sábado, 3 de outubro de 2015

Editorial da Rádio Vaticano neste sábado:

Sínodo, expressão da colegialidade episcopal
Cidade do Vaticano (RV) – Tem início neste domingo, 4 de outubro, com encerramento previsto para o próximo dia 25 a XIV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre o tema “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”. É a continuação da III Assembleia Geral Extraordinária realizada em outubro do ano passado. O Sínodo é a expressão “da colegialidade episcopal e das famílias”.
No Sínodo extraordinário no ano passado – palavras dos padres sinodais - tivemos um clima de liberdade, sinceridade e espírito de comunhão fraterna que caracterizou os trabalhos; assim todos puderam contribuir à reflexão. Por isso, o documento final, a Relatio Synodi, publicada após o encerramento dos trabalhos refletiu fielmente com seus matizes, os resultados dos trabalhos do Sínodo.
Rezemos pelo pleno êxito do Sínodo dos Bispos sobre a Família
O Sínodo do ano passado e o que tem início neste domingo com a Santa Missa no Vaticano, teve um espaço, um prazo, que não tem precedentes na história da instituição do Sínodo. Partindo do caminho já realizado aproveitou-se esta oportunidade especial para aprofundar as temáticas e promover o debate em nível de Conferências Episcopais, encontrando os recursos e as ferramentas necessárias para uma maior participação de todos. E isso ocorreu durante o último ano com a distribuição de um questionário que chegou às Igrejas locais solicitando às mesmas a contribuição de todos, bispos, sacerdotes, religiosos e leigos para uma maior reflexão sobre o tema da família.
Depois tivemos a publicação do Instrumentum Laboris. O documento de trabalho reporta a Relatio Synodi e integra as contribuições provenientes das respostas ao questionário que foi proposto às dioceses. O documento está dividido em três partes: a escuta dos desafios sobre a família, o discernimento da vocação familiar e a missão da família hoje.
No “Instrumentum Laboris” reafirma-se que o matrimônio é um sacramento indissolúvel, não deixando de recordar o acompanhamento que a Igreja deve fazer das situações de sofrimento através de uma atitude de misericórdia. Não são esquecidas também as situações de nulidade matrimonial.
O documento de trabalho deste Sínodo, apresenta uma atenção especial aos divorciados recasados, sendo desejada uma reflexão sobre a oportunidade de fazer cair “as formas de exclusão atualmente praticadas no campo litúrgico-pastoral, educativo e caritativo”, porque estes fiéis “não estão fora da Igreja”.
No caso particular, da comunhão eucarística aos divorciados recasados, o documento apresenta o “comum acordo” que existe sobre a hipótese de um “caminho penitencial” sob a autoridade de um bispo.
Em relação às uniões homossexuais o documento reafirma a posição contrária da Igreja, sendo, no entanto, apresentada a ideia de que cada pessoa, independentemente, da sua tendência sexual, deve ser respeitada na sua dignidade e acolhida com sensibilidade e delicadeza.
Uma fundamental referência no texto aos filhos. O Instrumentum convida a ser valorizada a importância da adoção afirmando que “a educação de um filho deve basear-se na diferença sexual, assim como a procriação”, pois esta tem o seu fundamento “no amor conjugal entre um homem e uma mulher”.
A Igreja no Brasil também está presente no Sínodo sobre a família. Cinco bispos vão representar o episcopado brasileiro: Dom Sérgio da Rocha, Arcebispo de Brasília (DF) e Presidente da CNBB; Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo (SP); Dom João Carlos Petrini, Bispo de Camaçari (BA); Dom Geraldo Lírio Rocha, Arcebispo de Mariana (MG); e o Cardeal Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo de Aparecida (SP), Presidente Delegado.
De acordo com o Arcebispo de Mariana, Dom Geraldo Lírio Rocha, as contribuições do Brasil junto ao Sínodo se darão em torno  de sua riqueza cultural, do sentido de família presente no povo brasileiro, do apreço à família, bem como das iniciativas da Igreja brasileira com relação ao tema. “Nós levamos para o Sínodo uma reflexão muito ampla e não só, mas uma prática de ação pastoral em defesa da vida e em favor da família, que se consolidou no Brasil em todas as regiões”.
Por ser um evento mundial, o Sínodo tem suas estratégias para organizar as discussões, como por exemplo, as plenárias e os grupos de trabalho. As plenárias são os principais momentos de discussão, nas quais cada país fará suas colocações e apresentará suas respectivas realidades.
Já os grupos de trabalhos serão ocasião para os bispos, divididos por idiomas, elaborarem as proposições que, ao final, do Sínodo serão apresentadas ao Papa Francisco. Os idiomas oficiais do Sínodo são: latim, inglês, italiano, francês, espanhol e o alemão.
O Sínodo não terá um documento final a ser apresentado a toda a Igreja, mas um documento que deverá ser entregue ao Santo Padre para que ele sim, em nome da Igreja, apresente uma exortação apostólica pós-sinodal.
O Sínodo não é uma espécie de parlamento, mas sim um encontro de bispos na qualidade de pastores da Igreja. Não é uma reunião de técnicos, de especialistas ou de peritos em determinada matéria, de alguma ciência. O Sínodo é um acontecimento eclesial, por isso, ele se respalda na palavra de Deus e no Magistério da Igreja, com a intercessão do Espírito Santo. Vamos rezar pelo bom êxito dos trabalhos. (Silvonei José)
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