Educação,
abrir-se ao grito que vem de cada ser humano e da Criação
Francisco
agradece e saúda os responsáveis dos diversos Institutos de Vida Consagrada que
participam e tornaram possível o encontro sobre o desafio de reconstrução do
Pacto Educativo Global que se realiza on-line a partir desta quinta-feira
(12/11).
Mariangela Jaguraba - Vatican News - O Papa Francisco enviou uma mensagem ao prepósito-geral da Ordem dos Clérigos Regulares Pobres da Mãe de Deus das Escolas Pias, mais conhecida como Escolápios, pe. Pedro Aguado Cuesta, por ocasião do encontro, promovido pela ordem, sobre o desafio de reconstrução do Pacto Educativo Global que se realiza on-line, por causa da pandemia de coronavírus, a partir desta quinta-feira (12/11) e prossegue até sábado 14. Francisco agradece e saúda os responsáveis dos diversos Institutos de Vida Consagrada que participam e tornaram possível este evento.
“A Vida
Consagrada sempre esteve na vanguarda da tarefa educacional”, ressalta o Papa,
citando como exemplo o fundador dos Escolápios, São José de Calasanz, que
construiu a primeira escola para crianças, mas também os religiosos que o
educaram e muito antes os mosteiros medievais que preservaram e difundiram a
cultura clássica”. Segundo Francisco, “desta raiz forte surgiram carismas
diferentes em todas as épocas da história que, por dom de Deus, souberam
adaptar-se às necessidades e desafios de cada tempo e lugar. Hoje, a Igreja os
chama a renovar este propósito a partir de sua própria identidade, e eu lhes
agradeço por ter assumido este testemunho com tanta determinação e entusiasmo”.
Focalizar
A seguir, o Papa
sintetiza em três linhas de ação concretas os sete compromissos essenciais do
Pacto Educativo Global que está sendo promovido: focalizar, acolher e envolver.
“Focalizar no
que é importante é colocar a pessoa no centro”, ressalta o Pontífice, “no seu
valor, na sua dignidade, fazer sobressair a sua especificidade, a sua beleza, a
sua singularidade e, ao mesmo tempo, a sua capacidade de se relacionar com os
outros e com a realidade que a rodeia. Valorizar a pessoa faz da educação um
meio para que as nossas crianças e jovens cresçam e amadureçam, adquirindo as
habilidades e os recursos necessários para construirmos juntos um futuro de
justiça e paz. Trabalhamos para as pessoas, são elas que formam as sociedades e
estruturam uma única humanidade, chamada por Deus a ser o seu Povo eleito”.
Acolher
Segundo o Papa,
para conseguir isso, é necessário o acolhimento, que “significa ouvir o outro,
os destinatários de nosso serviço, as crianças e os jovens. Isso implica que
pais, alunos e autoridades, os principais agentes da educação, escutem outros
tipos de sons, que não são simplesmente os do nosso círculo educacional. Isso
os impedirá de se fecharem em sua própria autorreferencialidade e os fará
abrir-se ao grito que vem de cada ser humano e da Criação. Precisamos
incentivar as nossas crianças e jovens a aprenderem a se relacionar, a
trabalhar em grupo, a ter uma atitude empática que rejeita a cultura do
descarte. Da mesma forma, é importante que aprendam a salvaguardar a nossa Casa
comum, protegendo-a da exploração de seus recursos, adotando estilos de vida
mais sóbrios e procurando fazer pleno uso de energias renováveis que respeitem
o ambiente humano e natural, respeitando os princípios de subsidiariedade e
solidariedade e a economia circular”.
Envolver
“A última linha
de ação é decisiva: envolver”, ressalta o Papa. “A atitude de escuta, definida
em todos esses compromissos, não pode ser entendida como mero ouvir e esquecer,
mas tem que ser uma plataforma que permita a todos de se comprometerem
ativamente neste trabalho educacional, cada um a partir de sua especificidade e
responsabilidade. Envolver-se e engajar-se significa trabalhar para dar às
crianças e jovens a possibilidade de ver este mundo que deixamos como um legado
com um olhar crítico, capaz de entender os problemas nas áreas da economia, da
política, crescimento e progresso, e propor soluções que estejam a serviço do
ser humano e de toda a família humana, na perspectiva de uma ecologia
integral”.
Francisco
conclui a mensagem, afirmando que acompanha com suas “orações os esforços de
todos os Institutos representados neste evento, e de todos os consagrados e
leigos que trabalham no campo da educação, pedindo ao Senhor que a Vida
Consagrada seja também parte essencial do Pacto Educativo Global neste momento
histórico”.
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Papa abençoa
a
imagem de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa
O Papa Francisco
abençoou no Vaticano a imagem de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, por
iniciativa dos filhos espirituais de São Vicente de Paulo há 190 anos das
aparições a Santa Catarina Labouré. Entrevista com o coordenador da iniciativa
“Maria peregrina” padre Valerio Di Trapani.
Fabio Colagrande – Vatican News - Há 190 anos das aparições de Maria a Santa Catarina Labouré, por iniciativa dos filhos espirituais de São Vicente de Paulo, a imagem de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa começará em 1º de dezembro próximo, uma peregrinação entre as regiões italianas, hoje particularmente marcadas pelo sofrimento causado pela pandemia. O início simbólico deste caminho de fé foi a bênção do Papa Francisco no Vaticano na manhã de quarta-feira (11/11) da Sagrada imagem de Nossa Senhora Imaculada da Medalha Milagrosa, na presença do Superior Geral da Congregação para a Missão, Padre Tomaz Mavrič.
Padre Valerio Di
Trapani, Superior do Colégio Apostólico Leoniano de Roma e assistente nacional
dos Grupos de Voluntários Vicentinos, e coordenador da iniciativa "Maria
Peregrina" explica o significado do gesto de Francisco:
Entrevista
Padre Valerio Di Trapani: Para nós, a bênção de Francisco é uma verdadeira partida para esta missão, que durará pelo menos um ano, que conduzirá a imagem de "Maria Peregrina" a comunidades e paróquias de toda a Itália que desejarão acolhê-la. É uma missão com a qual Maria continua seu caminho que começou com as aparições de 1830. Desde então a Virgem visita seu povo, os abençoa e nos lembra que ela estará sempre conosco. Há 190 anos Nossa Senhora disse isso a Santa Catarina Labouré e nós acreditamos que ela continue a dizer até hoje. Entre outras coisas, na época dessas aparições, na primeira metade do século XIX, a França estava vivendo uma época particular, caracterizada por uma segunda revolução e lutas fratricidas. Maria interveio nessa história dizendo: "Estou vos amo, amo-vos e se vierdes até mim, encontrareis consolo". Então foi a Mãe de Deus que veio até nós para nos ajudar e hoje a Mãe Peregrina continua esta ação para ajudar o seu povo. Parece-me significativo e consolador neste tempo de pandemia que Maria, Mãe da Igreja, e com ela podemos dizer toda a Igreja, não se afaste de seu povo, mas permaneça perto dos que estão em sofrimento. Na mensagem de Nossa Senhora a Santa Catarina, há 190 anos, havia palavras de encorajamento: "Estarei sempre com vocês, tenham confiança, não se desencorajem". Como vicentinos, vocês sentem a vocação de levar esta mensagem a todos?
Padre Valerio Di
Trapani: Exatamente! Sentimos que Maria repete esta mensagem para nós e
sentimos que devemos dirigi-la a todos. São Vicente de Paulo disse que nossa
vocação era inflamar os corações dos homens, carregar aquela chama de amor que
Deus já derramou em nossos corações... Creio que quando Maria escolheu há dois
séculos uma Filha da Caridade, portanto uma religiosa vicentina, ela quis escolher
entre aqueles que em sua missão trazem consolo, ajuda, apoio, conforto para os
pobres. Em certo sentido para nós estas palavras de Maria são um novo chamado
para proclamar o Evangelho aos pobres e - neste momento - proclamar o Evangelho
às pessoas que vivem em desolação também por causa do que está acontecendo. Mas
além da pandemia, queremos recordar que Deus está sempre conosco, Maria está
sempre conosco. Queremos repetir isto a cada pessoa: em primeiro lugar, aos
últimos, aos mais pobres, aos mais abandonados, àqueles que são os mais
provados nesta época de crescente pobreza.
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