quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Círculos Menores apresentam primeiras propostas
Cidade do Vaticano (RV) – Nesta quinta-feira (08/10), os trabalhos sinodais serão marcados ainda pelas sessões dos Círculos Menores, seja na parte da manhã, seja na parte da tarde. Ao final do dia, cada Círculo Menor deverá apresentar propostas ao texto do Instrumento de trabalho.
Sobre o conteúdo do que está sendo discutido, eis o que o disse o Arcebispo de São Paulo, Card. Odilo Pedro Scherer:
“O clima está muito bom. Os círculos menores reúnem os participantes por afinidade de línguas. Portanto, as pessoas se encontram muito mais à vontade para falar na sua própria língua e também para poder intervir quantas vezes quiserem sobre as questão que estão sendo postas. O trabalho é levado avante com bastante método. Estamos trabalhando sobre a primeira parte do Instrumento Laboris e esta primeira parte contempla as problemáticas da famílias. No método seria o “ver” (do método ver, julgar e agir, ndr). Portanto, os desafios da famílias para a evangelização.”
Situações que complicam a vida da família
“O que se destaca e vai se destacando são esses desafios sobre os quais se falou no passado. Portanto, nesta primeira parte continua sendo colocado o foco nas várias questões que, de alguma forma, complicam a vida da família, que deterioram a sua vida. O Sínodo tenta olhar a realidade da família no seu amplo espectro. Por exemplo, no nosso grupo se falava das questões várias que podem onerar as famílias e que devem ser encaradas com espírito novo.
Dia será de círculos menores
Por exemplo, o desafio da velhice, do fim da vida, o desafio da viuvez ou do abandono das pessoas que são deixadas sozinhas por um casamento rompido, ou pela prole que não cuida. Ou, quando não tem prole, pessoas que chegam na idade avançada e estão sozinhas. Mas também o desafio das situações onde tem drogados, por exemplo, ou uma pessoa com deficiência, onde tem por exemplo situações de homossexualismo, como os pais cuidam e tratam disso, como a família encara isso. Tem as situações que podem criar tensões, como o casamento mistos e inter-religiosos, quando começa a ter tensão e briga, de um que puxa para uma religião e outro que puxa para outra. E como é que fica, no caso, a educação dos filhos no meio dessa briga que, às vezes, se estabelece entre os casais por uma questão religiosa. Então de fato existe um raio, um espectro muito amplo de situações desafiadores da família que devem ser encaradas de forma humana, cristã e a partir daquilo que constitui o núcleo básico da família, que é o amor, a ternura e o afeto.”
Propostas
O Cardeal Odilo Scherer explicou que nesta quinta-feira continuam os Círculos Menores:
“No final do dia, cada Círculo Menor deve ter uma série de propostas, emendas ao texto do Instrumento de trabalho. E essas emendas elaboradas, votadas nos círculos menores, vão ser apresentadas no grande plenário através da Comissão que está encarregada de elaborar o texto.” (SP/BF)
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Sínodo reflete também sobre tema do diaconato feminino

“A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”: este é o tema que norteia a XIV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, em andamento no Vaticano, cujos trabalhos se concentram, neste momento, nos Círculos menores.
Conduzida pelo diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, a coletiva desta quinta-feira teve como convidados, na qualidade de relatores e membros dos Círculos menores, o arcebispo de Ancona-Osimo (Itália), Cardeal Edoardo Menichelli; o arcebispo de Acra (Gana), Dom Charles Palmer-Buckle; e o Patriarca de Antioquia dos Sírios, Dom Ignatius Youssif III Younan, o qual lançou um apelo: “O Ocidente não esqueça os cristãos do Oriente Médio”.
“Estamos realmente preocupados e alarmados com a situação das comunidades cristãs no Oriente Médio e, sobretudo, com as provações catastróficas a que as famílias são submetidas, divididas porque fazem de tudo para sair do inferno em que vivem na Síria e no Iraque.”
Foi o dramático apelo lançado pelo Patriarca Younan. “Deploramos o fato de não conseguirmos convencer as novas gerações a permanecer onde o cristianismo teve suas origens.”
Trabalhos intensos pela Família
E reiterou: “Temos centenas de pessoas reféns dos terroristas islâmicos, é um fenômeno catastrófico de longa duração.
O apelo é feito no sentido de trazer a voz dos perseguidos, sobretudo, para o Ocidente, porque – ressaltou o patriarca – “nos sentimos esquecidos e traídos pela Europa e EUA”. E concluiu: “Trazemos a nossa voz aos potentes a fim de que a situação mude”.
“Não estamos aqui para frear ninguém, mas para propor aquilo que sentimos acerca da família e para o bem da Igreja”, acrescentou, por sua vez, o arcebispo ganense, Dom Palmer-Buckle. Na África, explicou, “há um conceito alargado de família e nós queremos ver como manter vivos os valores e as alegrias de tal família alargada”.
“O futuro da família é a missão da Igreja”, reiterou o arcebispo de Acra, sobretudo no continente africano, onde a Igreja católica está crescendo muito rapidamente. Em seguida, o prelado assegurou: os temas do Sínodo não são somente europeus, mas da Igreja em sua universalidade.
Por sua vez, o Cardeal Menichelli observou que este Sínodo é um Sínodo do povo, fruto da contribuição das dioceses”, afirmando que na assembleia se refletiu também sobre o tema do diaconato feminino.
O purpurado fez uma análise sobre as modalidades de trabalho nos Círculos menores:
“O clima é muito aberto, não há personalismos. Há, propriamente, esse desejo de conhecer para oferecer indicações novas, para manifestar aquele amor para com as famílias e também aquela preocupação que a Igreja muitas vezes manifesta diante de fenômenos que gostariam – entre aspas – de não nobilizar a realidade familiar.”
Por fim, respondendo à pergunta de um jornalista sobre o pronunciamento do Papa aos padres sinodais, na terça-feira, dia 6, em particular, sobre a expressão “hermenêutica conspiradora” a ele atribuída, Pe. Lombardi explicou:
“Eu não referi essa expressão, como bem sabem, saiu de outra fonte. Evidentemente, o conceito é: não devemos pensar que existam complôs. Portanto, a visão que devemos ter do Sínodo é de um processo de intercâmbio, de comunicação, que se dá de modo sereno, sincero, e não deve ser considerado guiado por interesses particulares e por tentativas de manipular ou de conduzir diferentemente daquilo que, ao invés, é o processo de busca comum, no espírito que a comunidade eclesial deve fazer.” (RL)
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                                                                     Fonte: radiovaticana.va     news.va

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