A força da modéstia
Nas
realidades do mundo vigente, os termos mansidão, humildade, gratuidade e
modéstia estão fora de moda. Eles não contam tanto numa cultura globalizada. O
destaque maior se volta para as atitudes de ganância, de poder e de vida fácil,
dificultando uma prática de simplicidade, de sabedoria divina e de uma
consciência saudável, realizada e feliz.
Detalhes da Matriz de São José Paraisópolis (MG) |
Ocupar os
primeiros lugares na terra, principalmente com o uso da esperteza, com
exploração e injustiça, é dificultar a conquista de espaço na eternidade. A
autossuficiência impiedosa, oposta à humildade, contradiz os ensinamentos da
Palavra de Deus e é contra atitudes de receptividade. Esta maneira de agir
torna-nos estranhos para Deus, que acolhe os humildes e reprime os orgulhosos.
Muitas ações
entre as pessoas são pouco humanas, distantes dos parâmetros que dignificam a
todos. Pior ainda são aquelas marcadas pela violência e desrespeito para com a
vida. A benevolência é capaz de nos unir a todos, porque tem força de atração e
faz bem. É a famosa frase da Sagrada Escritura que diz: “Há mais felicidade em
dar do que em receber” (At 20, 35).
A verdadeira
felicidade depende da gratuidade. Quem só espera receber, vai viver eternamente
frustrado. Modéstia e humildade verdadeiras significam ser consciente da missão
de construir com generosidade, de partilhar os dons recebidos. A partilha não é
para chamar a atenção sobre si, como o orgulhoso, mas para facilitar a
participação dos outros nos dons que recebeu.
Na modéstia,
a vida deve ter opções claras por quem mais necessita, superando a prática da
cultura capitalista do dar e receber. A modéstia pode até sugerir ações de
voluntariado, de prestar serviço sem muita preocupação com recompensa material.
Dom Paulo
Mendes Peixoto - Arcebispo de Uberaba (MG)
Fonte: www.cnbb.org.br
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