segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Comemoração

de Todos os Fiéis Defuntos

A morte é um mistério profundo ao homem, afinal todos nós somos iguais perante a morte, é um futuro certo que todos irão passar, alguns experimentarão após uma longínqua vida, outros de maneira precoce. Todos estamos fadados, porém para o cristão a morte não é o fim.



“Eu mesmo O verei, meus olhos O contemplarão, e não os olhos de outros.” (Jó 19,27)

Celebramos na Liturgia de hoje, a Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos. Tal celebração nos coloca diante do mistério da morte, onde a Igreja nos convida a rezar e a oferecer orações aos fiéis defuntos do Purgatório. Mas, também, é uma reflexão das três dimensões que vivenciamos: “Memória que vemos à nossa frente [os irmãos falecidos], a esperança que celebramos agora na fé, e as luzes para nos guiar no caminho que são as Bem-aventuranças[Evangelho da Solenidade de Todos os Santos].” (Papa Francisco – 2018).

A morte é um mistério profundo ao homem, afinal todos nós somos iguais perante a morte, é um futuro certo que todos irão passar, alguns experimentarão após uma longínqua vida, outros de maneira precoce. Todos estamos fadados, porém para o cristão a morte não é o fim, o ponto final, mas sim “a morte do cristão segue as pegadas da morte de Cristo: um cálice amargo, porque fruto do pecado, a beber até o fim, porque é a vontade do Pai, que nos espera de braços abertos do outro lado do limiar; morte que é uma vitória com aparência de derrota; morte que é essencialmente não-morte: vida, glória e ressurreição” (cf. Missal Dominical – Missal da Assembleia Cristã).

E é através da fé que confiamos que o “doce, cálido beijo da morte” é que nos permitirá em testemunhar as palavras de Jó: “Eu sei que o meu redentor está vivo e que, por último, se levantará sobre o pó; e depois que tiverem destruído esta minha pele, na minha carne, verei a Deus. Eu mesmo o verei, meus olhos o contemplarão, e não os olhos de outros” (cf. Jó 19,25-27). Ora, a nossa alma suspira este encontro definitivo à contemplação da face de Deus, tendo fim a todas as tristezas, saciada todas as sedes e as lágrimas serão todas enxugadas, afinal, “felicidade e todo bem hão de seguir-me, por toda a minha vida; e, na casa do Senhor, habitarei pelos tempos infinitos” (cf. Sl 22(23),6).

Ter fé e acreditar em tudo isto, após todas as tribulações, se resume a um homem que nos mostrou o caminho e confiar em Deus: Jesus Cristo. Sua Paixão, Morte e Ressurreição se resume a um plano maior de salvação a todos àqueles que aspiram para o encontro do amor pleno e na alegria infinita. “Na realidade, Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram. Com efeito, por um homem veio a morte e é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos. Como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão” (cf. 1Cor 15,20-22) [...] tudo isto, “para que Deus seja tudo em todos” (cf. 1Cor 15,28c).

E tudo isto irá se cumprir. Contudo, não sabemos o momento exato em que iremos partir desta vida, por isto, Cristo nos exorta em estarmos preparados, “porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos o esperardes" (cf. Lc 12,40b). “A morte vos espera em toda à parte; se fordes prudentes, esperai vós por ela em todo o lugar” (São Bernardo).

Celebrar a Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, é vivenciar esta dualidade: rezar e orar por aqueles que já partiram desta vida e estão em estado de Purgatório, a fim de purificar-se completamente para o encontro definitivo com Deus; e nós que estamos neste mundo para que, através do testemunho do nosso Batismo, vivenciemos todos os dias de nossa vida a aspiração da plenitude da alegria eterna!

Saudações em Cristo!

                                           Dom Eurico dos Santos Veloso - Arcebispo Emérito de Juiz de Fora - MG

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Papa Francisco:

Rezamos pelos mortos,

especialmente pelas vítimas do coronavírus

Em um tuíter Francisco dirige um pensamento àqueles que morreram sozinhos durante a pandemia e àqueles que perderam as suas vidas para curá-los. À tarde, o Pontífice preside à Missa na igreja do Campo Santo Teutônico no Vaticano, a seguir a visita às Grutas Vaticanas.

Debora Donnini – Vatican News O convite para rezar pelos fiéis falecidos foi dirigido esta manhã pelo Papa Francisco num tuíter com uma referência especial ao contexto em que o mundo está vivendo, marcado pela pandemia.

“Hoje rezamos por todos os #FiéisDefuntos e especialmente pelas vítimas do #coronavírus: por aqueles que morreram sozinhos, sem o carinho de seus entes queridos; e por todas as pessoas que deram a vida a serviço dos enfermos”.

Missa no Campo Santo Teutônico

Por ocasião da comemoração de hoje dos fiéis defuntos, à tarde o Papa não se afastará muito da Casa Santa Marta para celebrar a Missa às 16 horas (hora local) de forma estritamente privada, sem a presença dos fiéis, na igreja do Pontifício Colégio Teutônico de Santa Maria em Camposanto. No final, irá se deter em oração no cemitério, depois descerá às Grutas Vaticanas para prestar homenagem aos Pontífices falecidos.

Anos anteriores

Nos anos anteriores em 2 de novembro, Francisco tinha ido a vários cemitérios: no ano passado às Catacumbas de Priscilla, na Via Salaria. Em 2018 no Cemitério da Laurentina, nos subúrbios do extremo sul de Roma, para celebrar a Missa em sufrágio dos mortos com uma comovente parada diante dos túmulos das crianças, daquelas que morreram prematuramente devido a doença ou acidente e daquelas que nunca nasceram, sepultadas no chamado "Jardim dos Anjos".

Em 2017 foi a vez do Cemitério americano de Netuno, onde os soldados estadunidenses que morreram na Itália durante a Segunda Guerra Mundial estão enterrados, renovando nessa ocasião o apelo de Bento XV: "Nunca mais a guerra". Mais tarde recolheu-se em oração no santuário das Fossas Ardeatinas. Em 2016 presidiu à Celebração Eucarística no Cemitério de Prima Porta, enquanto nos três anos anteriores - 2015, 2014 e 2013 - não no dia 2 de novembro mas no dia 1º de novembro, na Solenidade de Todos os Santos, foi ao monumental cemitério de Verano de Roma. 

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                                                                                                                        Fonte: vaticannews.va

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