24 de março de 2013
1ª Leitura: Is 50,4-7 Salmo: 21,8-9.17-18a.19-20.23-24 2ª Leitura: Fl 2,6-11
Evangelho da Procissão: Lc 19,28-40
Evangelho:Lc 22,14-23,56
"Quando chegou a hora,
Jesus pôs-se à mesa com os apóstolos e disse: 'Desejei ardentemente comer
convosco esta ceia pascal, antes de sofrer. Pois eu vos digo que nunca mais a
comerei, até que ela se realize no Reino de Deus'. Então Jesus tomou um cálice,
deu graças e disse: 'Tomai este cálice e reparti entre vós; pois eu vos digo
que, de agora em diante, não mais bebereis do fruto da videira, até que venha o
Reino de Deus'. Fazei isto em memória de mim.' A seguir, Jesus tomou um pão, deu
graças, partiu-o e deu-o aos discípulos, dizendo: 'Isto é o meu corpo, que é
dado por vós. Fazei isto em memória de mim'. Depois da ceia, Jesus fez o mesmo
com o cálice, dizendo: 'Este cálice é a nova aliança no meu sangue, que é
derramado por vós'. Mas ai daquele por meio de quem o Filho do Homem é
entregue. 'Todavia, a mão de quem me vai entregar está comigo, nesta mesa. Sim,
o Filho do Homem vai morrer, como está determinado. Mas ai daquele homem por
meio de quem ele é entregue.' Então os apóstolos começaram a perguntar uns aos
outros qual deles haveria de fazer tal coisa. Eu, porém, estou no meio de vós
como aquele que serve. Houve também uma discussão entre eles sobre qual deles
deveria ser considerado o maior. Jesus, porém, lhes disse: 'Os reis das nações
dominam sobre elas, e os que têm poder se fazem chamar benfeitores. Entre vós,
não deve ser assim. Pelo contrário, o maior entre vós seja como o mais novo, e
o que manda, como quem está servindo. Afinal, quem é o maior: quem está sentado
à mesa, ou quem está servindo? Não é quem está sentado à mesa? Eu, porém, estou no meio de vós como aquele que
serve. Vós ficastes comigo em minhas provações. Por isso, assim como o meu Pai
me confiou o Reino, eu também vos confio o Reino. Vós havereis de comer e beber
à minha mesa no meu Reino, e sentar-vos em tronos para julgar as doze tribos de
Israel. Tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos. Simão, Simão! Olha que
Satanás pediu permissão para vos peneirar como trigo. Eu, porém, rezei por ti,
para que tua fé não se apague. E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos.'
Mas Simão disse: 'Senhor, eu estou pronto para ir contigo até mesmo à prisão e
à morte!' Jesus, porém, respondeu: 'Pedro, eu te digo que hoje, antes que o
galo cante, três vezes tu negarás que me conheces.' É preciso que se cumpra em
mim a palavra da Escritura. E Jesus lhes perguntou: 'Quando vos enviei sem
bolsa, sem sacola, sem sandálias, faltou-vos alguma coisa?' Eles responderam:
'Nada.' Jesus continuou: 'Agora, porém, quem tiver bolsa, deve pegá-la; do
mesmo modo, quem tiver uma sacola; e quem não tiver espada, venda o manto para
comprar uma. Porque eu vos digo: É preciso que se cumpra em mim a palavra da
Escritura: 'Ele foi contado entre os malfeitores'. Pois o que foi dito a meu respeito
tem de se realizar.' Mas eles disseram: 'Senhor, aqui estão duas espadas.' Jesus
respondeu: 'Basta.' Tomado de angústia, Jesus rezava com mais insistência. Jesus
saiu e, como de costume, foi para o monte das Oliveiras. Os discípulos o
acompanharam. Chegando ao lugar, Jesus lhes disse: 'Orai para não entrardes em
tentação.' Então afastou-se a uma certa distância e, de joelhos, começou a
rezar: 'Pai, se queres, afasta de mim este cálice; contudo, não seja feita a
minha vontade, mas a tua!' Apareceu-lhe um anjo do céu, que o confortava. Tomado
de angústia, Jesus rezava com mais insistência. Seu suor tornou-se como gotas
de sangue que caíam no chão. Levantando-se da oração, Jesus foi para
junto dos discípulos e encontrou-os dormindo, de tanta tristeza. E perguntou-lhes:
'Por que estais dormindo? Levantai-vos e orai para não entrardes em tentação.'Judas,
com um beijo tu entregas o Filho do Homem? Jesus ainda falava, quando chegou
uma multidão. Na frente, vinha um dos Doze, chamado Judas,que se aproximou de
Jesus para beijá-lo. Jesus lhe disse: 'Judas, com um beijo tu entregas o Filho
do Homem?' Vendo o que ia acontecer, os que estavam com Jesus disseram: 'Senhor,
vamos atacá-los com a espada?' E um deles feriu o empregado do Sumo Sacerdote, cortando-lhe
a orelha direita. Jesus, porém, ordenou: 'Deixai, basta!' E tocando a orelha do
homem, o curou. Depois Jesus disse aos sumos sacerdotes, aos chefes dos guardas
do templo e aos anciãos, que tinham vindo prendê-lo: 'Vós saístes com espadas e
paus, como se eu fosse um ladrão? Todos os dias eu estava convosco no
templo, e nunca levantastes a mão contra mim. Mas esta é a vossa hora, a hora
do poder das trevas. Pedro saiu para fora e chorou amargamente. Eles prenderam
Jesus e o levaram, conduzindo-o à casa do Sumo Sacerdote. Pedro acompanhava de
longe. Eles acenderam uma fogueira no meio do pátio e sentaram-se ao redor. Pedro
sentou-se no meio deles. Ora, uma criada viu Pedro sentado perto do fogo; encarou-o
bem e disse: 'Este aqui também estava com ele!' Mas Pedro negou: 'Mulher, eu
nem o conheço!' Pouco depois, um outro viu Pedro e disse: 'Tu também és um
deles.' Mas Pedro respondeu: 'Homem, não sou. 'Passou mais ou menos uma hora, e
um outro insistia: 'Certamente, este aqui também estava com ele, porque é
galileu!' Mas Pedro respondeu: 'Homem, não sei o que estás dizendo!' Nesse
momento, enquanto Pedro ainda falava, um galo cantou. Então o Senhor se voltou
e olhou para Pedro. E Pedro lembrou-se da palavra que o Senhor lhe tinha dito: 'Hoje,
antes que o galo cante, três vezes me negarás.' Então Pedro saiu para fora e
chorou amargamente. Os guardas caçoavam de
Jesus e espancavam-no; cobriam o seu rosto e lhe diziam: 'Profetiza quem foi
que te bateu?' E o insultavam de muitos outros modos. Levaram Jesus ao tribunal
deles. Ao amanhecer, os anciãos do povo, os sumos sacerdotes e os mestres da
Lei reuniram-se em conselho e levaram Jesus ao tribunal deles. E diziam:
'Se és o Cristo, dize-nos!' Jesus respondeu: 'Se eu vos disser, não me
acreditareis, e, se eu vos fizer perguntas, não me respondereis. Mas, de agora
em diante, o Filho do Homem estará sentado à direita do Deus Poderoso.' Então
todos perguntaram: 'Tu és, portanto, o Filho de Deus?' Jesus respondeu: 'Vós
mesmos estais dizendo que eu sou!' Eles disseram: 'Será que ainda precisamos de
testemunhas? Nós mesmos o ouvimos de sua própria boca!' Em seguida, toda a
multidão se levantou e levou Jesus a Pilatos. Começaram então a acusá-lo, dizendo: 'Achamos este homem fazendo
subversão entre o nosso povo, proibindo pagar impostos a César e afirmando ser
ele mesmo Cristo, o Rei. ' Pilatos o interrogou: 'Tu és o rei dos judeus?' Jesus
respondeu, declarando: 'Tu o dizes!' Então Pilatos disse aos sumos sacerdotes e
à multidão: 'Não encontro neste homem nenhum crime.' Eles, porém, insistiam:
'Ele agita o povo, ensinando por toda a Judeia, desde a Galileia, onde começou,
até aqui.' Quando ouviu isto, Pilatos perguntou: 'Este homem é galileu?' Ao
saber que Jesus estava sob a autoridade de Herodes, Pilatos enviou-o a este, pois também Herodes estava em Jerusalém naqueles dias.
Herodes, com seus soldados, tratou Jesus com desprezo. Herodes ficou muito
contente ao ver Jesus, pois havia muito tempo desejava vê-lo. Já ouvira falar a
seu respeito e esperava vê-lo fazer algum milagre. Ele interrogou-o com muitas
perguntas. Jesus, porém, nada lhe respondeu. Os sumos sacerdotes e os mestres
da Lei estavam presentes e o acusavam com insistência. Herodes, com seus
soldados, tratou Jesus com desprezo, zombou dele, vestiu-o com uma roupa
vistosa e mandou-o de volta a Pilatos. Naquele dia Herodes e
Pilatos ficaram amigos um do outro, pois antes eram inimigos. Pilatos
entregou Jesus à vontade deles. Então Pilatos convocou os sumos sacerdotes, os
chefes e o povo, e lhes disse: 'Vós me trouxestes este homem como se fosse um
agitador do povo. Pois bem! Já o interroguei diante de vós e não encontrei nele
nenhum dos crimes de que o acusais; nem Herodes, pois o mandou de volta para
nós. Como podeis ver, ele nada fez para merecer a morte. Portanto, vou
castigá-lo e o soltarei. Toda a multidão começou a gritar: 'Fora com ele!
Solta-nos Barrabás!' Barrabás tinha sido preso por causa de uma revolta na
cidade e por homicídio. Pilatos falou outra vez à multidão, pois queria
libertar Jesus. Mas eles gritavam: 'Crucifica-o! Crucifica-o!' E Pilatos falou
pela terceira vez: 'Que mal fez este homem? Não encontrei nele nenhum crime que
mereça a morte. Portanto, vou castigá-lo e o soltarei.' Eles, porém, continuaram
a gritar com toda a força, pedindo que fosse crucificado. E a gritaria deles
aumentava sempre mais. Então Pilatos decidiu que fosse feito o que eles
pediam. Soltou o homem que eles queriam - aquele que fora preso por revolta e
homicídio - e entregou Jesus à vontade deles. Filhas de Jerusalém, não choreis
por mim! Enquanto levavam Jesus, pegaram um certo Simão, de Cirene, que
voltava do campo, e impuseram-lhe a cruz para carregá-la atrás de Jesus. Seguia-o
uma grande multidão do povo e de mulheres que batiam no peito e choravam por
ele. Jesus, porém, voltou-se e disse: 'Filhas de Jerusalém, não choreis por
mim! Chorai por vós mesmas e por vossos filhos! Porque dias virão em que se
dirá: 'Felizes as mulheres que nunca tiveram filhos, os ventres que nunca deram
à luz e os seios que nunca amamentaram'. Então começarão a pedir às montanhas: 'Caí
sobre nós! e às colinas: 'Escondei-nos!' Porque, se fazem assim com a árvore
verde, o que não farão com a árvore seca?' Levavam também outros dois
malfeitores para serem mortos junto com Jesus. Quando chegaram ao lugar chamado 'Calvário', ali crucificaram
Jesus e os malfeitores: um à sua direita e outro à sua esquerda. Jesus dizia:
'Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!' Depois fizeram um sorteio, repartindo
entre si as roupas de Jesus. O povo permanecia lá,
olhando. E até os chefes zombavam, dizendo: 'A outros ele salvou. Salve-se a si
mesmo, se, de fato, é o Cristo de Deus, o Escolhido!' Os soldados também
caçoavam dele; aproximavam-se, ofereciam-lhe vinagre, e diziam: 'Se és o rei
dos judeus, salva-te a ti mesmo!' Acima dele havia um letreiro: 'Este é o Rei
dos Judeus.' Um dos malfeitores crucificados o
insultava, dizendo: 'Tu não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!' Mas o
outro o repreendeu, dizendo: 'Nem sequer temes a Deus, tu que sofres a mesma
condenação? Para nós, é justo, porque estamos recebendo o que merecemos; mas
ele não fez nada de mal.' E acrescentou: 'Jesus, lembra-te de mim, quando
entrares no teu reinado.' Jesus lhe respondeu: 'Em verdade eu te digo: ainda
hoje estarás comigo no Paraíso.' Já
era mais ou menos meio-dia e uma escuridão cobriu toda a terra até às três
horas da tarde, pois o sol parou de brilhar. A cortina do santuário rasgou-se
pelo meio, e Jesus deu um forte grito: 'Pai, em tuas mãos entrego o meu
espírito.' Dizendo isso, expirou. O
oficial do exército romano viu o que acontecera e glorificou a Deus dizendo: 'De
fato! Este homem era justo!' E as multidões, que tinham acorrido para assistir,
viram o que havia acontecido, e voltaram para casa, batendo no peito. Todos os
conhecidos de Jesus, bem como as mulheres que o acompanhavam desde a Galileia, ficaram
à distância, olhando essas coisas. José colocou o corpo de Jesus num túmulo
escavado na rocha. Havia um homem bom e justo, chamado José, membro do
Conselho, o qual não tinha aprovado a decisão nem a ação dos outros membros. Ele
era de Arimateia, uma cidade da Judeia, e esperava a vinda do Reino de Deus. José
foi ter com Pilatos e pediu o corpo de Jesus. Desceu o corpo da cruz, enrolou-o
num lençol e colocou-o num túmulo escavado na rocha, onde ninguém ainda tinha
sido sepultado. Era o dia da preparação da Páscoa, e o sábado já estava
começando. As mulheres, que tinham vindo da Galileia com Jesus, foram com José,
para ver o túmulo e como o corpo de Jesus ali fora colocado. Depois voltaram
para casa e prepararam perfumes e bálsamos. E, no sábado, elas
descansaram, conforme ordenava a Lei."
Ilustrações: http://filhosdoceukerigma.blogspot.com.br http://geracaodesantos.blogspot.com.br
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