Como direcionar a Palavra no dia a dia:
Uma reflexão
Filtre bem a palavra, assim não terás o gosto amargo das
conseqüências" (Côn. Manuel)
Dentro de todas as qualidades que o ser humano possa ter a palavra lhe
oferece a mais alta expressão do pensamento. Com ela erigimos o que sentimos,
manifestamos nossas idéias, formamos nossos pensamentos e demonstramos o que
somos. Esta faculdade faz com que expressemos nosso modo de ver, opinemos
quando somos solicitados, digamos sim e não, construindo, assim, nosso habitat
na sociedade. Com a palavra fazemos as mais belas alocuções, rezamos/oramos
para manifestar o que cremos, discursamos com a pessoa ou pessoas que estão à
nossa volta, escrevemos nossos poemas, livros, artigos, documentos e outros,
conseguindo mostrar o quanto podemos produzir com a palavra. Com esta unidade
mínima com som e significado doutrinamos nossa personalidade, controlamos nosso
caráter, vivenciamos nossos sentimentos. Madre Tereza de Calcutá como muita
propriedade nos ensina: "Todas as palavras serão inúteis se não brotarem
do fundo do coração. Estas se não dão luz aumentam a escuridão".
A palavra é um dos princípios básicos para imperar os valores da ética,
afastando os mal entendidos e esgotando todas as forças maléficas do ouvir
dizer, muitas vezes em algo infundado. Ela norteia a busca da qualidade
produtiva de argumentos sólidos para cooperar com os desafios, dar sempre um
enfoque à verdade e comprovar conceitos de maturidade de quem diz e de quem
escuta. Clarice Lispector ajuda nossa reflexão: "Já que se há de escrever
e dizer, que pelo menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas". A
palavra afasta-nos da omissão, faz a consciência pesar quando a usamos para
falar dos outros sem raciocínio, indício ou prova pelo qual se tira uma dedução
errônea. Com a palavra clareamos ou escurecemos, elaboramos precipícios, que
anos inteiros, ou a vida, jamais vão dissipar. Uma ofensa pode desmoronar a
bela convivência de uma família, o bonito de uma amizade, unir ou afastar
cidades, consolidar países ou os tornar inimigos. Seja sempre amigo e promotor
de sua palavra. Já nos diz Martin Luther King: "No final, não nos
lembraremos das palavras dos nossos inimigos, mas do silêncio dos nossos
amigos".
William Shakespeare apresenta-nos a palavra com o primor, a firmeza e a
exatidão da prudência. Diz-nos: "Seja como for o que penses, creio que é
melhor dizê-lo com boas maneiras". Para cada palavra sempre existe um
significado. Sua integridade vai mostrar a pessoa que tu és. A metodologia ou
a maneira como a dizes é que vai formar as raízes de tua autenticidade na
sociedade. A credibilidade da palavra te oferece a identidade de seres ou não
confiável para quem te ouve, em casa, no trabalho ou na sociedade como um todo.
Se dizes a mentira, a dúvida, incerteza ou o talvez, no dia em que, realmente,
precisares dizer a verdade, tirar o duvidoso e mostrar certeza, ninguém vai
acreditar em ti. Por isso, pensa bem antes de pronunciar uma palavra.
"As palavras têm a leveza do vento e a força da tempestade", assim
nos diz Vitor Hugo.
Madre Tereza de Calcutá nos diz: "As palavras de amizade e conforto
podem ser curtas e sucintas, mas o seu eco é infindável". Já nos alerta o
velho, mas sempre novo ditado: "Palavra dita jamais volta". Antes de
abrires a boca pede a bênção para cada palavra que irás pronunciar. Seja sempre
guia, orientador e legislador coerente de tua palavra. Não te apresses a
dizê-la. Lembra-te que ela pode ser alimento ou veneno, te conduzir num bom caminho
ou numa estrada sem volta, trazer alegria ou remorso, autorizar tua
personalidade, caráter e sentimentos como verídicos para contigo e os outros,
ou te tornar o desconforto, desconfiança e mal estar perante quem te rodeia.
Sê uma pessoa viva e confiável. Autoriza a consciência a ter um compromisso
sério com a palavra que pronuncias. Dê a ti a honra da palavra ter o tamanho
da pessoa que és. Pensa nisso.
Côn. Dr. Manuel Quitério de Azevedo
Professor do Seminário Arquidiocesano de Diamantina e da PUC-MG
Membro da Academia de Letras e Artes de Diamantina - MG
Membro da Academia Marial de Aparecida - SP
Professor do Seminário Arquidiocesano de Diamantina e da PUC-MG
Membro da Academia de Letras e Artes de Diamantina - MG
Membro da Academia Marial de Aparecida - SP
Fonte: Site da Arquidiocese de Diamantina
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