Papa:
Advento, tempo de consolar os mais frágeis
Cidade do
Vaticano (RV) – O Papa Francisco rezou na manhã de domingo, 07, a oração
mariana do Angelus e fez uma reflexão sobre a liturgia junto aos fiéis que
lotaram a Praça São Pedro para passar este momento em sua companhia. O dia
ensolarado contribuiu, e estima-se que mais de 50 mil pessoas compareceram ao
encontro.
Levem o Evangelho sempre com vocês |
Este domingo
marca a segunda etapa do Tempo do Advento, e para o Papa, “é um período
maravilhoso, que desperta em nós a espera pelo retorno de Cristo e a memória de
sua histórica vinda”.
Partindo da
mensagem de esperança lançada por Isaías ao povo no exílio, em que anunciava
que o tempo da tribulação havia acabado, pois Jesus estava para chegar, o Papa
lembrou que o povo de Israel podia finalmente olhar com confiança ao futuro,
depois de passar por tão duras provações. A tristeza e o medo dariam lugar à
alegria, porque o Senhor guiaria o seu povo no caminho da libertação e da
salvação.
“De que modo Ele
fará tudo isso?” – questionou Francisco. “Com a solicitude e a ternura de um
pastor que cuida de seu rebanho. Ele dará unidade e segurança ao rebanho, o
fará apascentar, vai reunir os animais dispersos, carregar os cordeiros nas
dobras de seu manto, especialmente os mais frágeis e fraquinhos. É assim que
Deus se comporta conosco, suas criaturas. Por isso, o Profeta convida aqueles
que o ouvem – inclusive nós, hoje – a difundir em meio ao povo esta mensagem de
esperança”.
Sejam testemunhas da misericórdia e da ternura do Senhor com todos |
O Bispo de Roma
lembrou que no entanto, não podemos ser mensageiros da consolação de Deus se
não sentirmos, antes de tudo, a alegria de ser consolados e amados por Ele. E
isto acontece especialmente quando ouvimos a sua Palavra, quando rezamos
silenciosamente diante Dele, quando o encontramos na Eucaristia ou no
sacramento do Perdão. “Levem o Evangelho sempre no bolso, na bolsa, sempre com
vocês”, improvisou.
Na prática,
prosseguiu o Papa, “hoje há tanta necessidade de pessoas que sejam testemunhas
da misericórdia e da ternura do Senhor, que chacoalha os acomodados, reanima os
que não têm confiança, acende o fogo da esperança. Nosso testemunho e consolo
podem ser importantes hoje em muitas situações, por exemplo, junto a quem está
oprimido por sofrimentos, injustiças e abusos; com aqueles que são escravos do
dinheiro, do poder, do sucesso, da mundanidade. Coitadinhos, vivem de falsas
consolações!. Todos somos chamados a consolar nossos irmãos, testemunhando que
somente Deus pode eliminar as causas dos dramas existenciais e espirituais”.
Deixem-se consolar pelo Senhor |
O Papa concluiu
o encontro reafirmando que a mensagem de Isaías fala hoje ao nosso coração para
nos dizer que Deus esquece dos nossos pecados e nos consola. Se nós nos
confiarmos a Ele com o coração humilde e arrependido, Ele abaterá os muros do
mal, preencherá as lacunas de nossas omissões, aplanará a soberba e a vaidade e
abrirá o caminho ao encontro com Ele.
Improvisando
mais uma vez, Francisco acrescentou as seguintes palavras: “É curioso, mas
muitas vezes nós temos medo da consolação, de ser consolados. Ao contrário, nos
sentimos mais seguros na tristeza e na desolação. Sabem por que? Porque na
tristeza, nós somos protagonistas; e na consolação, é o Espírito Santo o
protagonista! É Ele que nos consola, é Ele que nos dá a coragem para sairmos de
nós mesmos. É Ele que nos leva à fonte do verdadeiro consolo, ou seja, o Pai. É
esta a conversão. Por favor, deixem-se consolar pelo Senhor!”, terminou
Francisco, saudando os presentes com as mãos e com um sorriso. (CM)
Fonte: radiovaticana.va news.va
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