Espiritualidade nota dez
Imã Maria Mildner, osu - Paraisópolis (MG) Fonte: Revista Globo Rural |
A pessoa que mergulha na vida espiritual não corta
os laços com o mundo e com outros crentes; não despreza a matéria, mas não se
prende a ela; nem sempre se supera, mas não se desespera. Ela tem graça
suficiente para sair do seu limite. (1 Co 12,9) A pessoa rica de
espiritualidade não finge santidade, nem amacia a voz, nem entorta a cabeça
para parecer meiga e santa. Foge do estereótipo e da caricatura. Não se
minimiza, mas não se supervaloriza.
Para o crente que mergulhou na contemplação de Deus
e de sua obra, o que é, é! . Tudo é encarado como realidade. Mas ele crê que há
realidades superiores àquilo que se vê e se toca. A pessoa que atingiu um adequado
grau de espiritualidade, – digamos que na escala de valores de um a dez,
tivesse chegado a cinco-, é pessoa desprendida, madura, serena, forte. A pessoa
nota zero ou nota dois em espiritualidade, agarra-se ao material, a muito
dinheiro, ao efêmero que compensa e dele faz sua finalidade precípua.
Prisioneira do prazer, mais vítima, do que
canalizador de Eros, prisioneira da gratificação e incapaz de gratuidade,
prisioneira da droga ou do sexo; prisioneira do dinheiro, do sucesso, da fama,
do ter, pessoa sem espiritualidade, na hora da escolha, escolhe-se. De vez em
quando, admite-se; escolher-se sempre é catastrófico.
Pessoa rica de espiritualidade não busca mais valia
e nem pensa nas próprias vantagens; vive mais para os outros do que para si; é
cheia e alteridade. Se alguém tiver que ser sacrificado ou sofrer, sofrem elas;
se preciso, colocam-se por último, e jamais se imaginam número um. Santidade
talvez seja isso!
Padre Zezinho
Fonte: www.padrezezinhoscj.com
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