domingo, 21 de setembro de 2014


Enviado por Cristo para confirmar na fé os católicos albaneses e exaltar a convivência inter-religiosa

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco iniciou, na manhã deste domingo, 21, a sua IV Viagem Apostólica internacional, que o levou à Albânia.
O Bispo de Roma deixou o Vaticano, de helicóptero, às 7.30 hs, hora local, dirigiu-se ao aeroporto internacional de Fiumicino, onde foi saudado pelo bispo local, Dom Gino Reali, e embarcou para Tirana, capital da Albânia, onde chegou após uma hora e trinta minutos de voo.
Peregrino do amor e da paz
Em vista desta quarta viagem internacional, o Pontífice se dirigiu, à Basílica romana de Santa Maria Maior, na noite da última quinta-feira, 18, para rezar, diante do ícone mariano mais venerado em Roma, Salus Populi Romani, Salvação do Povo Romano, pelo bom êxito da sua viagem. 
Assim, o Sucessor de Pedro, partiu para mais uma etapa internacional, a fim de levar sua mensagem de paz, amor, reconciliação e fraternidade aos povos da terra. 
Como faz, habitualmente, durante suas viagens apostólicas, o Pontífice enviou um telegrama aos governantes dos países, sobre os quais sobrevoa, neste caso ao da Itália, Presidente Giorgio Napolitano, ao qual fez uma cordial saudação, desejando paz e serenidade a toda população italiana. 
Banner de boas-vindas
Durante o voo, o Papa Francisco manteve um breve colóquio com os cerca de 50 jornalistas credenciados, que o acompanhavam na viagem, que representam de dez países e diversos meios de comunicação internacionais: imprensa, agências de notícias, televisões, rádios, fotógrafos.
A convite do Padre Federico Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, o Santo Padre falou sobre esta viagem internacional, que o leva à Albânia:
“Esta, certamente, não será uma viagem de descanso. No entanto, agradeço a vocês pela preciosa ajuda, porque as pessoas e o mundo, através de vocês, sabem o que o Papa faz e o que as Igrejas estão fazendo, de modo particular, aquela na Albânia. Este é um país que sofreu muito. Quantos sofrimentos! Mas, por outro lado, este é um país que conseguiu encontrar a paz, não obstante as diferenças religiosas. Este é um belo sinal para o mundo: o diálogo, a paz e o equilíbrio, que favorece a boa convivência. Mais uma vez, obrigado pela colaboração de vocês, e rezem por mim”! (MT)

Papa na cerimônia de boas-vindas em Tirana: 
liberdade, diálogo e convivência pacífica

Tirana (RV) - O Presidente da República da Albânia, Bujar Nishani, pronunciou seu discurso de boas-vindas ao Papa Francisco, o qual, por sua vez, agradeceu ao Presidente pelas amáveis palavras, em nome dos presentes e de toda a nação. 
Em seu discurso, o Bispo de Roma saudou os presentes e expressou sua “imensa alegria de estar na nobre terra da Albânia: terra de heróis, que sacrificaram a vida pela independência do país; terra de mártires, que testemunharam a sua fé nos tempos difíceis de perseguição. 
Papa e o Presidente da Albânia
E, ao agradecer o convite de visitar a Albânia, chamada “terra das águias”, e a calorosa recepção festiva, o Pontífice disse:
“Passou quase um quarto de século desde que a Albânia reencontrou o caminho árduo, mas emocionante, da liberdade. Esta permitiu à sociedade albanesa empreender um percurso de reconstrução material e espiritual, pôr em movimento tantas energias e iniciativas, abrir-se à colaboração e a permutas com os países vizinhos dos Balcãs e do Mediterrâneo, da Europa e do mundo inteiro. A liberdade reencontrada permitiu-lhes olhar para o futuro com confiança e esperança, iniciar projetos e tecer de novo relações de amizade com nações vizinhas e distantes”. 
Na realidade, o respeito dos direitos humanos, entre os quais sobressai a liberdade religiosa e a liberdade de expressão do pensamento - disse o Papa - é condição preliminar para o próprio progresso econômico e social de um país. Quando a dignidade do homem é respeitada e os seus direitos são reconhecidos e garantidos, florescem também a criatividade e a audácia, podendo a pessoa humana criar inúmeras iniciativas em prol do bem comum. E o Pontífice acrescentou:
“Alegro-me, de modo particular, por uma característica feliz da Albânia, que deve ser preservada com todo zelo e atenção: a convivência pacífica e a colaboração entre os membros das diferentes religiões. O clima de respeito e mútua confiança entre católicos, ortodoxos e muçulmanos é um bem precioso para o país e adquire uma relevância especial, neste nosso tempo, no qual é deturpado, por parte de grupos extremistas, o autêntico sentido religioso; são distorcidas e manipuladas as diferenças entre as várias confissões, fazendo delas um perigoso fator de conflito e violência, em vez de ocasião de diálogo aberto e respeitoso e de reflexão comum sobre o que significa crer em Deus e seguir a sua lei”.
Dia histórico e festivo na Albânia
Ninguém, - advertiu o Pontífice - pense de poder ter Deus como escudo, enquanto projeta e comete atos de violência e vexação! Ninguém aproveite da religião como pretexto para as suas ações, contrárias à dignidade do homem e aos seus direitos humanos fundamentais, principalmente o direito à vida e à liberdade religiosa! O que está acontecendo aqui na Albânia – acrescentou - demonstra, pelo contrário, que a convivência pacífica e fecunda entre pessoas e comunidades pertencentes a diferentes religiões é não só desejável, mas também concretamente possível e realizável. E o Papa continuou:
“A convivência pacífica entre as várias comunidades religiosas é, efetivamente, um bem inestimável para a paz e o desenvolvimento harmonioso de um povo. Trata-se de um valor que deve ser defendido e incrementado, a cada dia, através da educação ao respeito das diferenças e das identidades específicas, abertas ao diálogo e à cooperação, para o bem de todos, através do exercício do conhecimento e da estima recíprocos. Este é um dom que se deve pedir, incessantemente, ao Senhor na oração. Que a Albânia possa continuar sempre por esta estrada, tornando-se um exemplo de inspiração para tantos países!
O Bispo de Roma continuou seu discurso dizendo: “Depois do inverno do isolamento e das perseguições, chegou, finalmente, a primavera da liberdade -. Através de eleições livres e novos ordenamentos institucionais, consolidou-se o pluralismo democrático, e isto favoreceu também a retomada das atividades econômicas”. 
“Muitos, especialmente no início, motivados pela busca de trabalho e de melhores condições de vida, tomaram o caminho da emigração e contribuem, à sua maneira, para o progresso da sociedade albanesa, enquanto outros redescobriram as razões para permanecer na pátria e construí-la a partir de dentro. As fadigas e os sacrifícios de todos cooperaram para a melhoria das condições gerais”.
Por outro lado, - afirmou o Santo Padre – “a Igreja Católica pôde voltar a uma vida normal, reconstituindo a sua hierarquia e reatando os fios de uma longa tradição. Foram edificados ou reconstruídos lugares de culto, entre os quais sobressai o Santuário de Nossa Senhora do Bom Conselho em Escútari; foram fundadas escolas e importantes centros de educação e de assistência, postos à disposição de toda a população. Por isso, a presença da Igreja e a sua atividade são vistas, justamente, como um serviço à nação inteira, e não apenas à comunidade católica”.
Neste contexto, o Bispo de Roma recordou a bem-aventurada Madre Teresa de Calcutá, que, junto com os mártires, deu heróico testemunho da sua fé. A eles o Papa expressou seu mais alto reconhecimento: “Eles se alegram no Céu pelo empenho dos homens e mulheres de boa vontade, que fazem reflorescer a sociedade e a Igreja na Albânia”.
Ao término do seu discurso, o Pontífice advertiu para os novos desafios, que se apresentam ao país e que aguardam respostas concretas. “Em um mundo, que tende à globalização econômica e cultural, - afirmou o Papa - é preciso fazer todo o esforço possível para que o crescimento e o progresso sejam possíveis em prol de todos e não apenas de uma parte da população. Além disso, tal progresso só será autêntico se for também sustentável e equitativo, isto é, se tiver bem presente os direitos dos pobres e o respeito do meio ambiente. E deixou sua exortação final:
“A globalização dos mercados deve ser correspondida com a globalização da solidariedade; o crescimento econômico deve ser acompanhado por um maior respeito pela criação; além dos direitos individuais, devem ser tutelados também os direitos das realidades intermédias, entre o indivíduo e o Estado, dando particular ênfase à família. Hoje a Albânia pode enfrentar estes desafios em um contexto de liberdade e estabilidade, que deve ser consolidado e que permita olhar para o futuro com esperança”.
O Papa Francisco concluiu seu discurso de boas-vindas à Albânia, agradecendo, cordialmente, a todos pela delicada hospitalidade e invocando sobre o país, - como fez São João Paulo II, em abril de 1993 - a proteção de Maria, Mãe do Bom Conselho, confiando-lhe as esperanças de todo o povo albanês. (MT)
                                                                        Fonte: radiovaticana.va        news.va 
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