sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Técnica brasileira de vanguarda

é usada para recriar rosto de santos
Cidade do Vaticano (RV) – Ao realizar um trabalho sobre a evolução humana para o Museu de Antropologia da Universidade de Pádua, o designer Cícero Moraes não foi informado que, entre os crânios, estava aquele de um dos santos mais populares do mundo.
“Me enviaram um crânio com as seguintes informações: era um homem, de 30-40 anos, caucasiano. E, após terminar a reconstrução básica, eles me perguntaram se eu queria saber de quem era aquele rosto. Após minha afirmativa, eles confirmaram ser de Santo Antônio”.
Desde então, a técnica que passou a ser desenvolvida por Moraes junto com o especialista em odontologia Paulo Miamoto, tornou-se referência para a reconstrução facial de santos – e não somente.
“Nós estudamos muita anatomia, muita computação gráfica e também tivemos acesso a crânios de pessoas que contavam com fotografias e tomografias computadorizadas. Ao confrontar os resultados do trabalho que realizamos de modo “cego”, sem saber a origem dos crânios, obtivemos muito sucesso na aparência: o que nós reconstruímos era muito compatível com o indivíduo em vida. E, por meio destes estudos – fizemos cerca de 15 reconstruções com estas características – temos a segurança de dizer que as reconstruções têm uma precisão de 75 a 92%”.
A técnica utilizada na recriação dos rostos dos santos é a mesma empregada na reconstrução daqueles de vítimas de crimes cuja identidade é desconhecida. Portanto, tratam-se de técnicas forenses estritamente científicas. “Nós não podemos fazer nenhuma intervenção artística ou psicológica no momento da intervenção”.
Santa Rosa de Lima
Entre os trabalhos mais recentes está a revelação do rosto de Santa Rosa de Lima e de outros dois santos peruanos. Morta há mais de 400 anos, a parte o material forense, não havia nada além de uma pintura que retratasse o rosto da santa.
Rosto reconstruído de Santa Rosa de Lima
“No caso de Santa Rosa, pelo que observamos, existia um estilo na época em que foi pintado. A reconstrução que fizemos lembra a pintura, mas quando você visualiza ela de frente, o rosto é um pouco mais quadrado do que as pinturas demonstram. Quando é visualizado da lateral, é um pouco mais compatível com a pintura até porque a pintura foi feita deste ponto de vista. O resultado agradou bastante os fiéis, as pessoas gostaram muito do resultado”.
Moraes trabalha agora para finalizar o terceiro e último santo peruano.
“O São Martín de Porres já está pronto. Tivemos uma surpresa muito grande. Não imaginávamos que o resultado final ficaria tão impressionante. E o São João Macías vou começar a fazer esta semana e espero terminar até a semana que vem”.
A equipe brasileira tem novos trabalhos pela frente: em breve começará a reconstruir o rosto de um santo muito popular da região central da Itália. Em paralelo, trabalha ainda para publicar um compêndio sobre as técnicas utilizadas que poderá ser baixado gratuitamente. (RB)
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