afirmando que acompanha com suas “orações os esforços de todos os Institutos representados neste evento, e de todos os consagrados e leigos que trabalham no campo da educação, pedindo ao Senhor que a Vida Consagrada seja também parte essencial do Pacto Educativo Global neste momento histórico”.

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Papa abençoa

a imagem de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa

O Papa Francisco abençoou no Vaticano a imagem de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, por iniciativa dos filhos espirituais de São Vicente de Paulo há 190 anos das aparições a Santa Catarina Labouré. Entrevista com o coordenador da iniciativa “Maria peregrina” padre Valerio Di Trapani.

Fabio Colagrande – Vatican NewsHá 190 anos das aparições de Maria a Santa Catarina Labouré, por iniciativa dos filhos espirituais de São Vicente de Paulo, a imagem de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa começará em 1º de dezembro próximo, uma peregrinação entre as regiões italianas, hoje particularmente marcadas pelo sofrimento causado pela pandemia. O início simbólico deste caminho de fé foi a bênção do Papa Francisco no Vaticano na manhã de quarta-feira (11/11) da Sagrada imagem de Nossa Senhora Imaculada da Medalha Milagrosa, na presença do Superior Geral da Congregação para a Missão, Padre Tomaz Mavrič.

Padre Valerio Di Trapani, Superior do Colégio Apostólico Leoniano de Roma e assistente nacional dos Grupos de Voluntários Vicentinos, e coordenador da iniciativa "Maria Peregrina" explica o significado do gesto de Francisco:

Entrevista

Padre Valerio Di Trapani: Para nós, a bênção de Francisco é uma verdadeira partida para esta missão, que durará pelo menos um ano, que conduzirá a imagem de "Maria Peregrina" a comunidades e paróquias de toda a Itália que desejarão acolhê-la. É uma missão com a qual Maria continua seu caminho que começou com as aparições de 1830. Desde então a Virgem visita seu povo, os abençoa e nos lembra que ela estará sempre conosco. Há 190 anos Nossa Senhora disse isso a Santa Catarina Labouré e nós acreditamos que ela continue a dizer até hoje. Entre outras coisas, na época dessas aparições, na primeira metade do século XIX, a França estava vivendo uma época particular, caracterizada por uma segunda revolução e lutas fratricidas. Maria interveio nessa história dizendo: "Estou vos amo, amo-vos e se vierdes até mim, encontrareis consolo". Então foi a Mãe de Deus que veio até nós para nos ajudar e hoje a Mãe Peregrina continua esta ação para ajudar o seu povo. Parece-me significativo e consolador neste tempo de pandemia que Maria, Mãe da Igreja, e com ela podemos dizer toda a Igreja, não se afaste de seu povo, mas permaneça perto dos que estão em sofrimento. Na mensagem de Nossa Senhora a Santa Catarina, há 190 anos, havia palavras de encorajamento: "Estarei sempre com vocês, tenham confiança, não se desencorajem". Como vicentinos, vocês sentem a vocação de levar esta mensagem a todos?

Padre Valerio Di Trapani: Exatamente! Sentimos que Maria repete esta mensagem para nós e sentimos que devemos dirigi-la a todos. São Vicente de Paulo disse que nossa vocação era inflamar os corações dos homens, carregar aquela chama de amor que Deus já derramou em nossos corações... Creio que quando Maria escolheu há dois séculos uma Filha da Caridade, portanto uma religiosa vicentina, ela quis escolher entre aqueles que em sua missão trazem consolo, ajuda, apoio, conforto para os pobres. Em certo sentido para nós estas palavras de Maria são um novo chamado para proclamar o Evangelho aos pobres e - neste momento - proclamar o Evangelho às pessoas que vivem em desolação também por causa do que está acontecendo. Mas além da pandemia, queremos recordar que Deus está sempre conosco, Maria está sempre conosco. Queremos repetir isto a cada pessoa: em primeiro lugar, aos últimos, aos mais pobres, aos mais abandonados, àqueles que são os mais provados nesta época de crescente pobreza.

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