10 de março de 2013
1ª Leitura: Js 5,9a.10-12 Salmo: 33,2-3.4-5.6-7 2ª Leitura: 2Cor 5,17-21
Evangelho: Lc 15,1-3.11-32
Jesus conta a
parábola do filho pródigo depois que os fariseus e os escribas murmuraram
contra ele por causa de sua amizade com os publicanos e os pecadores (Lc 15,1).
Há, na parábola, um pai e dois filhos. Um se extravia e chega ao fundo do
poço... resolve voltar... O pai acolhe sem pedir explicações... O filho mais
velho se revolta... o personagem central é o pai, a quem o filho mais novo
conhece e recorre quando se encontra reduzido à extrema miséria. E, neste
encontro, descobre que não o conhece bastante. Recita a fórmula de
arrependimento longamente preparada, mas esta se converte numa formalidade
diante do amor gratuito do pai, que age comovido de afeição paternal, e não
movido por alguma lei. Assim é Deus, e esta é a realidade que Jesus veio
revelar ao acolher os publicanos e receber à sua mesa os pecadores. Mas o filho
mais velho não entende isso. Não conhece o coração do pai. A sua
"justiça" o impede de conhecer o amor do seu pai, que não deixa de
convidá-lo e insistir para que entre na alegria da festa.
Olhando agora
este texto a partir da nossa existência, facilmente nos identificamos com o
filho mais novo, em sua situação de desolação e fracasso; ou com o filho mais
velho, incapaz de entender o amor do pai diante do filho devasso... Mais
difícil é identificar-nos com o Pai, e talvez seja este o maior desafio que
esta palavra nos coloca. Esta é a meta o discípulo. Seguir Jesus é testemunhar,
pela palavra e pela vida, a terna compaixão de Deus.
Comentando a
pintura do filho pródigo de Rembrandt, em seu livro A volta do filho
pródigo, Henri Nouwen diz o seguinte: “Desde o início estava preparado para
aceitar que não somente o filho mais jovem, mas também o mais velho me
revelariam um aspecto importante da minha jornada espiritual. Por muito tempo o
pai continuou a ser o “outro”, aquele que me receberia, me perdoaria,
oferecer-me-ia um lar (...). Foi aos poucos, e muitas vezes com bastante
sofrimento, que cheguei a compreender que minha jornada espiritual nunca se
completaria enquanto o pai fosse um estranho. (...) O Pai, extremamente
vulnerável, fez-me compreender que a minha vocação final é realmente me tornar
como o Pai e exercer no meu dia a dia sua divina compaixão. Apesar de ser tanto
o filho mais jovem como o mais velho, não devo permanecer como eles, mas
tornar-me o Pai”.
Na assembléia
litúrgica, o Senhor nos convida a entrar no banquete do seu amor, a deixar o
nosso coração se alegrar com a música da festa, com as coisas boas que possam
ter acontecido com as pessoas de nossa convivência, a buscar dentro de nós
motivos para render graças à vida. Pedimos com insistência que o Senhor nos dê
um coração de filho, para aprendermos a ter coração de pai e de mãe, capaz de
amar gratuitamente, de oferecer confiança.
Fonte da Reflexão: http://www.revistadeliturgia.com.br
Ilustrações: http://comunidademissaotheotokos.com.br
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