viagem aos EUA seguindo os passos de Robert Francis Prevost
Um itinerário
aos EUA, terra natal do Pontífice, entre vozes, imagens e testemunhos sobre a
figura, a história, as raízes, as relações e a vocação daquele que, desde 8 de
maio de 2025, guia a Igreja Católica universal.
| 2025.11.10 Immagini dal documentario "Leo from Chicago" |
“Rob”, o irmão.
“Bob”, o confrade. “Robert”, o amigo, o companheiro de estudos, de piqueniques
e de manifestações pelos direitos humanos. “Prevost”, o estudante inteligente,
o missionário, o “líder” na condução de uma das ordens religiosas mais
difundidas no mundo. E, depois, “Leo”, o Papa. O Pontífice cuja eleição todos
no Peru estavam convencidos de que aconteceria, enquanto na América tinham
esperança, sim, mas acreditavam pouco, “por ser americano”.
Em sua terra
natal, Chicago (Estados Unidos), Robert Francis Prevost sempre deixou uma marca
nas pessoas que o encontraram, muito antes de se tornar Leão XIV. Mérito de um
traço humano educado, gentil, bastante reservado, não a ponto de impedi-lo de
socializar e fazer novos amigos. Como aquela vez, em Beaubien Woods, o bosque a
poucos quilômetros de sua casinha natal em Dolton, periferia de Chicago, onde
se aventurou de bicicleta com o irmão mais velho, Louis, encontrando uma gangue
de rapazes que ameaçava espancá-los.
“Rob disse:
‘Deixa que eu falo com eles’. Ele desceu, aproximou-se e, de algum modo,
acalmou-os. Ali, ficaram... Amigos”, recorda o próprio Louis, hoje morador da
Flórida e em contato todas as noites com o ilustre irmão e o irmão do meio,
John – dito Jay -, por videochamada. [“Geralmente ficamos de 15 a 20 minutos ao
celular, só para contar aquilo que estamos fazendo, o que ele está
fazendo”].
| Padre Robert no dia de sua ordenação |
Diálogo,
confronto e amizade
Uma história da
infância que não deseja demonstrar, a todo o custo, uma singuralidade daquele
que, desde 8 de maio, foi eleito Pontífice da Igreja universal, mas sim, ajudar
a descobrir uma personalidade que, desde os primeiros anos de idade, mostrou-se
propensa ao diálogo, ao confronto, à amizade. Para a amizade com confrades, com
casais e famílias, também com um pastor luterano – John Snider de Mineápolis –
que, quando não ia com ele ao cinema ver The Blues Brothers, passava os
jantares para “colocar em discussão algumas das práticas católicas”.
Todas essas
características do diálogo, do debate e da amizade, profundamente agostinianas.
Vocação que o jovem “Bob” [“Agora é Leão, mas no meu coração é sempre Bob”,
dizem todos em Chicago], abraçou nos anos de juventude e que foi o caminho
sobre o qual movimentou os seus passos durante os estudos na Villanova
University de Philadelphia e na Catholic Theological Union di
Chicago.
A “Escolha”
“Era respeitoso
tanto com homens e mulheres, da mesma maneira. Não havia dúvida de que estava
concentrado na sua vocação, mas isso incluía ter amigos muito queridos”, conta
Mary Donar-Reale, amiga de Prevost dos tempos da Villanova, colega não de
curso, mas de viagens a Washington com o Pro-life group (“Grupo
pró-vida”) para particiar da March for life ("Marcha pela
vida"), a manifestação em defesa da vida e de todos os direitos humanos.
Aqueles dos quais padre Robert se fez promotor durante seus anos no Peru, onde
escolheu partir após um trágico incidente que reduziu sua missão agostiniana
pela metade.
Um momento divisor de águas em sua vida: “Poderia ensinar no seminário ou ter uma grande atribuição em uma diocese ou em uma arquidiocese”, conta o agostoniano padre Tom MacCarthy, amigo de longa data. “Depois de ter estudado por todo aquele tempo para obter o doutorado em direito canônico, no fim, para onde foi? Aos pobres ... Aos pobres, que precisam da pregação de Jesus”.
| Prevost durante os anos de missão no Peru |
Ao serviço dos
outros
Uma escolha
fruto também dos estudos em Doutrina Social da Igreja, matéria da qual ele
sempre foi apaixonado, como recorda a irmã Dianne Bergant, religiosa
espirituosa docente do futuro Papa na CTU.
“Ouvi sempre
dizer que ele era um garoto muito devoto e que brincava de ser padre. Bem, eu
também era uma garota muito devota e brincava de ser padre. Não é raro para as
crianças que tiveram uma educação religiosa querer ser algo na Igreja. O que é
notável nele é o modo em que utilizou aquilo que lhe foi dado por Deus, pela
natureza. Como usou as decisões que tomou. Não foi levado para um pedestal, mas
se colocou a serviço de outras pessoas. Isso o tornou excepcional."
Histórias,
anedotas, relatos, entrevistas, imagens dos anos de Leão XIV nos EUA estão
todos contidos no documentário “Leo from Chicago”, uma produção do Dicastério
para a Comunicação, estreado em 10 de novembro, nos canais da Rio Vaticana –
Vatican News.
| Foto do documentário "Leo from Chicago" |
Salvatore Cernuzio - Enviado a Chicago
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