Consciência Negra: reflexão sobre a identidade nacional
O dia 20 de novembro, por meio da lei 10.639/2003, tornou-se o Dia Nacional da Consciência Negra. A escolha desta data é uma referência ao líder do Quilombo dos Palmares, Zumbi, morto nesse dia no ano de 1695. “A homenagem a Zumbi foi mais do que justa, pois este personagem histórico representou a luta do negro contra a escravidão no período do Brasil Colonial”, avalia o coordenador nacional da Pastoral Afro-Brasileira, Padre Jurandyr Azevedo de Araújo.
“Ele foi
morto defendendo seu povo e sua comunidade. Os quilombos representavam uma
resistência ao sistema escravista e também um forma coletiva de manutenção da
cultura africana aqui no Brasil”, afirma Pe.
Jurandyr. Zumbi recebeu, em 1996 o título de Herói nacional, e seu nome está
inscrito no Livro do Aço, no Panteão da Liberdade e da Democracia, na Praça dos
Três Poderes, em Brasília (DF).
A comemoração do Dia da Consciência Negra é um momento importante de reflexão sobre
a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional. De
acordo com Padre Jurandyr, os descendentes dos povos negros africanos
colaboraram muito com a história do país em diversos aspectos. “A abolição da escravatura, de forma
oficial, só veio em 1888. Porém, os negros sempre resistiram e lutaram contra a
opressão e as injustiças advindas da escravidão”, afirma o sacerdote.
O papa João Paulo II, durante a visita a Santo
Domingo em 1992, recordou que "A
estima e o cultivo dos vossos valores Afro-americanos, enriquecerão
infalivelmente a Igreja”. Por este motivo, a Pastoral Afro-Brasileira atua
no processo de cidadania do povo negro. A CNBB, no documento 65,
intitulado “Brasil: 500 Anos de diálogo e Esperança”, publicado em 2000, afirma que se deve
"acolher, com abertura de espírito as justas reivindicações de movimentos
- indígenas, da consciência negra, das mulheres e outros - (...) e empenhar-se
na defesa das diferenças culturais, com especial atenção às populações
afro-brasileiras e indígenas" (CNBB, Doc. 65, nº 59).
Fonte: Site da CNBB
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