segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Para seu início de semana - Sobre a palavra



Como direcionar a Palavra no dia a dia:
Uma reflexão

Filtre bem a palavra, assim não terás o gosto amargo das conseqüências"   (Côn. Manuel)

Dentro de todas as qualidades que o ser humano possa ter a palavra lhe oferece a mais alta expressão do pensamento. Com ela erigimos o que sentimos, manifestamos nossas idéias, formamos nossos pensamentos e demonstramos o que somos. Esta faculdade faz com que expressemos nosso modo de ver, opinemos quando somos solicitados, digamos sim e não, construindo, assim, nosso habitat na sociedade. Com a palavra fazemos as mais belas alocuções, rezamos/oramos para manifestar o que cremos, discursamos com a pessoa ou pessoas que estão à nossa volta, escrevemos nossos poemas, livros, artigos, documentos e outros, conseguindo mostrar o quanto podemos produzir com a palavra. Com esta unidade mínima com som e significado doutrinamos nossa personalidade, controlamos nosso caráter, vivenciamos nossos sentimentos. Madre Tereza de Calcutá como muita propriedade nos ensina: "Todas as palavras serão inúteis se não brotarem do fundo do coração. Estas se não dão luz aumentam a escuridão".
A palavra é um dos princípios básicos para imperar os valores da ética, afastando os mal entendidos e esgotando todas as forças maléficas do ouvir dizer, muitas vezes em algo infundado. Ela norteia a busca da qualidade produtiva de argumentos sólidos para cooperar com os desafios, dar sempre um enfoque à verdade e comprovar conceitos de maturidade de quem diz e de quem escuta. Clarice Lispector ajuda nossa reflexão: "Já que se há de escrever e dizer, que pelo menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas". A palavra afasta-nos da omissão, faz a consciência pesar quando a usamos para falar dos outros sem raciocínio, indício ou prova pelo qual se tira uma dedução errônea. Com a palavra clareamos ou escurecemos, elaboramos precipícios, que anos inteiros, ou a vida, jamais vão dissipar. Uma ofensa pode desmoronar a bela convivência de uma família, o bonito de uma amizade, unir ou afastar cidades, consolidar países ou os tornar inimigos. Seja sempre amigo e promotor de sua palavra. Já nos diz Martin Luther King: "No final, não nos lembraremos das palavras dos nossos inimigos, mas do silêncio dos nossos amigos".
William Shakespeare apresenta-nos a palavra com o primor, a firmeza e a exatidão da prudência. Diz-nos: "Seja como for o que penses, creio que é melhor dizê-lo com boas maneiras". Para cada palavra sempre existe um significado. Sua integridade vai mostrar a pessoa que tu és. A metodologia ou a maneira como a dizes é que vai formar as raízes de tua autenticidade na sociedade. A credibilidade da palavra te oferece a identidade de seres ou não confiável para quem te ouve, em casa, no trabalho ou na sociedade como um todo. Se dizes a mentira, a dúvida, incerteza ou o talvez, no dia em que, realmente, precisares dizer a verdade, tirar o duvidoso e mostrar certeza, ninguém vai acreditar em ti. Por isso, pensa bem antes de pronunciar uma palavra. "As palavras têm a leveza do vento e a força da tempestade", assim nos diz Vitor Hugo.
Madre Tereza de Calcutá nos diz: "As palavras de amizade e conforto podem ser curtas e sucintas, mas o seu eco é infindável". Já nos alerta o velho, mas sempre novo ditado: "Palavra dita jamais volta". Antes de abrires a boca pede a bênção para cada palavra que irás pronunciar. Seja sempre guia, orientador e legislador coerente de tua palavra. Não te apresses a dizê-la. Lembra-te que ela pode ser alimento ou veneno, te conduzir num bom caminho ou numa estrada sem volta, trazer alegria ou remorso, autorizar tua personalidade, caráter e sentimentos como verídicos para contigo e os outros, ou te tornar o desconforto, desconfiança e mal estar perante quem te rodeia. Sê uma pessoa viva e confiável. Autoriza a consciência a ter um compromisso sério com a palavra que pronuncias. Dê a ti a honra da palavra ter o tamanho da pessoa que és. Pensa nisso.
                                                                                                  Côn. Dr. Manuel Quitério de Azevedo
                                                    Professor do Seminário Arquidiocesano de Diamantina e da PUC-MG
                                                                 Membro da Academia de Letras e Artes de Diamantina - MG
                                                                                    Membro da Academia Marial de Aparecida - SP
                                                                                           Fonte: Site da Arquidiocese de Diamantina
                                                                                  Fonte do vídeo: joaobanene - www.youtube.com

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