Se
você não está próximo às pessoas e não dá esperança,
as pregações são vaidades
Cidade do
Vaticano (RV) – Podem-se fazer belas pregações, mas se você não está
próximo às pessoas, se você não sofre com as pessoas e não dá esperança, essas
pregações não servem, elas são vaidades: foi o que disse o Papa durante a sua
homilia nesta manhã de terça-feira na Casa Santa Marta, dia em que a Igreja
recorda o papa São Cornélio, e o bispo São Cipriano, mártires.
O Evangelho do
dia fala de Jesus que se aproxima de um cortejo fúnebre: uma viúva de Naim
perdeu seu único filho. O Senhor realiza o milagre de trazer à vida o jovem -
afirma o Papa -, mas faz muito mais: ele está próximo. “Deus – dizem as pessoas
- visitou o seu povo”. Quando Deus visita “há algo a mais, há algo de novo”,
“quer dizer que a sua presença está especialmente ali”. Jesus está próximo:
Estar próximo do povo |
“Estava próximo
do povo. Deus está próximo e é capaz de entender o coração das pessoas, o
coração do seu povo. Então o Senhor vê aquele cortejo, e se aproxima. Deus
visita o seu povo, em meio a seu povo, e se aproxima. Proximidade: é o modo de
Deus. Depois, há uma expressão que se repete na Bíblia, muitas vezes: ‘O
Senhor, movido de grande compaixão’. A mesma compaixão que, diz o Evangelho,
teve quando viu tantas pessoas como ovelhas sem pastor. Quando Deus visita o
seu povo, Ele está próximo, Ele se aproxima e sente compaixão: comove-se”.
“O Senhor –
continuou o Papa Francisco - ficou profundamente comovido, como tinha ficado
diante do túmulo de Lázaro”. Assim como também ficou comovido o pai, “quando
viu voltar para casa o filho pródigo”:
“Proximidade e
compaixão: assim o Senhor visita o seu povo. E quando nós queremos anunciar o
Evangelho, levar adiante a Palavra de Jesus, o caminho é esse. O outro caminho
é o dos mestres, dos pregadores do templo: os doutores da Lei, os escribas, os
fariseus... Afastados do povo, falavam...bem: falavam bem. Ensinavam a Lei,
bem. Mas afastados. E isto não era um olhar do Senhor: era outra coisa. O povo
não sentia isso como uma graça, porque faltava a proximidade, faltava a
compaixão, isto é, sofrer com o povo.”
“E tem outra
palavra – sublinhou o Papa – que é própria de quando o Senhor visita o seu
povo: ‘O morto se sentou e começou a falar, e ele – Jesus – o restituiu à sua
mãe’”:
“Quando Deus
visita o seu povo, restitui ao povo a esperança. Sempre. Pode-se pregar a
Palavra de Deus brilhantemente: encontramos grandes pregadores na história. Mas
se estes pregadores não conseguem semear a esperança, essa pregação não serve.
É vaidade!”
Olhando Jesus
que restituiu à mãe o filho vivo – concluiu o Papa – “podemos entender o que
significa uma visita de Deus a seu povo. E pedir a graça que nosso testemunho
de cristãos seja testemunho portador da visita de Deus ao seu povo, isto é, da
proximidade que semeia a esperança.”
Fonte: radiovaticana.va
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