terça-feira, 4 de agosto de 2015

Ministrantes unidos em vocação e por lenços coloridos
Cidade do Vaticano (RV) – A tarde de terça-feira (4) na Praça São Pedro é marcada por um forte calor romano, com mais de 35°C, e por uma multidão de ministrantes, provenientes de 23 países, entre eles, da Itália, França, Portugal, Hungria e até do Brasil. Cerca de 10 mil coroinhas e acólitos estão participando da Peregrinação Internacional, que acontece a cada 5 anos em Roma.
Antes do encontro com o Papa, a Praça São Pedro se uniu num grande coral colorido, com vozes entoadas por diferentes timbres e nacionalidades dos ministrantes, entre crianças, jovens e adultos. Duas horas de música, inclusive interpretadas por bandas de diversos países, numa concentração que antecipou a audiência com o Santo Padre, para as Vésperas em alemão, húngaro, francês e italiano – línguas dos grupos mais numerosos.
A fé dá cor e sentido à vida
Ao chegar na Praça, com o papa móvel em meio à multidão e levando de carona duas crianças, Papa Francisco foi recebido por coroinhas, acólitos e sacerdotes emocionados, empolgados e visivelmente recompensados pela presença do Papa Francisco na Peregrinação Internacional.
Além das Vésperas, um momento direcionado à oração e introspecção em meio a tanta festa dos ministrantes em Roma, o presidente da Organização Internacional, Dom Ladislav Nemet, se manifestou aos participantes e também ao Papa no “coração da Igreja Universal para celebrar o serviço dos ministrantes, a união com Cristo, a vocação de fazer sempre o bem”.
Na saudação de Dom Nemet ao Pontífice, um ministrante da Ucrânia foi conduzido a entregar um lenço – igual àquele que cada um usa no encontro, colorido, e que tem escrito o lema da peregrinação, extraído do profeta Isaías: “Eis-me aqui, envia-me!”.
“Os nossos ‘lenços de peregrinos’ têm cores diferentes; são coloridos como os nossos países de proveniência. Coloridos como a nossa vida nas nossas casas. Alguns de nós têm uma vida particularmente difícil. Os nossos amigos ministrantes da Ucrânia se encontram hoje a dever conviver com o terror da guerra no país deles”, explicou Dom Nemet.
Já o lenço que foi colocado no Santo Padre era branco, da cor da paz, como símbolo da união de todos os ministrantes presentes na Praça São Pedro. (AC)
..........................................................................................................................................................
Papa aos ministrantes:
Uma academia de edução na fé e na caridade
Cidade do Vaticano (RV) - Acompanhe a íntegra do discurso do Papa Francisco desta terça-feira (4), em ocasião da Peregrinação Internacional dos Ministrantes que está sendo realizada em Roma. O encontro dos 10 mil coroinhas e acólitos com o Santo Padre aconteceu na Praça São Pedro, sob um forte calor na capital italiana e durante as Vésperas, num momento direcionado à oração e introspecção dos ministrantes. 
"Queridos Ministrantes, Boa Tarde.
Agradeço a vossa presença numerosa que desafiou o sol romano de agosto. Agradeço o Bispo Dom Nemet, vosso Presidente, pelas palavras com que introduziu este encontro. Saístes de vários Países para fazer a vossa peregrinação a Roma, lugar do martírio dos Apóstolos Pedro e Paulo. É significativo ver que a proximidade e familiaridade com Jesus Eucaristia no serviço do altar, torna-se também uma oportunidade para abrir-se aos outros, para caminhar juntos, de escolher metas de compromisso e encontrar as forças para alcançá-las. É fonte de verdadeira alegria reconhecer-se pequeno e fraco, mas sabendo que, com a ajuda de Jesus, podemos ser revestidos de força e realizar uma grande viagem na vida com Ele.
Experimentai a proximidade íntima com Jesus
O profeta Isaías também descobre esta verdade, ou seja, que Deus purifica as suas intenções, perdoa os seus pecados, cura o seu coração e torna-o idôneo para realizar uma tarefa importante: levar a palavra de Deus ao povo, tornando-se instrumento da presença e da misericórdia divina. Isaías descobre que, ao colocar-se confiadamente nas mãos do Senhor, toda a sua existência se transforma.
A passagem bíblica que ouvimos fala-nos justamente sobre isso. Isaías tem uma visão, que lhe faz perceber a majestade do Senhor, mas, ao mesmo tempo, mostra-lhe como Deus, embora se revele, permanece distante.
Isaías descobre, com assombro, que é Deus quem dá o primeiro passo, não esqueçamos disso, que é Deus que dá o primeiro passo e se aproxima em primeiro lugar; Isaías percebe que a ação divina não é impedida pelas suas imperfeições pessoais, mas que somente a benevolência divina é capaz de torná-lo idôneo para a missão, transformando-o numa pessoa totalmente nova e, portanto, capaz de responder ao chamado de Deus e dizer: «Eis-me aqui, envia-me» (Is 6,8).
Hoje, sois mais afortunados do que o profeta Isaías. Na Eucaristia e nos outros sacramentos experimentais a proximidade íntima de Jesus, a doçura e a eficácia da sua presença. Não encontrais Jesus colocado num trono, alto, sublime e inalcançável, mas no pão e no vinho eucarísticos, e a sua palavra não faz vibrar os umbrais das portas, mas as cordas do coração. Assim como Isaías, cada um vós também descobre que Deus, mesmo tornando-se próximo em Jesus e inclinando-se por amor a vós, sempre permanece imensamente maior e para além da nossa capacidade de compreender a sua íntima essência. Como Isaías, vós também fazeis a experiência de que a iniciativa é sempre de Deus, pois é Ele que vos criou e desejou. É Ele quem, no batismo, tornou-vos novas criaturas e é sempre Ele que espera pacientemente pela resposta à sua iniciativa e que oferece o perdão a todos os que pedem-No humildemente.
Se não resistimos à sua ação Ele vai tocar os nossos lábios com a chama do seu amor misericordioso, como fez com o profeta Isaías, e isso nos tornará idôneos para recebê-Lo e levá-Lo aos nossos irmãos. Como Isaías, nós também somos convidados a não ficar fechados em nós mesmos, guardando a nossa fé num depósito subterrâneo ao qual acudimos nos momentos difíceis. Somos chamados, ao contrário, a compartilhar a alegria de reconhecermos-mos eleitos e salvos pela misericórdia de Deus, para sermos testemunhas de que a fé é capaz de dar nova direção aos nossos passos; que ela nos torna livres e fortes para estarmos disponíveis e idôneos para a missão (Is 6,8).
Como é bom descobrir que a fé faz-nos sair de nós mesmos, do nosso isolamento e, justamente porque somos colmados com a alegria de ser amigos de Cristo Senhor, ela nos dirige aos outros, tornando-nos naturalmente missionários!
Queridos ministrantes missionários, quanto mais estareis próximos do altar, mais vos lembrareis de conversar com Jesus na oração diária, mais vos alimentareis da Palavra e do Corpo do Senhor, e sereis muito mais capazes de ir até ao próximo, levando como dom aquilo que recebestes, dando com entusiasmo a alegria que vos foi dada.
Obrigado pela vossa disponibilidade de servir o altar do Senhor, tornando este serviço uma academia de educação na fé e na caridade ao próximo. Obrigado também por terdes começado a responder ao Senhor, como o profeta Isaías: «Eis-me aqui, envia-me»."
...........................................................................................................................
                                                                         Fonte: radiovaticana.va    news.va

Nenhum comentário:

Postar um comentário