segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Igreja no Brasil:

CNBB lança nova edição da Bíblia


A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) está lançando uma nova tradução oficial da Bíblia que servirá de referência para a Igreja no Brasil. Como recomenda o Concílio Vaticano II, a tradução se baseia nos textos originais hebraicos, aramaicos e gregos, cotejados com a Nova Vulgata – a tradução oficial católica.
O projeto teve início em 2007, quando a coordenação de tradução e revisão, composta pelo padre Luís Henrique Eloy e Silva e os padres Ney Brasil Pereira e Johan Konings fizeram a revisão integral conjunta, enquanto os professores padre Cássio Murilo Dias e Paulo Jackson Nóbrega de Souza e a professora Maria de Lourdes Lima colaboraram em algumas partes.
Segundo a coordenação de tradução e revisão da Bíblia da CNBB, o desejo é o de proporcionar aos católicos do Brasil, uma tradução oficial da Bíblia, a ser usada nas futuras publicações oficiais da Igreja no Brasil (lecionários litúrgicos, documentos); e que sirva também de referência para que, sempre quando preciso, se possa encontrar uma tradução segura, reconhecida pelo Magistério não só da Igreja Católica no Brasil, mas do mundo.
“Seguimos de perto a nova tradução que depois do Concílio Vaticano II foi publicada, em latim, para a Igreja Católica inteira, a Nova Vulgata. Ao mesmo tempo levamos em consideração a fluência e a beleza, para que o texto possa entrar facilmente no ouvido e ser guardado no coração como alimento espiritual”, afirmou a coordenação de tradução e revisão da Bíblia da CNBB.
O texto, mais fluido que o existente em outras versões, apresenta-se simples e transparente nas narrativas, conservando toda a riqueza dos textos originais e os ecos da tradição litúrgica e espiritual através dos séculos. De acordo com a equipe de coordenação de tradução e revisão da Bíblia da CNBB essa edição se distingue da anterior, sobretudo pela maior fidelidade aos textos originais segundo as opções adotadas pela Nova Vulgata.
“Ao tomar por modelo a Nova Vulgata, não traduzimos do latim, mas dos textos originais em hebraico, aramaico e grego, segundo os mesmos critérios que tinham sido adotados para a nova tradução latina. Outro distintivo é que o texto inteiro da Bíblia foi retomado pela equipe dos três principais colaboradores, para garantir a homogeneidade da linguagem e do estilo”, afirma a coordenação.
O trabalho que levou 11 anos será oficialmente lançado no dia 21 de novembro durante a reunião do Conselho Permanente da CNBB, na sede provisória, em Brasília (DF). A partir daí estará disponível para venda no site da Editora da CNBB. A Bíblia Sagrada “deseja entrar na memória e no coração, para alimentar a oração, inspirar a meditação e orientar a prática da vida, individualmente e em comunidade, em meio a esta humanidade tão querida por Deus e tão desajeitada no seu caminhar”, diz no trecho introdutório.
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O apelo do Sínodo 2018 é que a Igreja caminhe com
os jovens, como na passagem bíblica dos discípulos de Emaús


Já no Brasil após um intenso mês em Roma onde esteve de 03 a 28/10 como relator geral da XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos deste ano, cujo tema foi: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”, o arcebispo de Brasília (DF) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Sergio da Rocha, falou sobre o que significou este momento para ele e para a Igreja no mundo.
A postura fundamental da Igreja com os jovens após o Sínodo 2018, segundo o cardeal, está na passagem dos discípulos de Emaús, texto bíblico que inspirou a estruturação do documento final. “Com a passagem de Emaús, somos chamados a reconhecer que Jesus caminha com os jovens, está presente no meio deles, em meio a tantos desafios”, afirma.
Em reunião dos secretários executivos dos 18 regionais da CNBB,
cardeal partilha o processo do Sínodo 2018. Foto: Willian Bonfim/CNBB
O documento final com três partes, 12 capítulos, 167 parágrafos, 60 páginas já foi entregue e aprovado pelo papa Francisco e aguarda tradução para o português. “Apesar da responsabilidade do relator geral, a elaboração do documento final do Sínodo é uma tarefa coletiva”, explica o religioso. Nesta missão, o cardeal contou com o trabalho de dois secretários especiais, o padre Giacomo Costa e o padre Rossano Sala, de uma Comissão de Redação, eleita no início da Assembleia, e de com um grupo grande de peritos das diversas áreas.
Para o cardeal Sergio, cumprir a missão confiada a ele pelo papa Francisco de relator geral do Sínodo 2018 foi uma graça muito grande e, ao mesmo tempo, uma oportunidade de aprender a partir da escuta, acolhida e discernimento frente a tantas questões, reflexões e propostas apresentadas no Sínodo pelos participantes dos cinco continentes. “Foi bom demais estar ainda mais perto do Papa Francisco, conviver com os bispos, padres, religiosos e leigos, representantes da Igreja no mundo inteiro e, desta vez, especialmente com os jovens”, disse.
Documento final e desafios – A primeira parte do documento final tem como título:“Caminhava com eles”. O cardeal reforça que, neste primeiro bloco, o documento pede que se considere atentamente a realidade da juventude concreta, seus valores e potencialidades, seus problemas e situações de vulnerabilidade, as diversas faces dos jovens, assim como a situação deles na Igreja local.
Plenária geral do Sínodo 2018. Foto: Vatican News
O cardeal reforça que na segunda parte do documento, cujo título é “Os olhos deles se abriram”, contempla-se a reflexão teológica sobre os jovens e o discernimento vocacional que leva a interpretar a realidade com a luz da fé. “Eles são convidados a refazerem, na comunidade, a experiência dos discípulos de Emaús, escutando a Palavra, participando da Eucaristia e da vida comunitária”, explicou.
O título da terceira parte, conforme a passagem de Emaús, é “Partiram sem demora”. “No terceiro momento, somos convidados a agir, procurando discernir, com a ajuda das propostas do Sínodo, os melhores meios para realizar a pastoral juvenil e o discernimento vocacional na Igreja local, com novo ardor missionário”, disse o religioso. O cardeal reforça que para “agir”, sem demora, é necessário definir ações comunitárias na Igreja nos vários níveis, procurando contar com os próprios jovens e, ao mesmo tempo, formar pessoas para o acompanhamento dos jovens e para a animação da pastoral juvenil com a perspectiva vocacional.
Após o encerramento da Assembleia Sinodal tem início a fase de recepção da reflexão e das propostas do Sínodo em toda a Igreja, fase que começa com as conferências episcopais de cada país e assembleia das dioceses e igrejas particulares. “O grande desafio é concretizar as indicações pastorais do Sínodo”, reforça dom Sergio.
O testemunho, segundo o presidente da CNBB, foi dado pelo próprio processo vivido pelo Sínodo: aproximar-se dos jovens para escutar, compreender, acolher e valorizar a presença deles em nossas comunidades, para compartilhar com eles a alegria do Evangelho e para ajudá-los a responder ao chamado para seguir a Cristo nas diversas vocações, sendo cristãos nos diversos ambientes da sociedade, principalmente no meio dos jovens”.
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                                                                                                                      Fonte: cnbb.org.br

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