Vocação: caminho para a santidade
Neste mês, a
Igreja convida-nos a refletir sobre o nosso lugar e a nossa missão na
comunidade eclesial e na sociedade. Todo cristão é chamado por Deus a
contribuir na construção de seu Reino de justiça, de amor e de paz para o bem
de homens e mulheres, filhos do mesmo Pai, membros, portanto, de uma só
família. Esse chamado de Deus é a vocação. Uns são chamados ao Sacerdócio,
outros à Vida Religiosa, e os demais à vocação de Cristãos Leigos. E
todos somos chamados à Santidade.
O cristão leigo
é o batizado comprometido com Cristo e com a Igreja por meio do testemunho
diário na família, no exercício da profissão, nos campos da cultura, da
economia, das relações sociais, da política. Presta serviços à comunidade
eclesial, onde exerce diversos ministérios (agente pastoral, catequista,
animador da liturgia e outros) conforme os dons que Deus lhe deu.
Na família o
cristão tem um espaço privilegiado e abençoado para se santificar e santificar
seus familiares. A família foi criada por Deus como o ambiente favorável ao
encontro, ao diálogo, à partilha e ao amor verdadeiro. Nela, o amor da
Santíssima Trindade se faz presente de modo especial e concreto. Por isso, pais
e filhos devem fazer do lar um santuário de vida e de santidade por meio da
oração, da ajuda e do apoio fraternos, da compreensão e do perdão.
A missão do
cristão leigo expande-se ainda muito além, a todas as atividades do contexto
social. É chamado a ser discípulo missionário de Jesus Cristo, de acordo com as
palavras do Papa Paulo VI, no“mundo vasto e complicado da política, da
realidade social e da economia, como também o da cultura, das ciências e das
artes, da vida internacional, dos ‘mass media’ e, ainda, outras realidades
abertas para a evangelização como sejam o amor, a família, a educação das
crianças e dos adolescentes, o trabalho profissional e o sofrimento” (Evangelii
Nuntiandi, 70).
O sacerdote vem
do meio do povo para o serviço do povo. Anuncia a Palavra e distribui os
sacramentos. Incentiva a comunidade e promove a comunhão dos fiéis, visando à
realização integral do homem. O sacerdote desempenha papel fundamental na
Igreja de Jesus Cristo. Além de evangelizar, na “pessoa do Cristo” preside
a celebração eucarística, distribui os sacramentos e constrói a comunhão entre
os membros da comunidade. Consagra, por isso sua vida, a Deus e ao serviço da
Igreja.
O religioso, por
meio da vida consagrada, vive pobre, casto e obediente na radicalidade dos
conselhos do Evangelho. Doa-se totalmente à construção do Reino de Deus. É
sinal do amor infinito do Pai pela humanidade. Por meio da vivência de uma
espiritualidade fundamentada no estudo, no trabalho fraterno e na oração, ajuda
a Igreja a ser mais santa. Vive, geralmente, em pequenas comunidades de irmãos
ou irmãs.
O cristão leigo,
o sacerdote e os religiosos devem ser fermento de amor entre os irmãos. São
vocações que se complementam e fazem a santidade da Igreja e do mundo. Estão a
serviço de uma sociedade fraterna, que respeite e promova a dignidade de todos
os homens e de cada pessoa. Essas vocações caracterizam-se pela inquietude e
pelo entusiasmo. Inquietude cristã é a marca daqueles que não se conformam com
o erro, não se acomodam em suas limitações e fraquezas, não se contentam apenas
em fazer a sua parte. Querem mais, querem Jesus Cristo conhecido e amado,
querem o Evangelho lido e vivido por todos. Entusiasmo cristão é a
característica dos inquietos que acreditam na força do Ressuscitado e na
alegria de um novo tempo. Mesmo sabendo das dificuldades da missão, não
esmorecem, não desanimam; pelo contrário, encontram nas próprias dificuldades
motivações para a ação porque sabem que Deus está com eles, tendo, portanto, a
esperança sempre renovada pela fé que professam e pelo amor que vivenciam.
Eis a beleza que
envolve o chamado de Deus a cada um de nós. Durante o mês de agosto procure
participar dos Círculos Bíblicos na sua rua ou comunidade. Será uma rica
oportunidade refletir sobre a missão para à qual somos vocacionados e de
fortalecer os laços de amizade com nossos vizinhos. Que a celebração de
mais um mês vocacional nos estimule a rezar e trabalhar pelas vocações em suas
diferentes formas e expressões.
Luiz Rosa - Autor do livro Discípulos
e missionários na paróquia, Editora Paulus (2010)
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