o Ano da Paz e nota pós-eleições
“A
paz é fruto da justiça. É importante superarmos as diferenças sociais em nosso
país”, disse o arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal
Raymundo Damasceno Assis, durante entrevista coletiva à imprensa, realizada
hoje, 20, em Brasília. O cardeal referia-se ao Ano da Paz, que será lançado
pela Conferência no primeiro domingo do Advento, 30 de novembro, e se estenderá
até o Natal de 2015.
Dom Leonardo, Dom Raymundo e Dom Belisário |
Segundo
dom Leonardo, a proposta é articular ações em âmbito nacional, como caminhadas
em favor da paz, em todas as dioceses e cidades do Brasil. “Também há sugestões
de iniciativas nas escolas e universidades, com o objetivo de despertarmos
nossos jovens para a importância da paz”, acrescentou.
Dom
Damasceno disse que a CNBB vai procurar envolver todas as organizações da
sociedade. “Precisamos ajudar a reconstruir relações de harmonia, amor,
fraternidade e respeito”, disse dom Damasceno.
Eleições
e reforma política
Durante
a coletiva, foi divulgada a nota “Brasil pós-eleições: compromissos e
desafios”, aprovada na reunião do Conselho Episcopal Pastoral, reunido em
Brasília, nos dias 18 e 19 de novembro.
O
texto, lido pelo arcebispo de São Luís (MA) e vice-presidente da CNBB, dom José Belisário,
recorda aos eleitos em outubro deste ano a responsabilidade que possuem
“de não frustrar as expectativas no exercício do seu mandato, bem como o dever
de governar para todo o povo brasileiro”.
Os
bispos reafirmam a importância da participação da Igreja na Política como
auxílio “na construção de uma sociedade justa e fraterna”. A Conferência
destaca a urgência da reforma política, como medida contra a corrupção no país.
De
acordo com dom Leonardo, já foram coletadas cerca de 600 mil assinaturas em
apoio ao Projeto de Lei de Iniciativa Popular pela Reforma Política Democrática
e Eleições Limpas. Entretanto, são necessárias 1 milhão e 500 mil assinaturas.
“A
reforma política é outra urgência inadiável. Convicta disso, a CNBB se
empenhará ainda mais na coleta de assinaturas para o Projeto de Lei de
Iniciativa Popular proposto pela Coalizão pela Reforma Política Democrática e
Eleições Limpas. À reforma política, entretanto, é necessário unir outras
reformas igualmente urgentes como a tributária e a agrária. O Brasil não pode
mais conviver com tanta omissão em relação a estas e outras matérias que lhe
são vitais”, afirmam os bispos na nota.
Segundo
dom Damasceno, a intenção é entregar o Projeto de Lei de Iniciativa
Popular ao Congresso Nacional na próxima legislatura, em fevereiro
ou março. "Esperamos que o congresso seja sensível a esse apelo da
sociedade e coloque na pauta, como prometeram todos os candidatos. A reforma
política foi compromisso de todos", disse o presidente da CNBB.
Fonte: cnbb.org.br
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