quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Para sua reflexão

Responsabilidade: onde posso ir com minha maturidade?

"O relógio da vida nem sempre tem as horas que eu quero" (Côn. Manuel)

A maturidade constitui uma das mais altas qualificações do ser humano. Revestido de princípios e valores, a pessoa, aos poucos, vai-se adornando de uma força que a direciona com segurança para aquilo que quer realizar e atingir. A responsabilidade lhe oferece todo um aparato contendo os elementos possíveis para que o sucesso seja promissor e os resultados contabilizem os esforços almejados. Se a personalidade engrandece as decisões de quem se lança para alcançar algo, a responsabilidade, com certeza, garante que o passo dado não foi em vão. A responsabilidade oferece ao homem as credenciais da liberdade. Este, sabendo de sua experiência, vai somando e alicerçando suas decisões, opiniões, caráter e, sobretudo, a consciência de que a vida pode cobrar muito caro do que foi feito à revelia na calada da "noite" ou nos porões de uma aventura pensando que ninguém estava vendo.

Zíbia Gasparetto tem um pensamento eloqüente que move nossa reflexão: "A cada novo minuto você tem a liberdade e a responsabilidade de escolher para onde quer seguir, mas é bom lembrar que tudo na vida tem seu preço". Não é pelo fato de eu possuir uma idade, que estou credenciado para fazer tudo o que quero passando por cima das circunstâncias da vida, vale dizer: ignorar o que o outro pensa. Não ligar para o sagrado de sua liberdade e, sobretudo, ter em mente o que o outro está vivendo no momento em que estou agindo com todos os valores da responsabilidade. Um exemplo. Uma amizade, um namoro, um casamento, entre outros, a responsabilidade não me oferece tudo pronto com uma formula ou um código a ser seguido. É preciso ir além da responsabilidade. O namoro, por exemplo, não me habilita a fazer tudo o que me apraz, só porque sou maduro, adulto e já sei o que quero. Tudo na vida me pede prudência. O relógio da vida nem sempre tem as horas que eu quero. É preferível atrasar cinco minutos e fazer uma boa reflexão / diálogo, para amadurecer meus atos, do que ter horas de lágrimas depois.

Victor Hugo tem uma celebre frase que, certamente, nos faz pensar: "Tudo quanto aumenta a liberdade, aumenta a responsabilidade". Sempre falo, 'onde tem muita liberdade também tem muita preocupação'. Hoje a responsabilidade não está respeitando os limites da liberdade. Por outras palavras, será que posso fazer tudo, sabendo que tenho responsabilidade? Eis a questão. Responsabilidade e liberdade são dois pulmões que precisam funcionar juntos. Vejamos. Um motorista pelo fato de ter carteira de habilitação, será que tem toda a responsabilidade nas mãos? Se fosse assim não haveria tantos acidentes. A responsabilidade não garante a segurança. Esta precisa ser conquistada todos os dias pelas vias da prudência, da reflexão e descobrir que ninguém está pronto só por ter esta máxima. Quantos casos mal pensados, embutidos numa falsa responsabilidade, levam a milhões de lágrimas? Quantos momentos disfarçados de responsabilidade, considerados maduros, levam as pessoas a ficarem marcadas para toda a vida. Uma traição, por exemplo, que garantia traz para a responsabilidade? Num princípio parece oferecer as credenciais da maturidade, mas no claro da realidade tudo não passa de uma ferida que se abre e dificilmente se fecha. Leve a sério sua responsabilidade. Procure examinar o grau de sua maturidade. Veja até onde vai sua liberdade. Trilhe os caminhos da prudência. A vitória será sua. Pense nisso.
                                                                                                Côn. Dr. Manuel Quitério de Azevedo
                                                                          Professor do Seminário de Diamantina e da PUC-MG
                                                               Membro da Academia de Letras e Artes de Diamantina (MG)
                                                                         Fonte: Site da Diocese de São José do rio Preto (SP)

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