quarta-feira, 6 de março de 2019

Papa na Audiência desta Quarta-feira de Cinzas:

"Jesus e seu Reino vêm a nós todos os dias"
Nesta Quarta-feira de Cinzas, o Papa desejou a todos um frutuoso caminho quaresmal que permita encontrar e seguir mais de perto Jesus, até poder dizer, com São Paulo, "já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim".
Cidade do Vaticano - Nesta bela quarta-feira de sol, antecedendo a primavera, o Papa foi acolhido por milhares de fiéis na Praça São Pedro, onde concedeu a audiência geral.
Francisco propôs a todos uma catequese de continuidade com o ciclo iniciado há algumas semanas sobre a oração do Pai Nosso. Desta vez, se deteve no verso ‘Venha a nós o vosso reino’, a segunda invocação com a qual nos dirigimos a Deus.
Atenção e ternura
“Os sinais da vinda deste Reino são muitos e todos positivos”, disse o Papa, lembrando que Jesus iniciou seu ministério curando os doentes no corpo e no espírito. Seja aqueles marginalizados e excluídos, os leprosos, como os pecadores, desprezados por todos, são sinais de que este mundo ainda está marcado pelo pecado e habitado por tanta gente que sofre, pessoas que não sabem se reconciliar nem perdoar, guerras e muitos tipos de exploração.
Tudo isso demonstra que a vitória de Cristo ainda não se completou e tantos homens e mulheres ainda vivem com o coração fechado. Quando nós cristãos dizemos: ‘Venha a nós o vosso Reino’, significa ‘Precisamos de Vós, em todos os lugares e para sempre, em meio de nós’.
A bênção do Pastor
Embora se realize lentamente, e seja certamente a maior força que existe, o Reino de Deus é como o fermento na farinha: não aparece muito, mas é ele que faz crescer a massa. É um ‘destino’ que podemos intuir na própria vida de Jesus. Ele também foi como uma ‘semente de mostarda’ que morreu na terra para ‘dar muito fruto’.
‘Venha a nós o vosso Reino!’: semeemos esta palavra em meio aos nossos pecados e tropeços. Ofereçamos esta invocação às pessoas vencidas e abatidas, a quem experimentou na vida mais ódio que amor, a quem viveu tantos dias inúteis sem entender porquê. Vamos doá-la a quem lutou pela justiça, a todos os mártires da história, a quem combateu por nada... Escutaremos então a oração do Pai Nosso responder, repetindo pela enésima vez aquelas palavras de esperança do Espírito Santo: “Sim, eu venho em breve. Amém!”.
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Assista:

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As cinzas sagradas, origem e significado
Com a Quarta-feira de Cinzas inicia a Quaresma, período de quarenta dias que precede a Páscoa, durante os quais somos convidados à conversão. Assim como na Sexta-feira Santa, é um dos principais dias da Quaresma a ser dedicado ao jejum e abstinência de carnes.
Cidade do Vaticano - Depois que João foi preso, Jesus veio à Galileia, pregando o Evangelho de Deus. Dizia: "Completou-se o tempo, e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho" (Mc 1, 1-15)
Do trecho do Evangelho de Marcos foi extraída a fórmula que acompanha a imposição das Cinzas Sagradas, permitidas para toda as celebrações do dia. Com este simples gesto no início deste período litúrgico, evidencia-se, além do aspecto penitencial, também o tempo da conversão, da oração assídua e do regresso ao Pai Celeste.
Origem da celebração
Segundo a antiga praxe, o sacramento da penitência era público e constituía de fato o rito que dava início ao caminho de penitência dos fiéis que seriam absolvidos na celebração da manhã da Quinta-feira Santa. Mais tarde o gesto da imposição das Cinzas – obtidas queimando os ramos de oliveiras benzidas no Domingo de Ramos do ano anterior – estendeu-se a todos os fiéis e foi colocado dentro da celebração da Missa, no final da homilia. Também a fórmula que acompanha, com o tempo foi mudada: no início era “recorda-te que és pó e em pó te hás de tornar!” extraído do Gênesis. Além disso, ainda hoje o rito Ambrosiano é diverso do Romano porque não consta a imposição das Cinzas e a Quaresma inicia no domingo seguinte.
O significado bíblico das Cinzas
As cinzas sagradas que são colocadas na fronte estão presentes no texto bíblico várias vezes e assumem um significado duplo. Antes de tudo indica a frágil condição do homem diante do Senhor, como evidencia Abraão que fala a Deus na Gênesis: “Abraão prosseguiu e disse: ‘Sou bem atrevido em falar a meu Senhor, eu que sou pó e cinza’” (Gên 18, 27). Jó também sublinha o profundo limite da própria existência: “Arremessam-me ao lodo e eu me confundo com a poeira e a cinza” (Jó 30, 19). Assim como outros exemplos do Livro da Sabedoria e do Eclesiástico: “De repente nascemos, e logo passaremos, como quem não existiu. Fumaça é a respiração em nossas narinas e o pensamento, uma centelha ao pulsar do coração: quando ela se apaga, nosso corpo se tornará cinza e o espírito se dispersará como o ar inconsistente. (Sab 2, 2-3); “Por que se ensoberbece quem é terra e cinza, aquele que ainda em vida expele as próprias entranhas? (Eclo 10,9). Também, as cinzas são um sinal concreto de quem se arrependeu e com o coração renovado retoma o próprio caminho para o Senhor, como se lê no Livro de Jonas no qual o rei de Nínive, ao receber a notícia da conversão do seu povo, senta-se sobre as cinzas, e no de Judith no qual os habitantes de Jerusalém que querem rezar a Deus para que os liberte, espalham em suas frontes as cinzas sagradas.
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Os votos do Papa para a Quaresma:
Penitência e conversão
Com o início da Quaresma nesta Quarta-feira de Cinzas, o Papa Francisco fez votos aos fiéis de que vivam este período em autêntico espírito de penitência e de conversão.
Cidade do Vaticano - "Como um retorno ao Pai": neste espírito, o Papa Francisco convida os fiéis a viverem a Quaresma, que teve início nesta Quarta-feira de Cinzas.
Na Audiência Geral na Praça São Pedro, ao saudar os peregrinos em italiano, o Pontífice fez votos de que cada um viva este tempo em "autêntico espírito penitencial e de conversão, como um retorno ao Pai, que espera todos com os braços abertos para nos admitir à comunhão mais íntima com Ele".
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Assista:
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Campanha da Fraternidade:
Mensagem do Papa Francisco ao povo brasileiro
Papa: "Os cristãos devem buscar uma participação mais ativa na sociedade como forma concreta de amor ao próximo, que permita a construção de uma cultura fraterna baseada no direito e na justiça".

Cidade do Vaticano - Como já é tradição, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) abre oficialmente nesta quarta-feira de Cinzas, (06/03), a Campanha da Fraternidade (CF). Neste ano de 2019 o tema é “Fraternidade e Políticas Públicas” e o lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is 1,27).
Nesta Campanha, que se desenvolve mais intensamente no período da Quaresma, a Igreja Católica busca chamar a atenção dos cristãos para o tema das políticas públicas, ações e programas desenvolvidos pelo Estado para garantir e colocar em prática direitos que são previstos na Constituição Federal e em outras leis. 
Igreja quer estimular a participação em políticas públicas
Nesta CF 2019, a Igreja no Brasil pretende estimular a participação dos cristãos em políticas públicas, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja para fortalecer a cidadania e o bem comum, sinais da fraternidade.  O texto-base da campanha descreve, entre outros tópicos, sobre o ciclo e etapas de uma política pública e faz a distinção entre as políticas de governo e as políticas de Estado, bem como apresenta os canais de participação social, como os conselhos previstos na Constituição Federal de 1988.
Todos os anos, a CNBB apresenta a CF como caminho de conversão quaresmal. É uma atividade ampla de evangelização que pretende ajudar os cristãos e pessoas de boa vontade a vivenciarem a fraternidade em compromissos concretos, provocando, ao mesmo tempo, a renovação da vida da Igreja e a transformação da sociedade, a partir de temas específicos. Em 2019, a Conferência convida todos a percorrer o caminho da participação na formulação, avaliação e controle social das políticas públicas em todos os níveis como forma de melhorar a qualidade dos serviços prestados ao povo brasileiro.
Mensagem do Papa Francisco
O Papa Francisco também este ano enviou uma mensagem por ocasião da abertura da Campanha da Fraternidade. Eis a íntegra da mensagem do Santo Padre:
Queridos irmãos e irmãs do Brasil!
Com o início da Quaresma, somos convidados a preparar-nos, através das práticas penitenciais do jejum, da esmola e da oração, para a celebração da vitória do Senhor Jesus sobre o pecado e a morte. Para inspirar, iluminar e integrar tais práticas como componentes de um caminho pessoal e comunitário em direção à Páscoa de Cristo, a Campanha da Fraternidade propõe aos cristãos brasileiros o horizonte das “políticas públicas”.
Muito embora aquilo que se entende por política pública seja primordialmente uma responsabilidade do Estado cuja finalidade é garantir o bem comum dos cidadãos, todas as pessoas e instituições devem se sentir protagonistas das iniciativas e ações que promovam «o conjunto das condições de vida social que permitem aos indivíduos, famílias e associações alcançar mais plena e facilmente a própria perfeição» (Gaudium et spes, 74).
Cientes disso, os cristãos - inspirados pelo lema desta Campanha da Fraternidade «Serás libertado pelo direito e pela justiça» (Is 1,28) e seguindo o exemplo do divino Mestre que “não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20,28) - devem buscar uma participação mais ativa na sociedade como forma concreta de amor ao próximo, que permita a construção de uma cultura fraterna baseada no direito e na justiça. De fato, como lembra o Documento de Aparecida, «são os leigos de nosso continente, conscientes de sua chamada à santidade em virtude de sua vocação batismal, os que têm de atuar à maneira de um fermento na massa para construir uma cidade temporal que esteja de acordo com o projeto de Deus» (n. 505).
De modo especial, àqueles que se dedicam formalmente à política - à que os Pontífices, a partir de Pio XII, se referiram como uma «nobre forma de caridade» (cf. Papa Francisco, Mensagem ao Congresso organizado pela CAL-CELAM, 1/XII/2017) – requer-se que vivam «com paixão o seu serviço aos povos, vibrando com as fibras íntimas do seu etos e da sua cultura, solidários com os seus sofrimentos e esperanças; políticos que anteponham o bem comum aos seus interesses privados, que não se deixem intimidar pelos grandes poderes financeiros e mediáticos, sendo competentes e pacientes face a problemas complexos, sendo abertos a ouvir e a aprender no diálogo democrático, conjugando a busca da justiça com a misericórdia e a reconciliação» (ibid.).
Refletindo e rezando as políticas públicas com a graça do Espírito Santo, faço votos, queridos irmãos e irmãs, que o caminho quaresmal deste ano, à luz das propostas da Campanha da Fraternidade, ajude todos os cristãos a terem os olhos e o coração abertos para que possam ver nos irmãos mais necessitados a “carne de Cristo” que espera «ser reconhecido, tocado e assistido cuidadosamente por nós» (Bula Misericórdia vultus, 15). Assim a força renovadora e transformadora da Ressurreição poderá alcançar a todos fazendo do Brasil uma nação mais fraterna e justa. E para lhes confirmar nesses propósitos, confiados na intercessão de Nossa Senhora Aparecida, de coração envio a todos e cada um a Bênção Apostólica, pedindo que nunca deixem de rezar por mim.
Vaticano, 11 de fevereiro de 2019.
                                                                   [Franciscus PP.]
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                                                                                                               Fonte: vaticannews.va

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