“A chave da salvação está no nosso coração”
Cidade do Vaticano (RV) - Deus salva “corações arrependidos”, enquanto quem não confia Nele atrai a condenação. Foi o que reiterou Francisco presidindo a Missa da manhã, na Casa Santa Marta. Eis a homilia do Papa, na manhã desta terça-feira, 16.
A humildade
salva o homem aos olhos de Deus, a soberba o perde. A chave está no coração. O
do humilde é aberto, sabe se arrepender, aceitar uma correção; confia em Deus.
O do soberbo é especular, o oposto: arrogante, fechado, não conhece vergonha,
impermeável à voz de Deus. O trecho do Profeta Sofonias e o do Evangelho
sugeriram ao Papa uma reflexão em paralelo. Ambos, observou, falam do “juízo”
do qual dependem salvação e condenação.
Devemos ter um coração arrependido |
A situação é a
de uma cidade rebelde, aonde existe um grupo que se arrepende de seus pecados:
este, destacou o Papa, é o ‘povo de Deus’ que tem as três características da
‘humildade, pobreza e confiança no Senhor’. Mas na cidade há também aqueles que
‘não aceitaram a correção, não confiaram no Senhor’. Estes serão
condenados:
“Eles não podem
receber a Salvação. São fechados à Salvação. Quando vemos o santo povo de Deus
ser humilde, ter suas riquezas na fé no Senhor, estes são salvos e este é o
caminho da Igreja! Deve percorrer este caminho, e não aquele que não escuta a
voz, que não aceita a correção e não confia no Senhor”.
A cena do
Evangelho é a do contraste entre os dois filhos convidados pelo pai a trabalhar
na vinha. O primeiro se recusa, depois se arrepende e vai; o segundo diz sim ao
pai, mas na verdade o engana. Jesus conta esta história aos chefes do povo,
afirmando claramente que são eles que não quiseram escutar a voz de Deus por
meio de João e que por isso, no Reino dos céus serão superados pelos publicanos
e prostitutas. E seu escândalo, observou o Papa, é idêntico ao dos cristãos que
se sentem ‘puros’ só porque vão à missa e comungam”. Deus – afirmou o Papa –
precisa de outras coisas:
“Se o seu
coração não é um coração arrependido, se você não ouve o Senhor, não aceita a
correção e não confia Nele, você tem um coração não arrependido. Mas esses
hipócritas que se escandalizam disso que disse Jesus sobre os publicanos e as
prostitutas, depois, em segredo iam até eles ou para desafogar suas paixões ou
para fazer negócios - mas tudo em segredo - eram puros! E estes o Senhor não os
quer”.
Este julgamento,
no entanto, continua o Papa Francisco, "nos dá esperança." Desde que,
conclui, tenhamos a coragem de abrir nossos corações a Deus sem reservas, incluindo
a "lista" dos próprios pecados. E para explicar isso, o Papa recorda
a história do santo que "dava tudo ao Senhor", com extrema
generosidade:
“Escutava o
Senhor, andava sempre de acordo com a sua vontade, dava ao Senhor e o Senhor:
'Mas você não me dê uma coisa, ainda." E o pobre homem era tão bom, e
disse: "Mas, Senhor, o que eu não lhe dei? Eu lhe dei a minha vida,
trabalho pelos pobres, trabalho na catequese, trabalho aqui, trabalho lá ... '.
"Mas você algo ainda não me deu '.-' O quê, Senhor?. 'Os seus pecados'.
Quando vamos ser capazes de dizer ao Senhor: "Senhor, estes são os meus
pecados - não são daquele, daquele outro, são meus ... Eles são meus. Toma-os e
então eu serei salvo'- quando seremos capazes de fazer isso, vamos ser o belo
povo, o povo humilde e pobre", que confia no nome do Senhor. O Senhor nos
conceda esta graça”. (CM/SP)
Fonte: radiovaticana.va
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