terça-feira, 27 de agosto de 2013

Confira essa bela reflexão

A força da modéstia

Nas realidades do mundo vigente, os termos mansidão, humildade, gratuidade e modéstia estão fora de moda. Eles não contam tanto numa cultura globalizada. O destaque maior se volta para as atitudes de ganância, de poder e de vida fácil, dificultando uma prática de simplicidade, de sabedoria divina e de uma consciência saudável, realizada e feliz.
Detalhes da Matriz de São José
Paraisópolis (MG)
Não podemos privilegiar uma falsa modéstia para conseguir créditos individuais. A maior sabedoria está em Deus, a quem devemos sempre recorrer. Mas isto passa pelas atitudes de simplicidade, pelo que fazemos em benefício dos mais pobres, marginalizados e sofredores. Neles está a grande preferência de Deus, porque têm o coração sensível e aberto para o que é do alto.
Ocupar os primeiros lugares na terra, principalmente com o uso da esperteza, com exploração e injustiça, é dificultar a conquista de espaço na eternidade. A autossuficiência impiedosa, oposta à humildade, contradiz os ensinamentos da Palavra de Deus e é contra atitudes de receptividade. Esta maneira de agir torna-nos estranhos para Deus, que acolhe os humildes e reprime os orgulhosos.
Muitas ações entre as pessoas são pouco humanas, distantes dos parâmetros que dignificam a todos. Pior ainda são aquelas marcadas pela violência e desrespeito para com a vida. A benevolência é capaz de nos unir a todos, porque tem força de atração e faz bem. É a famosa frase da Sagrada Escritura que diz: “Há mais felicidade em dar do que em receber” (At 20, 35).
A verdadeira felicidade depende da gratuidade. Quem só espera receber, vai viver eternamente frustrado. Modéstia e humildade verdadeiras significam ser consciente da missão de construir com generosidade, de partilhar os dons recebidos. A partilha não é para chamar a atenção sobre si, como o orgulhoso, mas para facilitar a participação dos outros nos dons que recebeu.
Na modéstia, a vida deve ter opções claras por quem mais necessita, superando a prática da cultura capitalista do dar e receber. A modéstia pode até sugerir ações de voluntariado, de prestar serviço sem muita preocupação com recompensa material.
                                          Dom Paulo Mendes Peixoto - Arcebispo de Uberaba (MG)
                                                                                               Fonte: www.cnbb.org.br
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