Papa Francisco:
"A oração desarma a insipiência e cria diálogo
onde há conflito"
Cidade do
Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência nesta quinta-feira,
na Sala Clementina, no Vaticano, os participantes da Plenária da Congregação
para as Igrejas Orientais. A assembleia teve início nesta terça-feira.
O Santo Padre
ouviu e agradeceu a saudação do Prefeito desse organismo vaticano, Cardeal
Leonardo Sandri, manifestando sua gratidão pela cooperação que recebe desse
dicastério.
Francisco
aproveitou a audiência para renovar seu apelo aos cristãos do Oriente Médio,
que sofrem severamente as conseqüências de tensões e conflitos em andamento.
"Vivem como um pequeno rebanho, em ambientes marcados por hostilidades,
conflitos e perseguições. A Síria, Iraque, Egito e Terra Santa derramam
lágrimas", disse o pontífice acrescentando:
"O Bispo de
Roma não terá paz enquanto houver homens e mulheres, de qualquer religião,
atingidos em sua dignidade, que não possuem o necessário para a sobrevivência,
sem futuro, obrigados a condições de refugiados e deslocados. Hoje, junto com
os Pastores das Igrejas do Oriente, fazemos um apelo para que seja respeitado o
direito de todos a uma vida digna e a professar livremente sua fé. Não nos
resignamos a pensar o Oriente Médio sem os cristãos, que por dois mil anos
confessam o nome de Jesus, inseridos como cidadãos a pleno título na vida
social, cultural e religiosa das nações às quais pertencem."
O Papa sublinhou
que todo católico tem uma dívida de gratidão para com as Igrejas que vivem
nessa região:
"Com elas
podemos aprender as virtudes da paciência e perseverança na vida cotidiana, às
vezes marcada pelo esforço, pelo espírito ecumênico e inter-religioso. O
contexto geográfico, histórico e cultural em que elas vivem há séculos, as
tornou interlocutores naturais de várias outras confissões cristãs e
religiões".
O Santo Padre
pensou não somente nos cristãos, mas também em todos os povos do Oriente Médio
que sofrem, em particular, os pequenos e vulneráveis. "Continuamos a
vigiar como a sentinela bíblica, na certeza de que o Senhor não deixará faltar
a sua ajuda":
"Dirijo-me
a toda a Igreja para exortar à oração, que sabe obter do coração misericordioso
de Deus a reconciliação e a paz. A oração desarma a insipiência e cria diálogo
onde há conflito. Se for sincera e perseverante, tornará a nossa voz suave e
firme, capaz de ser ouvida até mesmo pelos líderes das nações".
O Papa dirigiu
seu pensamento à dimensão da diáspora que cresceu muito em todos os
continentes, tema da Plenária da Congregação para as Igrejas Orientais:
"Devemos fazer
todo o possível para que os auspícios conciliares sejam realizados, facilitando
o cuidado pastoral nos territórios próprios e onde as comunidades orientais se
estabeleceram há muito tempo, promovendo a comunhão e a fraternidade com as
comunidades de rito latino. Para isso, pode ser útil uma vitalidade renovada a
ser impressa nos organismos de consulta já existentes entre as Igrejas
particulares e com a Santa Sé", disse ainda o pontífice.
O Papa destacou
o reflorescimento de várias Igrejas Orientais, por longo tempo oprimidas pelos
regimes comunistas. O Santo Padre reconheceu os esforços da Plenária de
recuperar a graça do Concílio Vaticano II e do magistério sucessivo sobre o
Oriente cristão. O Papa Francisco reiterou que a variedade inspirada pelo Espírito,
não danifica a unidade, mas a serve. O Concílio nos diz que esta variedade é
necessária para a unidade.
O pensamento do
pontífice foi a Jerusalém, onde "todos nós nascemos espiritualmente",
disse ele, desejando a paz e pedindo a intercessão dos Beatos João XXIII e João
Paulo II, e da Virgem Maria.
Antes da
audiência, o Santo Padre reuniu-use com os Patriarcas e Arcebispos-mor das
Igrejas Orientais católicas, na Sala do Consistório, aos quais disse para
privilegiar a consulta sobre questões de grande importância para a Igreja em
vista de uma ação colegial e unitária.
"Ser
inseridos na comunhão de todo o Corpo de Cristo nos torna conscientes do dever
de fortalecer a união e a solidariedade entre os vários Sínodos
patriarcais", frisou o pontífice.
Depois da
audiência, o Papa almoçou na Casa Santa Marta com os participantes da Plenária
da Congregação para as Igrejas Orientais. (MJ)
Fonte: radiovaticana. news.va
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