Política, em busca do bem comum
O Papa Francisco
anunciou ao mundo nesta semana o tema da mensagem do 52ª Dia Mundial da Paz,
que será celebrado em 1° de janeiro de 2019: “A boa política está a serviço da
paz”.
"Todos nós
queremos a paz. E, mais do que ninguém, a deseja quem sofre com a sua
falta". Foi o que disse o Papa Francisco na mensagem em vídeo para as
intenções de oração do mês de novembro. "Podemos pronunciar palavras
esplêndidas - disse - mas se a paz estiver faltando no coração do homem, ela
não existirá nem mesmo no mundo". A consciência do Papa é que "com
zero de violência e 100% de ternura, poderemos construir a paz evangélica que
não exclui ninguém". Portanto, o convite a rezar juntos para que a "linguagem
do coração e do diálogo prevaleça sempre sobre a linguagem das armas".
E o Papa
Francisco anunciou ao mundo nesta semana o tema da mensagem do 52ª Dia Mundial
da Paz, que será celebrado em 1° de janeiro de 2019: “A boa política está a
serviço da paz”.
A política, a
"boa", tem um longo olhar. Ao tentar interpretar a realidade
cotidiana em que está imersa, se preocupa com o amanhã, olha para o
"futuro da vida e do planeta", pensa nos "mais jovens e nos
pequenos", se pergunta como dar respostas à sua "sede de
realização".
Compromisso para
com o bem comum
Na Mensagem para
o Dia Mundial da Paz o Papa vai à raiz do compromisso para com o bem
comum. Uma "missão" - explica - que não pode ignorar a
"salvaguarda do direito" e o incentivo" ao diálogo entre os
atores da sociedade, entre as gerações e entre as culturas".
"A boa
política está a serviço da paz" este é o tema da Mensagem cujo texto será
divulgado em breve. Um reconhecimento, melhor uma recordação, que, enquanto
enfatiza que "a responsabilidade política pertence a todos os
cidadãos", acrescenta que esse princípio se aplica "em especial
àqueles que receberam o mandato de proteger e governar". Cabe a eles, em
primeiro lugar, assumir compromissos, ações, medidas capazes de fortalecer a comunidade,
de colocar em diálogo componentes mesmo muito distantes, de trabalhar para que
se entendam. Longe de preconceitos, na fraternidade. "Não há paz, de fato,
sem confiança mútua" - ressalta o breve comentário divulgado pela Sala de
Imprensa do Vaticano no qual dá o anúncio do tema. “E a confiança tem como
primeira condição o respeito pela palavra dada”. Não às promessas vãs então,
aquelas prefiguradas já sabendo que não podem ser mantidas. Sim, a ações
capazes de envolver todos os atores sociais na construção do bem comum.
Liberdade de
escolha
"De acordo
com a sua vocação – escreveu Paulo VI em sua Carta Apostólica ‘Octogesima
adveniens’ -, o poder político deve saber como se desvincular de interesses
particulares para considerar cuidadosamente a sua responsabilidade para com o
bem de todos, superando inclusive os limites nacionais. Levar a política a
sério em seus diferentes níveis - local, regional, nacional e mundial -
significa afirmar o dever do homem, de todo homem, de reconhecer a realidade concreta
e o valor da liberdade de escolha que lhe é oferecida para tentar realizar
juntos o bem da cidade, da nação, da humanidade".
A política,
portanto, como matéria frágil e poderosa, não deve ser tratada como lugar comum
desgastado, mas deve sempre ser respeitada. Respeitada como vocação e
compromisso.
A política como
a mais alta forma de caridade, para retomar uma imagem de São Paulo VI citada
muitas vezes pelo Papa Francisco, rejeitando sem apelo, teorias, ações,
intervenções pensadas e realizadas apenas para construir muros, para fazer
prevalecer uns sobre os outros, para fortalecer as divisões culturais, sociais
e políticas. "Hoje os populismos estão na moda, r nada têm a ver com
o" popular "- repetiu o Pontífice - em 6 de outubro último: o popular
é a cultura do povo, e a cultura do povo é expressa na arte , se expressa na
festa: cada povo faz festa à sua maneira. Mas o populismo é o oposto: é o
fechamento em um modelo, "estamos fechados, estamos sozinhos" e,
quando estamos fechados, não avançamos ".
Consciência de
pertencer à mesma comunidade
A Mensagem para
o dia de 1º de janeiro de 2019, ao contrário, traz consigo as sementes boas da
comunidade que é baseada na amizade social, que valoriza as peculiaridades, que
se traduz em compromisso pessoal e coletivo para o bem de todos. "Quando o
homem é respeitado nos seus direitos - recordava São João XXIII na encíclica
‘Pacem in terris’ (1963) – brota nele o sentido do dever de respeitar os
direitos dos outros. Os direitos e os deveres do homem aumentam a consciência
de pertencer à mesma comunidade, com os outros e com Deus”. Somos, portanto,
chamados - diz a nota da Sala de Imprensa do Vaticano - "a levar e
anunciar a paz como a boa notícia de um futuro em que cada ser vivo será
considerado em sua dignidade e em seus direitos".
Trata-se de pensar em grande e especialmente no plural, de não nos limitarmos
ao hoje, mas de desenhar autênticas perspectivas de futuro, de alimentar -
escreve o Papa Francisco na Evangelii gaudium - "um diálogo autêntico que
se oriente eficazmente para curar as raízes profundas e não a aparência dos
males do nosso mundo! A política, tão denegrida - continua a Exortação
Apostólica - é uma vocação muito elevada, é uma das mais preciosas formas de
caridade, porque busca o bem comum".
Silvonei José
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Fonte: vaticannews.va
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