O Evangelho da solenidade deste domingo (22) é o das
bênçãos e das maldições que estão em Mateus, trecho também conhecido como Juízo
Final. O texto celebra a vitória da justiça ocorrida na ressurreição de
Jesus e no momento em que o Senhor é declarado rei para sempre. A justiça, a
verdade e a paz serão eternas.
Jesus, Rei servidor |
Depois de uma
vida sobre a terra, depois do anúncio feito por Jesus de que Deus é nosso Pai e
de que todos os habitantes da terra são irmãos, depois do Mestre ter anunciado a vocação de fraternidade e de ter promulgado as
bem-aventuranças, depois do Senhor ter lavado os pés dos discípulos, depois do
Redentor ter morrido na cruz e ressuscitado, depois do Ressuscitado ter feito o
envio de seus apóstolos a anunciarem o Evangelho, pregarem a conversão e o
batismo, todos aqueles que responderam sim aos apelos amorosos de Deus, apesar
do enfrentamento a diversas dificuldades, serão acolhidos na Casa do Pai.
Como podemos
apreender da atitude de Jesus, o Homem por excelência, o que conta para ser
acolhido na felicidade eterna é e será sempre nossa atitude não apenas de solidariedade,
mas de fraternidade, ou seja, um passo a mais no relacionamento com o outro.
Ele não é apenas alguém com quem divido o pão, o teto e os sentimentos, mas é
alguém que tenho como da mesma família, da mesma origem, a quem estou unido por
laços de afeto.
No Livro de
Ezequiel, 1ª leitura de hoje, Deus se apresenta como o Pastor, aquele que
procura a ovelha perdida, reconduz a extraviada, cura a ferida, fortalece a
doente e alimenta todas. Esse discurso é dirigido aos judeus que estão
procurando se recuperar da destruição feita pelo poder babilônico e esse mesmo
povo se encontra agora oprimido também por judeus mais espertos que não têm
escrúpulos de explorar seus compatriotas. Esse discurso é o alento de Deus aos
pobres e aos oprimidos.
No Evangelho,
Mateus nos diz que as obras de misericórdia são a resposta que Deus espera de
nós em meio a uma situação de desgraças e infelicidades. É com pessoas que as
praticam que o Senhor se identifica. O amor a Deus está intimamente ligado
ao amor ao próximo. A verdadeira religião leva ao outro.
A vida de alguém
será considerada bem sucedida não pelos filhos que tenha gerado, nem pelos
títulos acadêmicos que possa ter obtido, e muito menos pela riqueza que
possuir. Uma vida realizada será assim considerada por Deus se a pessoa lutou
por um mundo justo e fraterno, se empregou seu tempo, seus conhecimentos, sua
saúde para eliminar situações em que seus irmãos se sentiam marginalizados e se
não foram nem cúmplices e nem coniventes com as opressões. Cristo é Rei e
Senhor porque na luta contra o mal venceu a tentação do acúmulo, da abundância
e do prestígio.
Pe. Cesar Augusto
dos Santos, SJ
Fonte: radiovaticana.va
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