segunda-feira, 22 de junho de 2015

Francisco:
Em nome do Senhor Jesus Cristo, perdoem-nos!”

Cidade do Vaticano (RV) – O discurso na Igreja valdense na manhã de segunda-feira (22/06) foi o último pronunciado por Francisco em Turim.
No segundo dia de viagem, o Papa deixou o Arcebispado e se dirigiu ao templo valdense, que pela primeira vez recebeu a visita de um Pontífice. Ali, foi acolhido por três pastores.
A parte central do discurso de Francisco foi o pedido de perdão feito à comunidade valdense:
“Por parte da Igreja Católica, eu lhes peço perdão pelas atitudes e os comportamentos não cristãos, até mesmo não humanos que, na história, tivemos contra vocês. Em nome do Senhor Jesus Cristo, perdoem-nos!”
Olhemos primeiro para o que nos une
O contexto das palavras do Papa foi o caminho de unidade entre os cristãos. A unidade não significa uniformidade, disse, e “aconteceu – como continua acontecendo – que os irmãos não aceitam sua diversidade e acabam fazendo guerra uns contra os outros”. Como fruto desta intolerância, foram cometidos atos de violência em nome da própria fé.
Hoje, constatou Francisco – as relações entre católicos e valdenses são sempre mais fundadas no respeito mútuo e na caridade fraterna. Entre os campos de colaboração comum, o Papa citou a evangelização e o serviço à humanidade que sofre.
“A escola dos pobres, dos últimos, daqueles que a sociedade exclui, nos aproxima do coração de Deus, que se fez pobre para nos enriquecer com a sua pobreza e, consequentemente, nos aproxima mais uns dos outros.”
Recordando que a comunhão se faz caminhando, com a contínua conversão pessoal e comunitária, o Papa concluiu:
“Queridos irmãos e irmãs, eu lhes agradeço por este encontro, que gostaria nos confirmasse um novo modo de ser uns com os outros: olhando antes de tudo para a grandeza da nossa fé comum e da nossa vida em Cristo e Espírito Santo e, somente depois, para as divergências que ainda suscitam.”
Com a visita à Igreja valdense, o Papa encerrou seus compromissos públicos em Turim. O final da manhã e o almoço de Francisco serão em companhia de seus familiares, na sede do Arcebispado, com os quais celebrará a Missa. (BF)
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Papa reencontra suas origens: 
"Um retorno à casa"

Após o histórico encontro na Igreja Valdense, o Papa Francisco dirigiu-se ao Arcebispado de Turim. A pequena multidão que aguardava na entrada foi recompensada pelo breve momento em que se abria os portões, e Bergoglio chegava para o encontro privado com familiares piemonteses. Feliz pela acolhida recebida em Turim, Francisco definiu a visita como um “retorno à casa”. E foi com este sentimento que Bergoglio visitou a Igreja de Santa Teresa, onde em 1907 casaram seus avós paternos, Giovanni Bergoglio e Rosa Vassallo e onde, em 1908, seu pai Mario foi batizado.
A visita do Papa à igreja que evoca a memória de seus antepassados – lê-se na nota da Sala de Imprensa da Santa Sé – quis salientar o valor da família a poucos meses do Sínodo. Na Igreja  o Papa rezou de modo particular pelas famílias e pelo bom êxito do Sínodo e beijou a pia batismal onde seu pai foi batizado.
Francisco celebra missa com os familiares piemonteses
A nota do Vice-Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Ciro Benedittini, informa que o Papa “ficou muito contente e satisfeito pela calorosa acolhida recebida em Turim”, acolhida que foi “bem além de suas expectativas” em todos os momentos da visita. De fato, a visita à capital do Piemonte significou para ele um retorno à casa, “onde sempre ia cada vez que viajava à Itália”.
O Pontífice disse a seus colaboradores que cada encontro foi muito importante: “com o mundo do trabalho, a família salesiana, os jovens, a comunidade de Cottolengo. Encontros que assumiram um valor particular no contexto do grande momento de oração silenciosa diante do Sudário e do encontro desta manhã com os irmãos e irmãs da Igreja Valdense. Para mim também teve um grande valor a visita à Igreja de Santa Teresa, onde se casaram meus avós paternos e foi batizado o meu pai Mario”.
A celebração da missa e almoço no Arcebispado com “seis primos acompanhados de suas famílias, 30 pessoas no total”, foi um dos últimos compromissos da visita ao norte da Itália. Os parentes do Papa vieram de Portacomaro Stazione, região de Asti, onde nasceu o avô paterno do Papa, Giovanni Bergoglio.
A avó Rosa Vassallo, por sua vez, nasceu na Ligúria, próximo à fronteira com o Piemonte, regiçao de Piana Crixia (Província de Savona e Diocese de Acqui), cresceu em Cortemilla (Província do Cuneo e Diocese de Alba), indo morar em Turim aos oito anos, onde mais tarde conheceu Giovanni, com quem se casou em 1907. Turinense de nascimento era o pai de Jorge Bergoglio, Mario, nascido em 1908 e batizado na Igreja de Santa Teresa, a poucas centenas de metros da Piazza San Carlo. Em 1918 a família voltou a Asti para residir inicialmente na Via Fontana e após no Corso Alessandria e Via Antica Zecca, onde abriram um armazém. Daqui, partiram para a Argentina em 1929. Assim como a avó Rosa, também a mulher com quem Mario Bergoglio casou em Buenos Aires – Maria Regina Sivori - tinha origens ligúrias, em Lavagna. Jorge Mario Bergoglio nasceu desta união, em 1936. 
Antes de deixar a cidade, Francisco encontrará os membros do Comitê da Exposição do Sudário, os organizadores e os financiadores da visita. Às 17h30 locais, o Papa partirá de Turim rumo a Roma. (JE)
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                                                                            Fonte: radiovaticana.va       news.va

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