sábado, 15 de fevereiro de 2014

Leituras do 6º Domingo do Tempo Comum


1ª Leitura: Eclo 15, 16-21               Salmo: 119(118)              2ª Leitura: 1Cor 2, 6-10 
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Evangelho:  Mt 5, 17-37
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"Se a vossa justiça não for maior que a dos escribas e fariseus,
não entrareis no Reino dos Céus"
“Não penseis que vim abolir a Lei e os profetas. Não vim para abolir, mas para cumprir. Em verdade, eu vos digo: antes que o céu e a terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da Lei, sem que tudo aconteça. [...] Eu vos digo: Se vossa justiça não for maior que a dos escribas e dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus. Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Não cometerás homicídio! Quem cometer homicídio deverá responder no tribunal’. Ora, eu vos digo: todo aquele que tratar seu irmão com raiva deverá responder no tribunal; quem disser ao seu irmão ‘imbecil’ deverá responder perante o sinédrio; quem chamar seu irmão de ‘louco’ poderá ser condenado ao fogo do inferno. Portanto, quando estiveres levando a tua oferenda ao altar e ali te lembrares que teu irmão tem algo contra ti, deixa a tua oferenda diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão. Só então, vai apresentar a tua oferenda. Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto ele caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão. Em verdade, te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo. Ouvistes que foi dito: ‘Não cometerás adultério’. Ora, eu vos digo: todo aquele que olhar para uma mulher com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela em seu coração. Se teu olho direito te leva à queda, arranca-o e joga para longe de ti! De fato, é melhor perderes um de teus membros do que todo o corpo ser lançado ao inferno. Se a tua mão direita te leva à queda, corta-a e joga-a para longe de ti! De fato, é melhor perderes um de teus membros do que todo o corpo ir para o inferno. Foi dito também: ‘Quem despedir sua mulher dê-lhe um atestado de divórcio’. Ora, eu vos digo: todo aquele que despedir sua mulher – fora o caso de união ilícita – faz com que ela se torne adúltera; e quem se casa com a mulher que foi despedida comete adultério. Ouvistes também que foi dito aos antigos: ‘Não jurarás falso’, mas ‘cumprirás os teus juramentos feitos ao Senhor’. Ora, eu vos digo: não jureis de modo algum, nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o apoio dos seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do Grande Rei. Também não jures pela tua cabeça, porque não podes tornar branco ou preto um só fio de cabelo. Seja o vosso sim, sim, e o vosso não, não. O que passa disso vem do Maligno.”
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Reflexão
Depois de propor felicidade no lugar de mandamento, Jesus expõe sua posição diante da lei tradicional, a Torá. Primeiro em termos gerais, incluindo toda a Escritura na fórmula consagrada de “lei” e “profetas”. Depois, numa série de considerações sobre o mandamento de não matar (21-26), de não cometer adultério (27-30) e o divórcio (31-32) e de não jurar, Jesus fala com uma autoridade que está acima da legislação antiga. Ele pode dizer “foi dito aos antigos, mas eu vos digo”, revelando-se maior do que Moisés. Sua interpretação é autêntica porque ele cumpre a lei em sentido profundo. Jesus convida os discípulos a ultrapassarem a justiça dos letrados e fariseus, como exigência para entrarem no reino. 
Sobre o mandamento de não matar (v. 21-26), os seguidores de Jesus não podem se contentar em apenas evitar o ato do homicídio, mas precisam controlar o ódio e os insultos que levam ao homicídio. São dados dois exemplos de como abandonar o ódio: pedir desculpas (ainda que seja necessário deixar o culto para isto) e jamais permitir que uma desavença se alongue até o tribunal. Sobre o adultério e o divórcio, os seguidores de Jesus devem ultrapassar a norma para entrarem no valor do bem que a lei propõe. E sobre o juramento? Entre cristãos, a base da relação é a confiança e a sinceridade, tornando-se desnecessário o juramento.  
A lei e os profetas não deixam de existir. Mas a sua interpretação sempre pode evoluir. Para nós que cremos em Jesus, é a palavra do evangelho que dá à tradição dos antigos um sentido mais amplo e universal. O próprio Jesus passa a ser a referência fundamental do caminho para Deus, aquele que cumpre profundamente a lei, que vive a plena liberdade de filho de Deus e se faz irmão da humanidade.
A assembleia litúrgica não é constituída apenas pelos ouvintes da palavra, mas por pessoas que se comprometem em praticar a palavra. É o Espírito que nos faz reler a Escritura como Jesus fez e dispor o nosso coração a uma obediência amorosa da palavra de Deus.
 Fonte: revistadeliturgia.com.br    Banner: cnbb.org.br    Ilustração: blog.cancaonova.com
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