Francisco inicia ciclo de catequeses sobre a Família
Cidade do Vaticano
(RV) – O Papa Francisco se encontrou nesta manhã de quarta-feira com milhares
de fiéis e peregrinos de todas as partes do mundo durante a Audiência Geral na
Praça São Pedro. Na sua catequese, proferida em italiano, o Santo Padre
recordou inicialmente que na semana passada ele concluiu o ciclo de catequeses
dedicado à Igreja. Nesta quarta-feira Francisco deu início a uma nova série de
catequeses, desta vez centralizada na família; um tema que se insere neste
tempo intermédio entre duas Assembleias do Sínodo dedicadas a esta “realidade
tão importante”.
Antes de dar
início este importante percurso sobre os diversos aspectos da vida familiar, o
Santo Padre voltou seu pensamento à Assembleia sinodal do último mês de outubro
que teve como tema “Os desafios pastorais da família no contexto da nova
evangelização”.
O Sínodo é um espaço para que o Espírito Santo possa agir |
Francisco
recordou que durante o Sínodo os meios de comunicação fizeram o seu trabalho
pois havia muita expectativa, muita atenção, e agradeceu-lhes porque o fizeram
muito bem. E isso foi possível graças à Sala de Imprensa, que todos os dias
realizou um “briefing”. E o Papa fez uma constatação:
“Frequentemente
a visão da mídia era um pouco no estilo das crônicas esportivas, ou políticas:
falava-se quase sempre de dois times, pró e contra, conservadores e
progressistas, etc. Hoje gostaria brevemente de contar o que foi o Sínodo”.
O Papa recordou
que pedira aos Padres sinodais para falar com franqueza e coragem e ouvir com
humildade. Após o Relatório inicial do Cardeal Erdò – disse Francisco -, houve
um momento fundamental, no qual todos os Padres puderam falar e todos ouviram.
Um momento de grande liberdade no qual cada um expôs o seu pensamento com
parrésia e com confiança. O Papa disse que na base dos discursos estava o
“Instrumento de trabalho”, fruto de consultas precedentes de toda a Igreja.
“Nenhum discurso
colocou em discussão as verdades fundamentais do Sacramento do Matrimônio: a
indissolubilidade, a unidade, a fidelidade e a abertura à vida”.
Todos os
pronunciamentos foram reunidos e assim – disse Francisco – se chegou ao segundo
momento, isto é o Relatório após as discussões, também realizado pelo Cardeal
Erdò. Era articulado em três pontos: a escuta do contexto e dos desafios da
família; o olhar fixo em Cristo e o Evangelho da família; o confronto com as
perspectivas pastorais.
Sobre esta primeira
proposta, salientou Francisco, realizaram-se as discussões nos grupos, que foi
o terceiro momento. Os grupos estavam divididos por línguas: italiano, inglês,
espanhol e francês. Cada grupo apresentou depois um relatório e todos os
relatórios depois foram publicados.
O quarto
momento: uma comissão examinou todas as sugestões que surgiram nos grupos e foi
redigido o Relatório final, que manteve o esquema precedente: “escuta da
realidade, olhar ao Evangelho e compromisso pastoral”, procurando acolher o
fruto das discussões de grupo.
“Assim foi o
desenvolvimento da Assembleia sinodal. Tudo ocorreu “cum Petro e sub Petro”,
isto é com a presença do Papa que é a garantia para todos de liberdade e de
confiança, e garantia da ortodoxia”.
Enfim, concluiu
Francisco, os documentos finais que brotaram do Sínodo são três: a Mensagem
final, o Relatório final e o discurso final do Papa.
O Relatório
final, que foi o ponto de chegada de toda a reflexão agora será enviado às
Conferências Episcopais, que vão discuti-lo em vista da próxima Assembleia,
desta vez Ordinária, em outubro de 2015.
“O Sínodo não é
um parlamento, mas um espaço protegido para que o Espírito Santo possa agir:
não houve confrontos entre facções, mas um confronto entre os Bispos, que
ocorreu após um longo trabalho de preparação e que agora prosseguirá em outro
trabalho, para o bem das famílias, da Igreja e da sociedade”. (SP)
Fonte: radiovaticana.va Banner: news.va
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