sexta-feira, 13 de novembro de 2020

33º Domingo do Tempo Comum:

 Leituras e reflexão

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1ª Leitura: Pr 31,10-13.19-20.30-31

Leitura do Livro dos Provérbios: 

Uma mulher forte, quem a encontrará? Ela vale muito mais do que as joias. Seu marido confia nela plenamente, e não terá falta de recursos. Ela lhe dá só alegria e nenhum desgosto, todos os dias de sua vida. Procura lã e linho, e com habilidade trabalham as suas mãos.

Estende a mão para a roca, e seus dedos seguram o fuso. Abre suas mãos ao necessitado e estende suas mãos ao pobre.

O encanto é enganador e a beleza é passageira; a mulher que teme ao Senhor, essa sim, merece louvor. Proclamem o êxito de suas mãos, e na praça louvem-na as suas obras!

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 Salmo: 127
Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos!

- Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos!

- Feliz és tu, se temes o Senhor/ e trilhas seus caminhos!/ Do trabalho de tuas mãos hás de viver,/ serás feliz, tudo irá bem!

- A tua esposa é uma videira bem fecunda/ no coração da tua casa;/ os teus filhos são rebentos de oliveira/ ao redor de tua mesa.

- Será assim abençoado todo homem/ que teme o Senhor./ O Senhor te abençoe de Sião,/ cada dia de tua vida.

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2ª Leitura: 1Ts 5,1-6

Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses:

Quanto ao tempo e à hora, meus irmãos, não há por que vos escrever. Vós mesmos sabeis perfeitamente que o dia do Senhor virá como ladrão, de noite. Quando as pessoas disserem: “Paz e segurança!”, então de repente sobrevirá a destruição, como as dores de parto sobre a mulher grávida. E não poderão escapar. Mas vós, meus irmãos, não estais nas trevas, de modo que esse dia vos surpreenda como um ladrão. Todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite, nem das trevas. Portanto, não durmamos, como os outros, mas sejamos vigilantes e sóbrios. 

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Evangelho:  Mt 25,14-30
Leitura do Evangelho de São Mateus:

Naquele tempo, Jesus contou esta parábola a seus discípulos: “Um homem ia viajar para o estrangeiro. Chamou seus empregados e lhes entregou seus bens. A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade. Em seguida viajou.

O empregado que havia recebido cinco talentos saiu logo, trabalhou com eles e lucrou outros cinco. Do mesmo modo, o que havia recebido dois lucrou outros dois. Mas aquele que havia recebido um só, saiu, cavou um buraco na terra e escondeu o dinheiro do seu patrão. Depois de muito tempo, o patrão voltou e foi acertar contas com os empregados. O empregado que havia recebido cinco talentos entregou-lhe mais cinco, dizendo: ‘Senhor, tu me entregaste cinco talentos. Aqui estão mais cinco que lucrei’. O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’

Chegou também o que havia recebido dois talentos, e disse: ‘Senhor, tu me entregaste dois talentos. Aqui estão mais dois que lucrei’. O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’

Por fim, chegou aquele que havia recebido um talento, e disse: ‘Senhor, sei que és um homem severo, pois colhes onde não plantaste e ceifas onde não semeaste. Por isso, fiquei com medo e escondi o teu talento no chão. Aqui tens o que te pertence’.

O patrão lhe respondeu: ‘Servo mau e preguiçoso! Tu sabias que eu colho onde não plantei e ceifo onde não semeei? Então, devias ter depositado meu dinheiro no banco, para que, ao voltar, eu recebesse com juros o que me pertence’. Em seguida, o patrão ordenou: ‘Tirai dele o talento e dai-o àquele que tem dez! Porque a todo aquele que tem será dado mais, e terá em abundância, mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. Quanto a este servo inútil, jogai-o lá fora, na escuridão. Aí haverá choro e ranger de dentes!’”


Reflexões do exegeta Frei Ludovico Garmus

Oração: “Senhor nosso Deus, fazei que nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa, servindo a vós, o criador de todas as coisas”.

1. Primeira leitura: Pr 31,10-13.19-20.30-31

Com habilidade trabalham as suas mãos.

O livro dos Provérbios, em vários capítulos, simboliza a Sabedoria na figura da mulher. No último capítulo louva a mulher real, que teme a Deus. A leitura de hoje, extrai 7 dos 22 versos que compõe o poema, suficientes para exaltar a mulher que faz valer seus talentos. O poema exalta não tanto a beleza física da mulher, e sim, os talentos e a habilidade de suas mãos operosas. Ela compra a lã e o linho e o trabalha com a destreza de suas mãos. Como a tecelã, estende a mão para a roca e com os dedos segura o fuso. Com o trabalho de suas mãos veste a si mesma, veste o marido, os filhos e empregados, e pode estender as mesmas mãos para os necessitados e pobres. Tal mulher é mais preciosa do que todas as joias. Em sua feminilidade ela realiza-se como mulher, como esposa e como mãe porque gera a vida, alimentando e protegendo-a “como quem serve”, para a felicidade de toda a família (cf. Lc 22,27). O poema conclui-se dizendo que a beleza e a formosura da mulher são passageiras. Mas a mulher que teme a Deus, pelo amor-cuidado que manifesta em sua vida, merece ser louvada porque encarna o amor, a generosidade e a providência divina. A mulher sábia é como uma artesã que “sustenta a criação deste mundo”, como diz o Eclesiástico (38,34a).

Salmo responsorial: Sl 127

Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos!

2. Segunda leitura: 1Ts 5,1-6

Que esse dia não vos surpreenda como um ladrão.

O trecho hoje lido continua as considerações de Paulo aos cristãos de Tessalônica sobre a ressurreição dos mortos e a segunda vinda do Senhor (2ª leitura do 32º Domingo). De início, o Apóstolo declara não poder acrescentar nada ao que Jesus já havia dito: “Quanto a esse dia e essa hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai” (cf. Mt 24,36). Quando tudo parece estar em “paz e segurança”, o dia do Senhor virá, de repente, como um ladrão de noite. O que fazer, então, como se comportar? Na admoestação final aos cristãos (v. 4-6) Paulo espera estar entre os vivos quando acontecer a vinda do Senhor (cf. 1Ts 4,13-18). Continuemos vigilantes e sóbrios – diz Paulo – para não sermos surpreendidos por esse dia. Iluminados por Cristo, somos filhos da Luz e não das trevas. Em outras palavras, os cristãos são convidados a viver na tensão escatológica da vinda do Senhor, mantendo sempre viva a fé e a esperança.

Aclamação ao Evangelho

Ficai em mim, e eu em vós hei de ficar, diz o Senhor;

            quem em mim permanece, esse dá muito fruto.

3. Evangelho: Mt 25,14-30

Como foste fiel na administração de tão pouco,

vem participar de minha alegria.

A parábola dos talentos é a continuidade da parábola das dez virgens (32º domingo). Tanto a parábola das dez jovens como a parábola dos talentos estão relacionadas com a segunda vinda do Senhor. Havia, sobretudo na Galileia, pessoas ricas que eram donos de pequenos latifúndios. O patrão tinha empregados para cuidar das plantações de trigo ou cevada, oliveira e vinhedos. Segundo a parábola, o patrão viajou para o estrangeiro, talvez para Roma. Antes de se ausentar, chamou seus empregados para lhes confiar a administração das riquezas que havia acumulado. “A um deu cinco talentos, a outro dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com sua capacidade”. Um talento era uma medida de peso com valor aproximado de 34 kg. Tratava-se de peso em ouro ou prata. O primeiro trabalhou com os cinco talentos e lucrou mais cinco. Da mesma forma, o segundo que recebeu dois talentos, lucrou outros dois. Os dois primeiros foram ousados, até com o risco de perderem tudo, mas dobraram a quantia recebida. O terceiro, que recebeu apenas um talento, com medo de perder o valor recebido, enterrou seu talento até que o patrão viesse. – Após muito tempo, o patrão voltou da viagem e chamou os empregados para prestarem conta dos talentos recebidos. Os dois primeiros apresentaram-se com alegria por terem dobrado com seu trabalho o valor recebido. A esses o patrão diz: “Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria”. O terceiro empregado trouxe apenas o talento que havia enterrado e o devolveu ao patrão, desculpando-se porque tinha medo dele por ser um homem severo e explorador do trabalho dos empregados. O patrão o chamou de “servo mau e preguiçoso” e mandou tirar dele o talento para entregar ao empregado que dobrou os cinco talentos. Sob o ponto de vista humano a parábola dos talentos poderia levantar críticas ao procedimento do patrão. Considerando, porém, que a parábola fala do Reino de Deus, a lógica é outra. Deus confiou a cada um de nós talentos, dons e qualidades para serem colocados a serviço da família, do próximo, da comunidade e da sociedade (1ª leitura).

A parábola nos leva a uma revisão de vida. Com qual dos três empregados eu me assemelho? Na minha comunidade escondo os talentos que tenho, ou faço render a serviço do próximo as boas qualidades que Deus me deu? Procuro imitar a mulher sábia, colocando meus talentos em benefício da família e da comunidade?

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FREI LUDOVICO GARMUS, OFM,é professor de Exegese Bíblica do Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis (RJ). Fez mestrado em Sagrada Escritura, em Roma, e doutorado em Teologia Bíblica pelo Studium Biblicum Franciscanum de Jerusalém, do Pontifício Ateneu Antoniano. É diretor industrial da Editora Vozes e editor da Revista “Estudos Bíblicos”, editada pela Vozes. Entre seus trabalhos está a coordenação geral e tradução da Bíblia Sagrada da Vozes.

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                                        Fonte e ilustração: (Canvafranciscanos.org.br       Banner: cnbb.org.br 

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