sexta-feira, 29 de março de 2013

Sexta-feira Santa

Paixão do Senhor


Evangelho:  Jo 18,1–19,42
Eles tomaram conta de Jesus. Carregando a sua cruz, ele saiu para o lugar chamado Calvário (em hebraico: Gólgota). Lá, eles o crucificaram com outros dois, um de cada lado, ficando Jesus no meio. [...] Junto à cruz de Jesus, estavam de pé sua mãe e a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: “Mulher, eis o teu filho!” Depois disse ao discípulo: “Eis a tua mãe!” A partir daquela hora, o discípulo a acolheu no que era seu. Depois disso, sabendo Jesus que tudo estava consumado, e para que se cumprisse a Escritura até o fim, disse: “Tenho sede!” Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram num ramo de hissopo uma esponja embebida de vinagre e a levaram à sua boca. Ele tomou o vinagre e disse: “Está consumado”. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito. [...] José de Arimateia pediu a Pilatos para retirar o corpo de Jesus; ele era discípulo de Jesus às escondidas, por medo dos judeus. Pilatos o permitiu. José veio e retirou o corpo. Veio também Nicodemos, aquele que anteriormente tinha ido a Jesus de noite; ele trouxe uns trinta quilos de perfume feito de mirra e de aloés. Eles pegaram o corpo de Jesus e o envolveram, com os perfumes, em faixas de linho, do modo como os judeus costumam sepultar. No lugar onde Jesus foi crucificado havia um jardim e, no jardim, um túmulo novo, onde ninguém tinha sido ainda sepultado. Por ser dia de preparação para os judeus, e como o túmulo estava perto, foi lá que eles colocaram Jesus.

Reflexão
A vida de Jesus é um total esvaziamento de si mesmo. É uma entrega gradativa, ou seja, Ele vai doando-se cada vez mais. Na medida em que se oferece e assume com firmeza as consequências de sua missão, vai ficando sozinho. Primeiramente, é abandonado pela multidão, depois pelos discípulos, depois parece estar sem o Pai. Ele fica só, diante do mistério de sua existência.
“Pai, em tuas mãos eu entrego o meu Espírito”. Quando repetimos este refrão na salmodia, assumimos a
Cristo Crucificado
Matriz de São José
Paraisópolis (MG)
mesma condição de Jesus. Ele foi filho, revelou-se um Filho amado do Pai. Sua vida foi um cumprimento da vontade do Pai: “Não vou beber o cálice que o Pai me deu?” De fato, Pedro não queria, não entendia sua escolha. Não desejava o Messias das dores. Ninguém entendeu que sua fidelidade ao Pai não o permitia voltar atrás, não permitia que ele renunciasse toda a verdade anunciada, todo o projeto assumido. Jesus não era masoquista, apenas aceitou a vontade do Pai: “Faça-se a tua vontade!” Não aceitou morrer por morrer, mas aceitou não fugir diante de suas opções: amar a todos, oferecer-se por todos, proclamar a verdade sem medo das consequências.
A morte é a chave de interpretação da vida de Jesus. Ele descobriu em sua relação com o Pai que a vida só tem sentido quando doada. Quem dera que todos nós compreendêssemos que este é o sentido da vida humana. Que fizéssemos de nossa vida uma entrega ao Pai, uma opção pelo Reino de Deus com todas as suas consequências. Mas o homem velho ainda está em nós, apontando-nos para o egoísmo, para o poder, para o prazer, para as recompensas deste mundo, para salvar a própria pele.
“Tenho sede!” Há um sentido espiritual em sua sede. Não se trata apenas de uma sede física, mas de uma sede espiritual. Ele tem sede de que todos nós compreendamos e nos abramos ao seu amor. Mas, como Deus respeitou a escolha de seus algozes, continua respeitando nossas escolhas.
Diante da cruz, houve muitas atitudes... Os sacerdotes e mestres da lei o condenaram, o povo foi omisso, as mulheres choraram, os discípulos fugiram com medo, Pilatos lavou as mãos, Dimas pediu perdão, o outro ladrão zombou, o soldado jogou uma lança, Pedro o negou, Judas o traiu... Hoje é a nossa vez de escolher uma atitude. Ele tem sede de amor.
                                                                                                   Padre Roberto Nentwig
                                                                       Fonte: http://catequeseebiblia.blogspot.com.br
                                                                Ilustração: http://estudosereflexoes.wordpress.com

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