promover a participação do Povo de Deus e uma liturgia digna
O Papa Leão
recebeu, no Vaticano, os participantes do Curso de Atualização para
Responsáveis Diocesanos da Pastoral Litúrgica promovido pelo Pontifício
Instituto Litúrgico Santo Anselmo. Em seu discurso, recordou que "a
Pastoral Litúrgica é responsável, em cada diocese, pela formação litúrgica
permanente do clero e dos fiéis, pela preparação aos ministérios e pelo cuidado
dos grupos litúrgicos paroquiais, dos ministrantes, leitores e cantores".
O Papa Leão XVI encontrou-se, nesta segunda-feira (17/11), na Sala do Consistório, no Vaticano, com os participantes do Curso de Atualização para Responsáveis Diocesanos da Pastoral Litúrgica promovido pelo Pontifício Instituto Litúrgico Santo Anselmo.
Em seu discurso,
o Papa sublinhou que o programa de formação que eles estão fazendo
"corresponde à dupla missão do Pontifício Instituto Litúrgico".
Conforme o desejo do Papa Bento XVI, este instituto "continua
vigorosamente seu serviço à Igreja, em plena fidelidade à tradição litúrgica e
à reforma desejada pelo Concílio Vaticano II, segundo os princípios
orientadores da Sacrosanctum Concilium e os pronunciamentos do Magistério. Por
outro lado, iniciativas como esta implementam as tarefas formativas estabelecidas
na Constituição Apostólica Veritatis Gaudium, como a de formar ministros e
fiéis para prepará-los para o seu serviço na pastoral e na liturgia".
Iniciar
percursos bíblicos e litúrgicos
Leão XIV disse
que o caloroso convite do Papa Francisco se dirige também a esse Instituto,
como ele recomendou na sua Carta Apostólica 'Desiderio desideravi': «É preciso
encontrar os canais para uma formação como estudo da liturgia: a partir do
movimento litúrgico muito tem sido feito nesse sentido, com contributos
preciosos de muitos estudiosos e instituições acadêmicas. Entretanto, é preciso
divulgar estes conhecimentos para fora do âmbito acadêmico, de modo acessível,
para que todos os fiéis cresçam num conhecimento do sentido teológico da
Liturgia […] bem como do desenvolvimento do celebrar cristão».
“De fato, nas dioceses e nas paróquias há necessidade dessa formação e é importante, onde ela não existe, iniciar percursos bíblicos e litúrgicos. O Pontifício Instituto Litúrgico poderia qualificá-los, para ajudar as Igrejas particulares e as comunidades paroquiais a se deixarem formar pela Palavra de Deus, explicando os textos do Lecionário ferial e festivo, e também para continuar uma iniciação cristã e litúrgica que ajude os fiéis a compreender, por meio dos ritos, das orações e dos sinais sensíveis, o mistério da fé que se celebra.”
Uma preparação completa dos leitores
A propósito da
formação bíblica unida à formação litúrgica, o Pontífice convidou os diretores
da pastoral litúrgica a prestarem "especial atenção aos que proclamam a
Palavra de Deus".
“Assegurem uma preparação completa dos leitores instituídos e dos que leem as Escrituras regularmente durante as celebrações. Conhecimentos bíblicos básicos, dicção clara, capacidade de cantar o salmo responsorial e compor as orações dos fiéis para a comunidade, são aspectos importantes que implementam a reforma litúrgica e promovem o crescimento da caminhada do Povo de Deus.”
De acordo com o
Papa Leão, "a formação litúrgica é um dos temas principais de todo o
percurso conciliar e pós-conciliar". "Muitos passos foram dados, mas
ainda há um longo caminho a percorrer. Não nos cansemos: retomemos com
entusiasmo as boas iniciativas inspiradas pela reforma e, ao mesmo tempo,
procuremos novos caminhos e novos métodos", sublinhou.
Promover uma
participação frutuosa do Povo de Deus
O Pontífice
recordou que "a Pastoral Litúrgica é responsável, em cada diocese,
pela formação litúrgica permanente do clero e dos fiéis, pela preparação aos
ministérios e pelo cuidado dos grupos litúrgicos paroquiais, dos ministrantes,
leitores e cantores. Trata-se de promover uma participação frutuosa do Povo de
Deus, bem como uma liturgia digna, atenta às diferentes sensibilidades e sóbria
em sua solenidade".
A seguir, o Papa falou a propósito da" promoção da Liturgia das Horas, da preocupação com a piedade popular e da atenção à dimensão festiva na construção de novas igrejas e na adaptação das já existentes". "Esses são temas que vocês abordarão durante o Curso e com os quais lidam todos os dias", disse o Papa aos participantes do Curso de Atualização para Responsáveis Diocesanos da Pastoral Litúrgica.
Uma comunidade
que cuida das celebrações
De acordo com o
Papa Leão, "em muitas paróquias, há também grupos litúrgicos, que devem
trabalhar em sinergia com a comissão diocesana. A experiência de um grupo,
mesmo pequeno, mas bem motivado, que se ocupa da preparação da liturgia é
expressão de uma comunidade que cuida de suas celebrações, as prepara, as vive
em plenitude, em acordo com o pároco".
“Desta forma, evita-se delegar tudo a ele e deixar a alguns a responsabilidade do canto, da proclamação da Palavra, da ornamentação da igreja. Com o tempo, infelizmente, alguns desses grupos foram diminuindo até desaparecerem, como se tivessem perdido sua identidade; é preciso, então, trabalhar para que este âmbito da vida da Igreja volte a ser atraente, capaz de envolver pessoas competentes ou pelo menos inclinadas a este tipo de serviço.”
Revigorar as
energias espirituais
"Como
diretores encarregados pelos bispos, vocês poderiam propor aos confrades
párocos percursos de formação para iniciar ou consolidar nas paróquias os
grupos litúrgicos, formando seus membros e oferecendo sugestões para suas
atividades", disse o Papa. "As oficinas do curso os ajudarão nesse
sentido a encontrar e experimentar formas adequadas, que poderão ser
introduzidas nas Igrejas particulares. Sua criatividade pastoral saberá então
encontrar as formas mais adequadas", sublinhou.
Leão XIV
concluiu, desejando aos participantes do curso que este percurso de formação,
em Roma, "no Ano Jubilar, além de oferecer-lhes instrumentos de
aprofundamento, revigore suas energias espirituais, para que, ao
retornarem às Igrejas locais, possam continuar com renovado ardor a ação
pastoral a serviço da liturgia".
____________________________________________________________________________________
Em discurso à
Federação Bíblica Católica, Leão XIV manifesta sua preocupação com a difusão
das Escrituras às novas gerações e pergunta: o que significa “acesso patente à
Sagrada Escritura” em nosso tempo? Como podemos facilitar esse encontro para
aqueles que nunca ouviram a Palavra de Deus ou cujas culturas permanecem
intocadas pelo Evangelho?
A difusão das
Escrituras foi o tema do discurso do Santo Padre aos membros do Comitê Diretivo
da Federação Bíblica Católica, reunidos em Roma. Leão XIV recordou os 60 anos
da Constituição Dogmática sobre a Revelação Divina, Dei Verbum, que
serão completados em 18 de novembro de 2025.
Seja no
documento conciliar, seja na constituição da Federação, ressalta-se a
importância de facilitar a todos os fiéis cristãos o acesso à Sagrada
Escritura, de modo a permitir que a Palavra de Deus se torne uma fonte dinâmica
de inspiração para todos os âmbitos da vida e da missão da Igreja no mundo de
hoje.
Nestes dias de
reflexão, o Pontífice encorajou os participantes a examinar a fidelidade
pessoal e eclesial a este mandato, que não é outra coisa senão a proclamação
do kerygma, o mistério salvífico de nosso Senhor Jesus Cristo.
Ao mesmo tempo,
"é essencial garantir a todos os fiéis um fácil acesso à Sagrada
Escritura, para que todos possam encontrar o Deus que fala, partilha o seu amor
e nos atrai para a plenitude da vida". A este respeito, Leão XIV reforçou
que as traduções das Escrituras continuam a ser indispensáveis, e agradeceu o
empenho da Federação na promoção da lectio divina e de todas as
iniciativas que incentivam a leitura frequente da Bíblia.
Todavia, o Papa
recordou que hoje em dia as novas gerações habitam novos ambientes digitais
onde a Palavra de Deus é facilmente ofuscada. Novas comunidades encontram-se
frequentemente em espaços culturais onde o Evangelho é desconhecido ou
distorcido por interesses particulares. Assim, o Santo Padre propôs dois
questionamentos: o que significa “acesso patente à Sagrada Escritura” em nosso
tempo? Como podemos facilitar esse encontro para aqueles que nunca ouviram a
Palavra de Deus ou cujas culturas permanecem intocadas pelo Evangelho?
E fez votos de
que essas perguntas inspirem nos membros do Comitê novas formas de divulgação
bíblica, capazes de abrir caminhos para as Escrituras, para que a Palavra de
Deus possa se enraizar no coração das pessoas e levar todos a viver em sua
graça.
E concluiu:
"Que a Virgem Maria, Mãe de Deus e ventre pelo qual o Verbo se fez carne,
nos ensine a arte de ouvir, nos fortaleça na obediência à sua Palavra e nos
guie para magnificar o Senhor".
Nenhum comentário:
Postar um comentário