sábado, 10 de outubro de 2015

Cardeal Scherer:
Famílias podem aguardar palavra de orientação do Papa
Cidade do Vaticano (RV) – O Cardeal-Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, é um dos 183 Padres sinodais que debatem o futuro da família no Sínodo Ordinário dos Bispos, que chega ao final da primeira de três semanas de sessões.
Na manhã deste sábado (10/10), antes de dirigir-se para a 6ª Congregação geral, o Cardeal falou com a Rádio Vaticano. Dom Odilo está otimista em relação ao percurso sinodal e afirmou que as famílias podem aguardar uma palavra de orientação do Papa ao final do Sínodo.
Dom Odilo Scherer ao microfone
“Estou achando que o Sínodo está andando bem, bastante dinâmico, muito participativo. Embora o Sínodo seja em grande parte para ouvir, por meio dos círculos menores ele está sendo também propositivo ao formular novas questões ou enriquecer os debates já em curso, com percepções que vêm de muitas partes do mundo”.
Palavra de Francisco
“O Papa é quem vai dizer a palavra de orientação, eventualmente de afirmação, de algum ponto doutrinal ou de alguma questão específica. Sobre as questões das famílias, aquelas que estão querendo ouvir uma palavra do Papa, vão ouvir uma palavra de orientação, uma palavra que dê tranquilidade e segurança sobre como continuam as coisas na famílias”. (RB)
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Encerrada a 1ª etapa:"ver"
Participam do Sínodo 183 bispos escolhidos pelas Conferências Episcopais de cada país, 42 por inerência de funções e 45 nomeados diretamente pelo Papa. A Europa é o continente mais representado, com 107 bispos. A América tem 64, a África 54, a Ásia 36 e a Oceania nove. Também assistem algumas sessões os 24 especialistas convidados, os 51 auditores, os 14 delegados e as 18 famílias chamadas. 
Um dos participantes brasileiros é Dom Giancarlo Petrini, bispo de Camaçari, na Bahia, que até abril deste ano foi o Presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Para o bispo, o Sínodo é uma boa oportunidade para mostrar a beleza da família e do amor humano vivido em Cristo:
Francisco dirige-se à sala de reuniões
“Terminamos a primeira parte. O ponto de trabalho fundamental é o Instrumentum Laboris, que corresponde um pouco à visão da realidade a respeito da família, o clássico ‘ver’, depois o ‘julgar’ que é um pouco a luz do Evangelho, a luz de Cristo sobre a realidade da família (portanto, a vocação e a missão da família no mundo contemporâneo), e a terceira parte, que serão as questões mais pastorais, concretas – que correspondem ao ‘agir’. Nesta primeira parte, fizemos muitos acréscimos, reformas dos parágrafos do Instrumentum. Tem sido um trabalho muito bonito, num clima de grande fraternidade e concórdia. É claro que pouco a pouco vamos chegar às questões mais delicadas e certamente o Sínodo que acontece lá na Sala é diferente daquilo que às vezes é percebido pelos meios de comunicação que parecem se fixar obsessivamente em um dois pontos, como se ali se jogasse toda a sabedoria da Igreja, etc". 
"Eu acredito que uma das coisas mais importantes é utilizar bem esta oportunidade para que a família possa resplandecer em sua beleza. Durante décadas nós falhamos no sentido que recordar os deveres, as responsabilidades, os sacrifícios necessários, os preceitos a serem observados... somente os aspectos ‘de peso’. Muita gente chega à conclusão que “a família deve até ser uma coisa boa, mas pesada demais; eu não quero para mim”. Muitos jovens pensam assim nos dias de hoje. Nós falhamos no sentido que perdemos muito tempo sem mostrar a beleza do amor humano vivido em Cristo; a fidelidade pode constituir um sacrifício, mas é uma coisa bonita que um homem seja sempre fiel à sua esposa e a seus filhos e vice-versa. Não é somente um peso, é uma riqueza de uma humanidade que pode ser vivida. E assim a maternidade, a paternidade, toda a vida da família pode ser compreendida como uma beleza que exige, evidentemente, porque tudo o que é grande exige... até para ser um grande esportista há exigências – quanto mais para poder cultivar uma flor tão delicada como é a família durante a vida inteira, para que ela não seja estraçalhada, pisoteada”.  (CM)
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Sínodo inicia debates sobre “causas difíceis”
O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, afirmou que os debates da terceira parte do instrumento de trabalho do Sínodo dos Bispos tiveram início na manhã deste sábado (10/10).
Padre sinodal entra na sala de trabalhos
A terceira parte do documento, cujo título é “A missão da família hoje”, contempla temas como o matrimônio civil e convivência, separados, divorciados não recasados, divorciados recasados e famílias monoparentais, atenção pastoral às pessoas com tendência homossexual, diminuição da natalidade, entre outros.
“É somente o início de um debate que será amplamente desenvolvido e estudado nos próximos dias”, disse Padre Lombardi.
Pelo programa do Sínodo, os temas da terceira parte passarão a ser debatidos a partir de quarta-feira, durante a 9ª Congregação geral. (RB)
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                                                                     Fonte: radiovaticana.va     news.va

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