quarta-feira, 6 de março de 2019

Cardeal Sergio da Rocha no lançamento da CF 2019:

“Uma das principais
exigências da espiritualidade quaresmal é a fraternidade”

O presidente da CNBB, cardeal Sergio da Rocha, durante cerimônia de lançamento da Campanha da Fraternidade 2019, na sede provisória da Conferência, na manhã desta Quarta-feira de Cinzas, dia 6 de março, reforçou a importância de ligar o tema da Campanha da Fraternidade (CF) com a espiritualidade quaresmal:  A Campanha “ocorre durante a quaresma porque quer ser sinal e instrumento de vivência quaresmal“. Ele ainda recordou: “sabemos que uma das principais exigências da espiritualidade quaresmal é justamente a fraternidade, o amor fraterno, com seus vários níveis e exigências“. Ele estava acompanhado na cerimônia pelo secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Além deles, também foram convidados para o ato Geniberto Paiva Campos, médico cardiologista do Observatório do Distrito Federal; Gilberto Vieira dos Santos, secretário-adjunto do Conselho Indigenista Missionário (Cimi); e Vânia Lúcia Ferreira Leite, membro da Pastoral da Criança e do Conselho Nacional de Saúde.
Dom Sergio recordou, ema sua intervenção na cerimônia, a mensagem do Papa Francisco para a Campanha da Fraternidade que foi lida no início da cerimônia: os cristãos “devem buscar uma participação mais ativa na sociedade como forma concreta de amor ao próximo, que permita a construção de uma cultura fraterna baseada no direito e na justiça.
Objetivos da CF
“Um dos principais objetivos da CF“, disse o cardeal, “é contribuir para o conhecimento da importância do tema e promover uma participação maior na elaboração de políticas públicas nos diversos âmbitos da vida social (saúde, educação, segurança pública, meio ambiente…) temas já trabalhados em temas anteriores. De tal modo, que esta Campanha, com um tema de caráter mais abrangente, retoma e dá continuidade a outras que tiveram temas mais específicos. Ela estimula o exercício consciente e responsável da cidadania, despertando o interesse pelas políticas públicas, tema exigente e aina pouco conhecido.
Dom Sergio explicou: “Durante o tempo quaresmal, teremos a ocasião especial para conhecer melhor o tema desta Campanha. É importante refletir sobre o tema por meio de encontros de formação, palestras, debates e rodas de conversa. Há diversos modos de participar da vida política, muito além da militância em partidos políticos, como participação em conselhos paritários, em audiências públicas, em movimentos sociais e tantas outras iniciativas de cidadania responsável”.
Missão profética
Dom Sergio da Rocha
Presidente da CNBB também afirmou que “as políticas públicas devem assegurar e efetivar direitos fundamentais da população, a começar dos mais pobres e vulneráveis. O bem dos pequenos e fragilizados é critério para assegurar se a política está efetivamente a serviço do bem comum. Os pobres e excluídos não podem ser esquecidos; ao contrário, devem ser considerados com especial atenção e elaboração de políticas públicas“. E considerou: “o desafio de de contribuir para a formulação de políticas públicas se desdobra e se completa em dois outros grandes mo momentos: acompanhar a efetivação das públicas e avaliar os seus resultados.
Dom Sergio ainda disse que “o lema ‘serás libertado pelo direito e pela justiça’, extraído do Profeta Isaías (Is 1,27) ilumina e anima esta Campanha, orientando as nossas ações. Mais uma vez, a Igreja não pretende oferecer soluções técnicas para os problemas sociais, nem se deixa guiar por ideologias ou partidos. Cumpre a sua missão profética nas condições concretas da história, oferecendo aquilo que tem de mais precioso: a luz da fé, a Palavra de Deus, os valores do Evangelho. A Igreja oferece critérios, princípios, valores éticos, a serem acolhidos na ação político partidária e demais iniciativas no âmbito político, tendo como grandes fontes a Palavra de Deus e a Doutrina Social da Igreja.
Sociedade
O presidente da CNBB fez a seguinte constatação: “Graças a Deus, a Campanha da Fraternidade tem repercutido não apenas no interior das comunidades católicas, mas também nos diversos ambientes da sociedade. Pela sua natureza, ela sempre muito além da Igreja Católica. Tem contado, cada vez mais, com a participação de muitas entidades da sociedade civil, de escolas, de outras igrejas cristãs e de órgãos públicos. A Campanha exige ações comunitárias, além das iniciativas pessoais. Exige sempre com muito diálogo, reflexão e ação conjunta, especialmente para desenvolver o tema das políticas públicas. A construção de políticas públicas deve ser tarefa coletiva numa sociedade democrática e participativa.
Além da intervenção de Dom Sérgio, os outros convidados especiais tiveram um tempo para falar sobre o tema. No final, o cardeal agradeceu a todos e pediu: “Deus abençoe a todos os que se empenharem na realização desta Campanha e torne fecundo o trabalho a ser realizado. Amém.
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Raquel Dodge:
“Campanha pede
políticas públicas que ensejem vida digna para todos”

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, participou da cerimônia de abertura da Campanha da Fraternidade 2019, realizada na manhã desta Quarta-feira de Cinzas, na sede provisória da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília (DF). Em sua fala, a chefe do Ministério Público Federal (MPF) enfatizou a promoção da fraternidade, “como princípio que move a Igreja e deve mover o Estado brasileiro”. Para a procuradora, a CF “pede políticas públicas que ensejem vida digna para todos”.
“Esta edição da Campanha toca em uma dimensão da fraternidade que fala ao Estado brasileiro, aos gestores públicos, aos serviços públicos que todos utilizamos ou são postos à nossa disposição. Fala também aos cristãos leigos e a todos os cidadãos da sua atuação no campo da política”, afirmou Raquel Dodge, que continuou ressaltando que a CF “toca na esperança dos brasileiros, nas suas perplexidades, em suas dores e expectativas de solução para problemas concretos que enfrentam no cotidiano de suas vidas”.
Vida digna e políticas públicas
Raquel Dodge, ao destacar o pedido por políticas públicas que ensejem vida digna para todos, elencou vários exemplos que devem ser atingidos de forma solidária com a abordagem da temática proposta pela CNBB neste tempo da Quaresma: “os que sofrem de doenças raras ou incuráveis, que necessitam de mais pesquisa científica ou de medidas que aliviem a dor; com os que padecem de doenças curáveis ou controláveis e necessitam de diagnóstico mais rápido, de medicamentos constantes e de assistência mais próxima de suas casas; com os que perdem a vida em estradas mal preservadas e mal sinalizadas; com os que sofrem sede de água potável ou são forçados a sobreviver com acesso precário ou águas impróprias para consumo humano; com os que precisam de educação de qualidade, para romper o ciclo da miséria e para garantia do desenvolvimento nacional”.
Raquel Dodge
“As políticas públicas devem resultar na inclusão de todos, com qualidade e trato humanitário, de modo a que ninguém esteja fora de seu âmbito de proteção”, reforçou Dodge, que fez referência aos fundamentos e objetivos da República expressos nos artigos 1º e 3º da “Constituição Cidadã de 1988”.
Citando o Papa Francisco, para quem a “fraternidade manifesta-se nos deveres de solidariedade, de justiça social e de caridade universal”, a procuradora apontou para políticas públicas que estimulam relações fraternas entre brasileiros e imigrantes. Continuou enumerando realidades que podem ser tocadas pela fraternidade: redução da violência cotidiana; enfrentamento das muitas formas de corrupção, de crime organizado e ações ilícitas “que fragilizam direitos e deixam milhares de pessoas submetidas à força destrutiva da avareza e da manipulação”.
Ainda: o estímulo ao trabalho mais vigoroso pela erradicação da violência doméstica; o tratamento adequado e prioritário ao fenômeno da violência e dos abusos contra crianças e adolescentes; o impedimento à destruição das florestas, à extinção da fauna e à degradação de recursos naturais.
Direito e a justiça
Raquel Dodge encerrou ressaltando que o Estado deve considerar as dimensões do Direito e da Justiça, expressos no lema da Campanha da Fraternidade 2019: “Esta Campanha nos convida, finalmente, a refletir sobre o modo como realizaremos o justo. Propõe que estimulemos fraternidade nos objetivos, na idealização e na implementação de políticas públicas, que protejam a dignidade humana em uma sociedade livre, justa, pluralista e solidária”.
“Estou segura de que esta Campanha fortalecerá políticas públicas de qualidade, comprometidas com a proteção devida a todos, sobretudo aos mais frágeis e marginalizados. E, nos passos do Papa Francisco, também concluo: ‘A força da fraternidade […] é a nova fronteira do cristianismo’ e da humanidade”, finalizou.
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                                                                                                                    Fonte: cnbb.org.br

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