Quatro palavras-chave
Documentos da
Igreja fazem uma análise da realidade eclesial na sociedade de hoje a partir de
quatro palavras. Trata-se de uma análise na ótica da fé e não da sociologia.
Vejamos:
Fidelidade à missão dada por Deus |
2. Mundanização
da Igreja. Somos influenciados pelas redes sociais que criam a dependência de
aparelhos eletrônicos. Estamos divididos dentro de nós mesmos e profundamente
fragmentados. Há uma fratura entre o que dizemos o que somos e o que fazemos.
Os ídolos do sexo, do dinheiro, do poder e do prestigio atacam. O Papa
Francisco alude a um “mundanismo espiritual” que consiste em obter vantagens
pessoais e interesses próprios usando Deus, a Igreja, os trabalhos pastorais. A
resposta a esta mundanidade está na busca diária da santidade pela mediação da
vida espiritual como, por exemplo: a oração, a leitura orante da Palavra, a
celebração dos sacramentos especialmente da confissão e a prática da caridade.
3. Sacramentalização.
Entendemos por sacramentalização o costume de celebrar os sacramentos sem
preocupação pela conversão do coração, sem o engajamento na comunidade, sem a
consciência da evangelização. Os sacramentos se transformaram em ritos,
costumes, obrigações, porém sem frutos na vida pessoal, eclesial e social.
Recebe-se os sacramentos por obrigação, por tradição ou por imposição. No ritmo
da sacramentalização temos conferido o batismo sem preparação e sem
evangelização. Nossos fiéis “são batizados não evangelizados”. As crianças da
Primeira Eucaristia desaparecem da Igreja, os crismandos não perseveram, os que
se casam não sabem usufruir da riqueza do sacramento que receberam. Comunga-se
por costume. O remédio para a superação da sacramentalização é a iniciação
cristã.
4. Administração.
Trata-se de uma “inversão pastoral”, pois os que deviam ser bons pastores se
tornam mais administradores que evangelizadores. Eis o problema da burocracia,
gasta-se tempo e energias em preocupações administrativas, burocráticas,
estruturais e não se investe no atendimento das pessoas, no contato com os
catequizandos, na preparação das homilias, na visitação dos doentes e das
casas. Reza-se por obrigação e não por gratidão e convicção. Há um reducionismo
espiritual e pastoral e um exagero em coisas de administração. Os ministros
leigos realizam pregações, celebrações, trabalhos missionários e nós da
hierarquia ficamos com a administração. Eis uma “inversão de valores”
O Papa Francisco
quer mais pastoral e menos administração, mais missão e menos estruturas, mais
proximidade do povo e menos burocracia
Dom Orlando
Brandes - Arcebispo de Metropolitano de Londrina
Fonte: arqlondrina.com.br Ilustração: missaomaterrosarium.blogspot.com.br
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