Papa Francisco:
'Sinal
da cruz' não é mágico, é o amor infinito de Deus
Cidade do
Vaticano (RV) - Na Oração Mariana do Angelus deste domingo (14), o
Pontífice recordou da festa que Igreja celebra hoje, da Exaltação da Santa
Cruz.
Algumas pessoas
não-cristãs podem se perguntar: por que ‘exaltar’ a cruz? Podemos responder que
nós não exaltamos uma cruz qualquer ou todas as cruzes: exaltamos a Cruz de
Jesus Cristo, porque é nela que foi revelado o máximo amor de Deus pela
humanidade.
O Santo Padre
fez referência ao Evangelho de João na liturgia de hoje: ‘Deus amou tanto o
mundo, que entregou o seu Filho único’. O Pai ‘deu’ o Filho para nos salvar, e
isso resultou na morte de Jesus e na morte na cruz. Papa Francisco, então, fez
uma reflexão conjunta: “Por quê? Por que foi necessária a Cruz? Por causa da
gravidade do mal que nos mantinha escravos”.
A Cruz de Jesus
exprime duas coisas: toda a força negativa do mal e toda a suave onipotência da
misericórdia de Deus. A Cruz parece decretar o fracasso de Jesus, mas, na
realidade, marca a sua vitória. No Calvário, aqueles que o injuriavam, diziam:
‘Se és Filho de Deus, desce da cruz’. Mas a verdade era o oposto: justamente
porque era o Filho de Deus, Jesus estava ali, na cruz, fiel até o final ao
desígnio do amor do Pai. E exatamente por isso Deus ‘exaltou’ Jesus, dando-lhe
uma realeza universal.
O Pontífice,
então, explica que, quando olhamos para a Cruz onde Jesus foi pregado,
contemplamos o sinal do amor infinito de Deus para cada um de nós e a raiz da
nossa salvação. “Daquela Cruz vem a misericórdia do Pai que abraça o mundo
inteiro. Através da Cruz de Cristo, se venceu o mal, a morte foi derrotada, a
vida nos foi doada e a esperança restituída. A Cruz de Jesus é nossa única e
verdadeira esperança!”, complementa o Santo Padre.
É por isso que a
Igreja ‘exalta’ a Santa Cruz, e é por isso que, nós, cristãos, nos abençoamos
com o sinal da cruz. Mas, atenção: não é um sinal ‘mágico’! Acreditar na Cruz
de Jesus significa O seguir no Seu caminho. Dessa maneira, inclusive os
cristãos colaboram com a Sua obra de salvação, aceitando com Ele o sacrifício,
o sofrimento, como também a morte pelo amor de Deus e dos irmãos. Enquanto
contemplamos e celebramos a Santa Cruz, pensamos comovidos por tantos nossos
irmãos e irmãs que são perseguidos e mortos por causa da sua fidelidade a
Cristo. Isso acontece, em particular, lá onde a liberdade religiosa ainda não é
garantida ou plenamente realizada. Acontece, porém, mesmo nos países e
ambientes em que, em princípio, protegem a liberdade e os direitos humanos, mas
onde concretamente os fiéis e, especialmente, os cristãos, encontram limitações
e discriminações. Por isso, hoje, recordamos e rezamos em modo todo especial
por eles.
Nesta
segunda-feira (15), a Igreja celebra Nossa Senhora das Dores. O Papa também
lembrou que era Ela quem estava no Calvário, aos pés da Cruz. “A Ela, confio o
presente e o futuro da Igreja, para que todos sempre saibamos descobrir e
acolher a mensagem de amor e de salvação da Cruz de Jesus”, finalizou Francisco,
na Oração do Angelus.
Nas suas
saudações finais, o Bispo de Roma assegurou o compromisso e a oração da Igreja
Católica, encorajando o esforço da comunidade internacional, através da Missão
desejada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas que começa nesta
segunda-feira (15). Uma iniciativa em apoio à pacificação da República
Centro-Africana e para proteger a população civil, que está gravemente sofrendo
com as conseqüências do conflito em andamento: “quanto antes a violência ceda
lugar ao diálogo; as facções opostas deixem da parte os interesses particulares
e se esforcem para que cada cidadão, de qualquer etnia e religião a que
pertença, possa colaborar para construir o bem comum”, disse o Papa.
O Pontífice
também registrou a Sua visita de sábado (13) à Redipuglia, região nordeste da
Itália, quando rezou pelos mortos da I Guerra Mundial. Evocando os números
dramáticos de 8 milhões de soldados e cerca de 7 milhões de civis mortos, o
Papa condenou novamente os conflitos, dizendo: “isso mostra como a guerra é uma
loucura, na qual a humanidade ainda não aprendeu a lição. Pois, depois disso,
teve a II Guerra e tantas outras. Quando vamos aprender? Convido a olharmos
para Jesus crucificado, para percebermos que o mal é destruído pelo bem. A
resposta da guerra só faz aumentar o mal e a morte”, finalizou Francisco. (AC)
Fonte: radiovaticana.va news.va
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