25º Domingo do Tempo Comum
Mais uma vez a
liturgia nos corrige quando dizemos que aquelas coisas boas que nos acontecem
ou com os nossos amigos, são consequências dos méritos a que fizemos jus. Do
mesmo modo, quando ocorre algum acontecimento infausto, perguntamos o que
fizemos para recebermos tal castigo. Por outro lado, se isso acontece com
alguém que não nos é simpático, comentamos que essa pessoa deve ter aprontado
e, por isso, recebe essa punição.
Vivamos a justiça de Deus |
Toda essa
maneira de pensar está errada e não é cristã. O Cristianismo trabalha com a
gratuidade, isto é, com a ação de Deus, e Deus é Pai, é Amor. Deus nos ama não
por aquilo de bom que fizemos e nem nos deixa de amar pelas coisas erradas que
praticamos. O Amor ama por amar e, mesmo vendo nossas culpas, continua nos
amando. Essa é a grande eterna verdade. Somos amados gratuitamente por Deus!
Quando Deus nos
criou não existíamos, Ele nos amou primeiro sem nenhum mérito nosso. E assim
continua, porque Ele é Deus!
Isso nos diz
Isaías na primeira leitura: “Meus pensamentos não são como vossos pensamentos e
meus caminhos não são como os vossos caminhos, diz o Senhor!” (Is 55, 8)
Essa idéia é
retomada e referendada por Jesus com a parábola do patrão generoso. O patrão dá
a mesma quantia como pagamento tanto aos que começaram pela manhã, quanto aos
que foram contratados no final do dia. Ao ouvir as reclamações dos que se
achavam mais cheios de méritos que outros, ele responde: “Por acaso não tenho o
direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja,
porque estou sendo bom?” (Mt 20,15)
A justiça do
Reino de Deus é dar a cada um o de que precisa para viver e viver abundantemente,
ainda nesta terra.
Não faz parte da
justiça de Deus a realidade na qual alguns que não trabalham tanto ganham
quantias enormes, e outros que trabalham muito como empregadas domésticas, como
professores de escola média, e como outros profissionais ganham insuficiente
para uma vida decente.
Todos são filhos
de Deus e a igualdade deve acontecer já nesta vida, e não apenas na outra. O
amor deverá superar todas as desigualdades e fazer justiça a todos, isto é,
todos deverão ter o necessário para uma vida tranquila com direito ao que
precisam. Está errado e não é justo alguns terem tanto e outros, nem o
necessário para sobreviver. (CAS)
Fonte: radiovaticana.va
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