Papa Francisco:
É essencial a coerência entre liturgia e vida
Cidade do
Vaticano (RV) – Quarta-feira é dia do encontro semanal do Papa com os
fiéis na Praça S. Pedro, para a Audiência Geral.
Na Praça, esta
manhã, havia cerca de 15 mil peregrinos, oriundos de vários países do mundo.
Depois de saudá-los a bordo do seu papamóvel, recebendo e retribuindo o carinho
dos fiéis, o Pontífice retomou sua catequese sobre os Sacramentos.
Olhar os outros como irmãos |
Na última catequese,
Francisco falou da Eucaristia, que nos introduz na comunhão real com Jesus e o
seu mistério. Desta vez, o Papa aprofundou o aspecto da nossa relação com este
Sacramento: trata-se somente de uma parêntese da nossa vida, uma tradição
consolidada, ou realmente nos envolve e nos transforma?
O Papa sugeriu
três “indícios” para entender esta relação. O primeiro deles é o nosso modo de
olhar e de considerar os outros. Quando participamos da Missa, nos encontramos
com homens e mulheres de todo gênero: jovens, idosos, crianças, pobres e
abastados, originários do lugar ou estrangeiros, sós ou acompanhados....
Celebrando a Eucaristia, devemos então nos questionar se sentimos todas essas
pessoas como irmãos e irmãs, se somos capazes de reconhecer nelas a face de Jesus:
Mas amamos como
Jesus quer esses irmãos e irmãs mais necessitados? Em Roma, por exemplo,
vivemos tantos problemas sociais causados pela chuva, há ainda a falta de
emprego, a crise social no mundo. Eu que vou à missa, me preocupa em ajudar? De
rezar por eles? Ou me preocupa em fofocar, comentando como uma pessoa está
vestida. Não devemos fazer isso, mas nos preocupar com nossos irmãos que
necessitam.
O segundo
indício é a graça de sentir-se perdoados e prontos a perdoar. Quem celebra a
Eucaristia, explicou Francisco, não o faz porque se considera ou quer ser
melhor dos que os outros, mas o faz justamente porque se reconhece sempre
pecador e precisa da misericórdia de Deus. Naquele pão e naquele vinho que
oferecemos e em volta dos quais nos reunimos, se renova toda vez o dom do corpo
e do sangue de Cristo para a remissão dos nossos pecados, que por sua vez
alarga o nosso coração ao perdão dos irmãos e à reconciliação.
A missão brota da Eucaristia |
O último indício
vem da relação entre a celebração eucarística e a vida das nossas comunidades
cristãs. O Papa advertiu que se deve sempre levar em consideração que a
Eucaristia não é algo que nós fazemos, mas é uma ação de Cristo, em que Ele se
faz presente para nos nutrir de sua Palavra e de sua própria vida. Isso
significa que a missão e a própria identidade da Igreja brotam dali, da
Eucaristia, e dela tomam forma.
Uma celebração
pode ser impecável do ponto de vista exterior, belíssima, mas se não nos conduz
ao encontro com Jesus, corre o risco de não trazer nenhum nutrimento ao nosso
coração e à nossa vida. Ao invés, através da Eucaristia, Cristo quer entrar na
nossa existência e permeá-la com sua graça, de modo que em cada comunidade
cristã exista coerência entre liturgia e vida.
Nesse sentido,
as palavras de Jesus relatadas no Evangelho de João são fundamentais: “Quem
come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei
no último dia”.
Vivamos a
Eucaristia com espírito de fé e de oração, de perdão, de penitência, de
preocupação pelos necessitados, na certeza de que o Senhor realizará aquilo que
prometeu. (BF)
Fonte: radiovaticana.va Foto: news.va...................................................................................................................................
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