Celebramos neste final de semana a Exaltação da Cruz de
Cristo. Essa festa, fora do tempo litúrgico onde se celebra a Paixão de Jesus,
de modo mais eloquente, tem como objetivo o aprofundamento do mistério da Cruz.
Acompanhemos o
Papa Bento XVI em sua explicação sobre mistério da cruz.“Por que mistério? Na
linguagem cristã, mistério é aquela verdade que conhecemos, mas não a
conhecemos totalmente e que, aos poucos, vamos tomando conhecimento da riqueza
que possui.
A cruz sempre
foi sinal de morte, de sofrimento, de derrota. Quando o Filho de Deus, por
nosso amor a abraçou, sendo nela supliciado e morto, ela passou a ser sinal do
Amor de Deus por nós, principalmente quando refletimos que, ao morrer na cruz,
Jesus destruiu a morte e nos deu a Vida Eterna.”
Portanto
celebramos hoje a vitória de Cristo através de sua entrega à morte e morte de
cruz.
Santo Inácio de
Loyola nos recomenda, em seus Exercícios Espirituais, que optemos por
acompanharmos o Cristo padecente, para então depois conhecermos o Cristo
glorioso. Segundo Inácio, na paixão está também o Cristo glorioso, mas
encoberto por sua humanidade.
Inácio
acrescenta que é seguindo o Cristo que nos redime com sua cruz, que chegamos ao
conhecimento interno do Cristo Amor que se entrega por nós todos, pela
Humanidade.
Ainda dentro do
espírito inaciano, o fundador dos jesuítas fala em duas bandeiras, a do bem e a
do mal. A do mal nos leva a optar pelo dinheiro, pelo poder, pelo prazer,
enquanto a do bem nos leva ao abandono amoroso nas mãos do Pai, aceitando a
pobreza, os sofrimentos, o sair de si mesmo e o se colocar dependentemente nas
mãos do Pai.
Ainda citando o
Papa Bento XVI, ele nos diz que “Deus desarma nosso egoísmo com a lógica do
amor.
Do mesmo modo
que pela cruz Jesus retomou a caminhada do Homem Feliz, Livre, que o pecado
havia roubado ao capturá-lo, pela cruz, pelo não às facilidades escravizantes,
o cristão, com a graça de Deus, irá realizar-se. Toda a nossa vida deve passar
pela cruz, para que seja autêntica, plena, realizadora, feliz!”
Exaltação da
Santa Cruz não é exaltação do sofrimento, mas da obediência a Deus, da
submissão do Homem à lógica do Amor e não ao pragmatismo e à supremacia do
racional, do humanamente razoável. É necessário, em nossa vida, deixar espaço
para Deus agir e tê-lo como Senhor. É necessário confiar n’Ele, absolutamente
n’Ele. Somente assim seremos homens, seres criados à imagem de Deus, à imagem
do Eterno e não imitações de divindade.
Fonte: radiovaticana.va news.va Ilustração: franciscanismovar.blogspot.com.br
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