Papa:
"Podemos ser santos com pequenos gestos"
Cidade do
Vaticano (RV) – Nesta quarta-feira de céu azul, dezenas de milhares de
fiéis e turistas encheram a Praça São Pedro, no coração de Roma, para ver o
Papa e ouvir as suas palavras, na catequese. O tema “A Igreja Universal,
vocação à santidade”, foi abordado por Francisco a partir do ‘grande dom do
Concílio Vaticano II: ter recuperado uma visão de Igreja baseada na comunhão, e
interpretado o conceito de autoridade e hierarquia nesta perspectiva’.
“Isto nos ajudou
a entender melhor que todos os cristãos, como batizados, têm igual dignidade
diante do Senhor e a mesma vocação, a da santidade”. O Papa começou a sua
reflexão questionando:
“Em que consiste
esta vocação e como podemos realizá-la? Não obtemos a santidade graças às
nossas capacidades ou qualidades pessoais. Ser santo não é uma prerrogativa
oferecida só para alguns escolhidos, nem significa ser dotado de uma capacidade
especial. Não! Trata-se de um dom que o Senhor Jesus oferece gratuitamente a
cada um de nós. É uma característica que distingue os cristãos”.
O Pontífice
prosseguiu afirmando que o chamado à santidade não é uma ‘carga pesada’, mas um
convite a viver com alegria e amor cada momento de nossa vida, transformando-o
também em um dom para as pessoas que nos circundam. E que “cada passo rumo à
santidade torna as pessoas melhores, livres de egoísmo e mais abertas aos
irmãos e às suas necessidades”.
“Tudo isso nos
faz entender que para tornar-se santo, não é preciso ser bispo, padre ou religioso;
mas todos e cada um dos batizados são chamados a viver no amor e a oferecer o
seu testemunho cristão nas ocupações quotidianas”, disse Francisco, citando
alguns exemplos:
“Você é um
consagrado? Para ser santo, viva com alegria a sua doação e o seu ministério;
quem é casado, seja santo amando o seu cônjuge como Cristo amou a Igreja; quem
é batizado e não-casado, realize seu trabalho com honestidade e competência;
ofereça seu tempo a serviço dos irmãos. Quem é pai ou avô pode ser santo
ensinando com paixão filhos e netos a conhecer e seguir Jesus. É preciso tanta
paciência para isso... Catequistas, educadores, voluntários: sejam santos
tornando-se sinal visível do amor de Deus e de sua presença ao nosso lado. Todo
estado de vida leva à santidade quando vivido em comunhão com o Senhor e a
serviço dos irmãos. Na rua, em casa, no trabalho... sempre”.
O Papa concluiu
que devemos fazer um exame de consciência sobre como estamos respondendo a este
chamado de Deus. “Longe de tornar a existência pesada e triste, o chamado à
santidade é um convite a viver na alegria cada momento de nossa vida”.
Na sequência, o
Papa concedeu a benção apostólica e lembrou a todos que sexta-feira, 21 de
novembro, memória litúrgica de Maria Santíssima no Templo, celebra-se a Jornada
‘pro Orantibus’ dedicada às comunidades religiosas de clausura.
“Será uma
ocasião oportuna para agradecer o Senhor pelo dom de tantos que, em mosteiros e
eremitérios, se dedicam a Deus na oração e no silêncio operoso. Agradecemos o
Senhor por testemunho de vida de clausura destas pessoas e não lhe façamos
faltar o nosso amparo espiritual e material para realizar esta importante
missão”. (CM)
Fonte: radiovaticana.va
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