É o
Espírito, e não os diplomas, que dão identidade ao cristão
Cidade do
Vaticano (RV) – “A autoridade do cristão provém do Espírito Santo, não da
sabedoria humana ou de láureas em teologia”: este foi o destaque da homilia
proferida pelo Papa na missa matutina de terça-feira, 2. “As pessoas estavam
maravilhadas com o ensinamento de Jesus, porque sua palavra ‘tinha
autoridade’”. A passagem do Evangelho do dia (Lc 4, 16-30) serviu como
inspiração ao Papa para falar da natureza da autoridade do Senhor e,
consequentemente, do cristão.
Jesus é o Filho do Deus, ungido e enviado para nos salvar |
“Jesus não era
um pregador comum, pois a sua autoridade vinha da unção especial do Espírito
Santo”, disse Francisco, prosseguindo: “Jesus é o Filho do Deus ungido e
enviado para trazer a salvação, a liberdade. Algumas pessoas se escandalizavam
com este estilo de Jesus, a sua identidade e liberdade”:
“E nós, podemos
nos questionar sobre a nossa identidade de cristãos? É São Paulo que hoje
responde”, completou o Papa. “Destas coisas nós não falamos com palavras
sugeridas pela sabedoria humana. Paulo não pregou porque estudou na
Universidade Lateranense, ou na Gregoriana… Não, não! Essa sabedoria lhe foi
ensinada pelo Espírito. Ele dizia coisas espirituais em termos espirituais...
mas o homem, com suas forças, não compreende o Espírito de Deus: o homem
sozinho não pode entender isso!”.
“Por isso – prosseguiu –
se não entendermos bem as coisas do Espírito, não poderemos e nem ofereceremos
testemunho, não teremos identidade. Para eles – explicou – estas
coisas do Espírito eram loucura, não eram capazes de entendê-las. Já o homem
movido pelo Espírito julga as coisas, é livre e não pode ser julgado por
ninguém”.
Senhor, doe-nos a unção do Espírito Santo |
“Nós temos o
pensamento de Cristo, ou seja, do Espírito de Cristo. Esta é a identidade
cristã; não ter o espírito do mundo, com seu modo de pensar, seu modo de
julgar... Você pode ter cinco diplomas em teologia e não ter o Espírito de
Deus! Pode até ser um grande teólogo, mas não ser um cristão, porque não tem o
Espírito de Deus, aquele que dá autoridade, que dá identidade, a unção do
Espírito Santo”.
“Por isso – disse
ainda Francisco – “o povo não gostava daqueles pregadores, dos doutores da
lei: eles falavam, sim, de teologia, mas não tocavam o coração, não davam
liberdade. Eles não eram capazes de fazer com que o povo encontrasse sua
própria identidade, porque não eram ungidos pelo Espírito Santo”:
“A autoridade de
Jesus – e a do cristão – provém justamente desta capacidade de entender as
coisas do Espírito, de falar a mesma língua do Espírito. Vem da unção do
Espírito Santo. Muitas vezes, vemos entre nossos fiéis velhinhas simples, que
nem terminaram o ensino fundamental, mas que sabem dizer as coisas melhor do
que um teólogo, porque têm o Espírito de Cristo, o que São Paulo possuia e que
todos devemos pedir”.
O Papa terminou
a homilia pedindo ao Senhor que nos dê a identidade cristã, a mesma que Ele
tinha. “Senhor, doe-nos a unção do Espírito Santo”, clamou. (CM)
Fonte: radiovaticana.va
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