quarta-feira, 1 de maio de 2013

A propósito da beatificação de Nhá Chica, vale essa bela reflexão


Uma luz provinda do sul de Minas

A vida de Nhá Chica, e a persistente fama de santidade que as comunidades fiéis lhe atribuem, é uma prova de que o Espírito fala pela voz do povo. Quando tomei conhecimento, como Bispo Diocesano, dos fatos simples e iluminadores de sua vida exemplar, a primeira coisa que descobri foi que ela não é uma lenda histórica, muito menos sua existência foi misturada com acontecimentos fantasiosos. Nela tudo é muito real, revestido de simplicidade e até de pobreza de recursos. “O Senhor virá para ser glorificado nos seus Santos” (2 Tss 1, 10). Um casal não se sente diminuído ao lhe falarmos: “a sua filhinha é muito linda”.  Embora reconheçamos, sem a mínima dúvida, de que Jesus é o único Santo, o Espírito distribui entre os seus filhos e filhas, abundantes sinais de perfeição provindos da pessoa de Jesus.   “Sede meus imitadores como eu o sou de Cristo”  (1 Cor 11,1). A Igreja precisa de modelos de santidade, por mil razões. Mas destaco neste momento apenas que eles tem a razão esclarecida para entender  o verdadeiro sentido das Escrituras.
Quanto à beatificação solene de Nhá Chica (Francisca Paula de Jesus), valendo a partir do dia 04 de maio de 2013, vai projetar, a partir de Baependi, uma nova luz para os céus do Brasil. Nós podemos, licitamente, invocá-la para ser nossa intercessora em questões de saúde, de emprego, de  questões amorosas, de convivência, de assuntos de fé, e de tantos problemas diante dos quais nos sentimos pequenos para vencer. Mas não podemos deixar na sombra o principal, pelo qual a Igreja promove a devoção aos Santos: é olhar como o Santo ou a Santa viveram o aperfeiçoamento da vida cristã;  como foram seguidores de Jesus;  de que forma superaram seus defeitos;  de que maneira descobriram o caminho da salvação. Em Beata Nhá Chica, sem deslizar para “mentirinhas piedosas”, vemos um exemplo de  pessoa convertida a Cristo e às coisas de Deus; nela reluz um grande desejo de ajudar o próximo em suas necessidades espirituais; tinha um imenso respeito para com a Eucaristia;  sua devoção mariana era consistente; seu amor ao semelhante era incansável. Em que ponto vamos imitar o exemplo de sua vida? Eu da minha parte, peço sua intercessão, para ser sempre mais de Cristo, meu amado Senhor.
                                    Dom Aloísio Roque Oppermann - Arcebispo Emérito de Uberaba (MG)
  
                                                               Fonte: www.cnbb.org     Ilustração: www.nhachica.org.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário