quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da CNBB emite

posicionamento sobre crise política e drogas

Os bispos do Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reunidos em Brasília entre os dias 25 e 26 de agosto se posicionaram, através de um comunicado oficial, sobre a crise que vem atingindo o Brasil e também sobre a descriminalização do uso de drogas.
Em relação ao primeiro tema, intitulada “Nota da CNBB a favor do Brasil”, os bispos afirmam que a a população brasileira acompanha, apreensiva, a grave crise que atinge o país, procurando conhecer suas origens, resistir às suas consequências e, sobretudo, vislumbrar as soluções.
Dom Leonardo Steiner, Dom Sérgio da Rocha e Dom Murilo Krieger
“A realidade é dura e traz de volta situações que, por algum tempo, haviam diminuído significativamente como o desemprego, a inflação e a pobreza. Pagamos um alto preço pela falta de vontade política de fazer as reformas urgentes e necessárias, capazes de colocar o Brasil na rota do desenvolvimento com justiça social quais sejam as reformas política, tributária, agrária, urbana, previdenciária e do judiciário. O gasto com a dívida pública, o ajuste fiscal e outras medidas para retomada do crescimento colocam a saúde pública na UTI, comprometem a qualidade da educação, inviabilizam a segurança pública e inibem importantes conquistas sociais”, escrevem.
A CNBB entende que a corrupção que atinge a política, as relações empresariais e todos os setores da sociedade, surgem como um problema a ser enfrentado e que não pode ser tolerado.
“É urgente resgatar a credibilidade da atividade política em que seja fortalecida a cultura inclusiva e democrática, pois um ‘método que não dá liberdade às pessoas para assumir responsavelmente sua tarefa de construção da sociedade é uma chantagem’, e ‘nenhum político pode cumprir o seu papel, seu trabalho, se se encontra chantageado por atitudes de corrupção’ (Papa Francisco aos representantes da sociedade civil, no Paraguai, 11 de julho de 2015). A chantagem “é sempre corrupção”. Lamentavelmente, o cenário político brasileiro não está isento desta condenável prática”, afirmaram.
Em relação à descriminalização do uso de drogas, a Igreja no Brasil declara-se contrária a tal procedimento, ressaltando que “a dependência química representa um dos grandes problemas de saúde pública e de segurança no Brasil”.
“O uso indevido de drogas interfere gravemente na estrutura familiar e social. Está entre as causas de inúmeras doenças, de invalidez física e mental, de afastamento da vida social. A dependência que atinge, especialmente, os adolescentes e os jovens, é fator gerador da violência social, provoca no usuário alteração de consciência e de comportamento. O consumo e o tráfico de drogas são apontados como causa da maioria dos atentados contra a vida”, trouxe a carta.
Os Bispos são claros ao afirmarem que o caminho mais exigente e eficaz, a longo prazo, é a intensificação de campanhas de prevenção e combate ao uso das drogas, acompanhado de políticas públicas nos campos da educação, do emprego, da cultura, do esporte e do lazer para a juventude e a família. O Estado seja mais eficaz nas ações de combate ao tráfico de drogas.
“A liberação do consumo de drogas facilitará a circulação dos entorpecentes. Haverá mais produtos à disposição, legalizando uma cadeia de tráfico e de comércio, sem estrutura jurídica para controlá-la. O artigo 28 da Lei 11.343, ao tratar do tema, não prevê reclusão, mas a penalização com adoção de medidas de reinserção social. Constata-se que o encarceramento em massa não tem sido eficaz. É preciso desenvolver a prática da justiça restaurativa. Isso não significa menor rigor para aqueles que lucram com as drogas”, afirmaram.
Clique e confira a íntegra das notas:
A favor do Brasil            Descriminalização do uso de drogas
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                                                                             Fonte: arquidiocese-pa.org.br

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