sábado, 6 de junho de 2015

Papa na missa:
"A paz é dom de Deus e fruto da justiça"

Sarajevo (RV) – O segundo compromisso da visita apostólica do Papa Francisco a Sarajevo foi no estádio Kosevo, aonde celebrou a missa, com a liturgia focalizada na paz e na justiça, em croata. João Paulo II também celebrou uma missa neste local em 13 de abril de 1997.
"Felizes os construtores da paz"
O Papa se deslocou ao estádio com o seu ‘papamóvel’, o mesmo que utiliza às 4as feiras, na Praça São Pedro. O caminho de 2 km desde a sede da Presidência é repleto de túmulos e cruzes. Os mortos, cristãos e muçulmanos, da guerra da década de 90 eram enterrados dentro da cidade, sob assédio, formando cemitérios improvisados.  
Ao longo de todo o percurso, milhares de pessoas aguardavam a passagem do Pontífice para saudá-lo de perto. Ao chegar ao estádio, Francisco deu uma volta cumprimentando e sorrindo para os 65 mil fiéis, muitos provenientes de países vizinhos. Um setor especial do público foi destinado a pessoas mutiladas e feridas na guerra. 
O Papa iniciou sua homilia partindo da liturgia do dia, em cujas leituras ressoa, várias vezes, a palavra «paz», uma palavra profética por excelência! Paz é o sonho de Deus, é o projeto de Deus para a história da humanidade. Este projeto, porém, se depara sempre com a oposição do homem e do maligno.
Também em nosso tempo, afirmou o Papa, a aspiração à paz e o compromisso de construí-la se defrontam com numerosos conflitos armados no mundo. É uma espécie de terceira guerra mundial travada «aos poucos»:
Há quem quer, deliberadamente, criar e fomentar este clima de guerra, de modo particular os que causam conflitos entre culturas e civilizações diferentes, como também aqueles que o fazem para vender armas e especular sobre as guerras. Guerra significa crianças, mulheres e idosos nos campos de refugiados; significa deslocamentos forçados; casas, estradas, fábricas destruídas e, sobretudo, tantas vidas ceifadas. Vocês são testemunhas disso aqui: quanto sofrimento, quanta destruição, quanta tribulação! Hoje, o povo de Deus eleva, novamente, seu grito contra a guerra!
Se nos reconciliarmos com Deus, seremos artesãos da paz
Neste clima de guerra, um raio de sol nasce da palavra de Jesus no Evangelho: «Felizes os construtores de paz». Trata-se de um apelo sempre atual, que vale para todas as gerações. É fácil proclamar a paz! O difícil é construí-la! A paz é um trabalho artesanal: requer paixão, paciência, experiência, tenacidade.
Felizes os que semeiam paz com as suas ações diárias, com atitudes e gestos de serviço, de fraternidade, de diálogo, de misericórdia. Estes sim, «serão chamados filhos de Deus»! A paz é um trabalho que se realiza todos os dias, passo a passo, sem cessar.
A paz é obra da justiça! Não de uma justiça clamada, teorizada, planificada, mas praticada e vivida. O apóstolo Paulo nos indica as atitudes necessárias para se construir a paz: «Revesti-vos de sentimentos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, como o Senhor fez conosco. E o Papa ponderou:
A paz é dom de Deus, não em sentido mágico, mas porque Ele, com o seu Espírito, pode imprimir estas atitudes nos nossos corações e na nossa carne, e fazer de nós verdadeiros instrumentos da sua paz. O Apóstolo diz que a paz é dom de Deus, porque é fruto da sua reconciliação conosco. Somente se o homem se deixar reconciliar com Deus poderá ser artesão da paz”.
O Pontífice concluiu sua homilia, pedindo ao Senhor a graça de um coração simples, a paciência, lutar e trabalhar pela justiça, ser misericordiosos e trabalhar pela paz, semear a paz e não guerra e discórdia. Eis o caminho que nos torna felizes e bem-aventurados. (MT/Sedoc/CM)
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                                                                                    Fonte: cnbb.org.br      news.va

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