a ecologia integral nasce da conversão que exige o Evangelho
Na catequese
desta quarta-feira (19/11), o Papa Leão XIV refletiu sobre a espiritualidade
pascal diante dos desafios ecológicos e sociais do mundo atual: “A esperança
cristã responde aos desafios que toda a humanidade enfrenta, fazendo uma pausa
no jardim onde o Crucifixo foi colocado como semente, para ressurgir e dar
muitos frutos,” afirmou.
Na catequese desta quarta-feira, 19 de novembro, o Papa Leão XIV prosseguiu o ciclo “Jesus Cristo, nossa esperança”, e dedicou sua reflexão sobre a espiritualidade pascal frente aos desafios ecológicos do mundo atual. A partir do encontro de Maria Madalena com o Ressuscitado, o Pontífice destacou que “os desafios não podem ser enfrentados sozinhos, e as lágrimas são um dom da vida quando purificam os nossos olhos e libertam o nosso olhar.”
O Papa sublinhou
que o Evangelho de São João situa o túmulo de Jesus num jardim, e explicou que
ali se conclui a luta entre trevas e luz e se revela a missão primordial do ser
humano: “Cultivar e guardar o jardim é a tarefa original” — tarefa que Cristo leva
à plenitude. Por isso, Madalena não estava errada ao pensar estar diante do
jardineiro: no Ressuscitado, contemplamos aquele que “faz novas todas as
coisas”.
Ecologia
integral que nasce da Páscoa do Senhor
O Papa recordou
a Laudato si’, e advertiu que a crise ambiental não se resolve com medidas
parciais: “A cultura ecológica não se pode reduzir a respostas urgentes e
parciais (...). Deve ser um olhar, uma política, um estilo de vida e uma
espiritualidade que oponham resistência,” e completou:
“O paraíso não está perdido, mas sim encontrado. A morte e a ressurreição de Jesus, portanto, são o fundamento de uma espiritualidade de ecologia integral, fora da qual as palavras da fé permanecem sem contacto com a realidade e as palavras da ciência permanecem fora do coração.”
A verdadeira
conversão transforma a história
Leão XIV
sublinhou que todo cuidado da criação passa por uma conversão espiritual. A
atitude de Maria Madalena naquela manhã de Páscoa expressa esse caminho: “Só
através de sucessivas conversões é que passamos deste vale de lágrimas para a
nova Jerusalém.”
“Essa transição,
que começa no coração e é espiritual, muda a história, compromete-nos
publicamente e ativa a solidariedade que, a partir de agora, protege as pessoas
e as criaturas da ganância dos lobos, em nome e com a força do Cordeiro
Pastor.”
Jovens, criação
e esperança
O Papa
reconheceu os muitos jovens e homens e mulheres que já escutaram o grito da
terra e dos pobres e buscam uma nova harmonia com a criação. Recordou ainda o
salmo em que “os céus proclamam a glória de Deus”, eco que ressoa por toda a
terra. E ao concluir, o Papa pediu a graça de escutar essa voz silenciosa:
“Que o Espírito
nos conceda a capacidade de ouvir a voz dos que não têm voz. Então veremos o
que os nossos olhos ainda não conseguem ver: aquele jardim, ou Paraíso, que só
podemos alcançar acolhendo e cumprindo as nossas próprias tarefas.”
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Assista:
Thulio Fonseca – Vatican News
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