"Não tenhamos medo da felicidade que o Senhor nos traz!"
Cidade do
Vaticano (RV) - Jesus chora sobre Jerusalém porque não reconheceu Aquele
que levava a paz. E o Papa Francisco, em sua missa matutina nesta quinta-feira,
20, comentou o Evangelho do dia explicando que o Senhor chora pelo fechamento
do coração da cidade eleita, do povo eleito. Não havia tempo para abrir-lhe a
porta! Estava ocupada demais, satisfeita de si mesma. Jesus, então, continua
batendo às portas, como bateu à porta do coração de Jerusalém: às portas de
seus irmãos, de suas irmãs, às portas de nosso coração, às portas de sua
Igreja. Jerusalém se sentia contente, tranquila com a sua vida e não precisava
do Senhor: não havia percebido que necessitava da salvação. E por isso, fechou
o seu coração ao Senhor. “O pranto de Jesus sobre Jerusalém – disse o Papa – é
o pranto sobre a sua Igreja, hoje, sobre nós”:
“Por que
Jerusalém não recebeu o Senhor? Porque estava tranquila com o que tinha, não
queria problemas. Mas, como diz o Senhor no Evangelho, “Se tu, ao menos neste
dia que te é dado, conhecesses o que te pode trazer a paz!... Mas não, isso
está oculto aos teus olhos”. Tinha medo de ser visitada pelo Senhor; tinha medo
da gratuidade de sua visita. Estava segura nas coisas que podia administrar.
Nós somos seguros nas coisas que podemos governar, mas a visita do Senhor, suas
surpresas... nós não podemos controlar”.
"Jerusalém
tinha medo disso: de ser salva pelo caminho de surpresas do Senhor. tinha medo
do Senhor, do seu Esposo, do seu Amado, e Jesus chora. Quando o Senhor visita
seu povo, leva a alegria, a conversão; nós não temos medo da alegria, não, mas
sim da felicidade que o Senhor nos traz, porque não podemos controlá-la. Temos
medo da conversão porque converter-se significa deixar que o Senhor nos
conduza”.
“Jerusalém era
tranquila, feliz - continuou o Papa - o templo funcionava. Os sacerdotes faziam
os sacrifícios, as pessoas vinham em peregrinação, os doutores da lei tinham
organizado tudo, tudo! Tudo claro! Todos os mandamentos claros... Mesmo com
tudo isso Jerusalém tinha a porta fechada”. A cruz, “preço daquela rejeição” -
observa o Papa - nos mostra o amor de Jesus, o que o leva a “chorar também hoje
- tantas vezes - pela sua Igreja”.
“Eu me pergunto:
hoje nós cristãos, que conhecemos a fé, o catecismo, que vamos à missa todos os
domingos, nós cristãos, nós pastores estamos felizes de nós mesmos? Porque
temos tudo resolvido e não precisamos de novas visitas do Senhor... E o Senhor
continua a bater à porta de cada um de nós e da sua Igreja, dos pastores da
Igreja. Sim, a porta do nosso coração, da Igreja, dos pastores não se abre: o
Senhor chora, também hoje”.
O Papa convida a
um exame de consciência: “Pensemos em nós: como estamos neste momento diante de
Deus?”. (CM/SP)
Fonte: radiovaticana.va
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