Sair do recinto para levar Evangelho a toda realidade
Cidade do
Vaticano (RV) - Todos os batizados são chamados a anunciar o Evangelho com
coragem em toda realidade. É o que escreve o Papa Francisco em sua Mensagem
para o Dias Mundial das Missões, que será celebrado em 20 de outubro próximo.
No documento
publicado nesta terça-feira e que traz a data de 19 de maio passado, Solenidade
de Pentecostes, o Pontífice ressalta que "evangelizar jamais é um ato
isolado", mas "sempre eclesial" e reitera que uma comunidade é
realmente adulta se consegue sair de seu recinto para levar a esperança de
Jesus também às periferias.
A fé é dom que deve ser partilhado |
"A fé é dom
precioso de Deus", "um dom que não se pode guardar para si, mas deve
ser partilhado". O Papa Francisco parte dessa consideração para
desenvolver a sua primeira Mensagem para o Dia Mundial das Missões.
"Toda
comunidade é 'adulta' quando professa a fé, a celebra com alegria na liturgia,
vive a caridade e anuncia sem cessar a Palavra de Deus, saindo de seu recinto
para levá-la também às 'periferias'" – escreve.
Em seguida, o
Santo Padre ressalta que a dúplice ocasião do Ano da Fé e do 50º aniversário do
início do Concílio Vaticano II devem impelir a Igreja "uma renovada
consciência da sua presença no mundo de hoje, da sua missão entre os povos e as
nações".
E observa que a "missionariedade
não é somente uma questão de territórios geográficos", vez que "os
confins da fé não atravessam somente lugares e tradições humanas, mas o coração
de cada homem e de cada mulher".
Portanto, cada
comunidade é interpelada a anunciar Jesus até os extremos confins da terra como
"um aspecto essencial" da vida cristã. Todos "somos enviados
pelas estradas do mundo para caminhar com os irmãos, professando e
testemunhando a nossa fé em Cristo", reitera.
Em seguida,
Francisco convida os bispos a darem relevo especial à "dimensão
missionária nos programas pastorais e formativos", evidenciando que
"a missionariedade não é somente uma dimensão programática na vida cristã,
mas também paradigmática que concerne a todos os aspectos da vida cristã".
Ademais, observa
o Papa, "muitas vezes a obra de evangelização encontra obstáculos não
apenas externamente, mas dentro da própria comunidade eclesial". Por
vezes, afirma, são tênues o fervor, a alegria, a coragem no anunciar"
Jesus a todos e "no ajudar os homens do nosso tempo a encontrá-lo".
E escreve,
"por vezes ainda se pensa que levar a verdade do Evangelho é fazer
violência à liberdade", quando, ao invés, levar a verdade evangélica
"é uma homenagem a essa liberdade", ressalta o Papa fazendo recordar
Paulo VI.
Muitas vezes,
"vemos que são a violência, a mentira e o erro a serem ressaltados",
então é "urgente fazer resplendecer em nosso tempo a vida boa do Evangelho
com o anúncio e o testemunho, e isso deve ser feito dentro da própria Igreja",
adverte o Santo Padre.
Francisco
reitera que "é importante não esquecer um princípio fundamental para todo
evangelizador: não se pode anunciar Cristo sem a Igreja. Evangelizar jamais é
um ato isolado, individual, privado, mas sempre eclesial".
O Papa detém-se
sobre os muitos desafios da evangelização e encoraja todos a levar ao homem do
nosso tempo "a luz segura que ilumina o seu caminho e que somente o
encontro com Cristo pode dar".
A
"missionariedade da Igreja não é proselitismo, mas testemunho de vida que
ilumina o caminho, que leva esperança e amor", reafirma, e recorda que
"é justamente o Espírito Santo que guia a Igreja neste caminho".
Na parte
conclusiva da Mensagem o Pontífice recorda aqueles que se fazem portadores da
Boa Nova, dos missionários aos presbíteros fidei donum, aos fiéis leigos
que "deixam a própria pátria para servir ao Evangelho em terras e culturas
diferentes".
"Doar
missionários e missionárias jamais é uma perda, mas um ganho", constata, e
encoraja os bispos e as famílias religiosas "a ajudarem as Igrejas que
necessitam" de sacerdotes, religiosos e leigos para "reforçar a
comunidade cristã".
É importante que
"as Igrejas mais ricas de vocações ajudem com generosidade as que sofrem
escassez de vocações", lê-se no documento. Por outro lado, ressalta a
importância das "jovens Igrejas" que podem promover um novo
entusiasmo nas Igrejas de antiga tradição cristã.
Por fim, o Papa
Francisco dirige um pensamento aos cristãos perseguidos em várias partes do
mundo, observando que hoje existem mais mártires do que nos primeiros séculos.
O Pontífice assegura a sua proximidade com a oração e lhes repete as palavras
consoladoras de Jesus: "Coragem, eu venci o mundo". (RL)
Fonte: www.radiovaticana.va.......................................................................................................................................
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