por ocasião da Campanha da Fraternidade 2021
Realizada pela
CNBB todos os anos no tempo da Quaresma, período de 40 dias que antecede a
Páscoa, a Campanha da Fraternidade de 2021 é promovida de forma ecumênica, ou
seja, em parceria entre várias Igrejas Cristãs.
Vatican News - A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic) abriram na manhã desta Quarta-feira de Cinzas, 17 de fevereiro, a quinta edição da Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE). A abertura foi realizada de forma simbólica e virtual com a divulgação de um vídeo com pronunciamentos de representantes das Igrejas que compõem o Conic.
Neste ano, o tema
da Campanha da Fraternidade Ecumênica é “Fraternidade e Diálogo:
compromisso de amor” e o lema “Cristo é a nossa paz: do que era
dividido, fez uma unidade”, extraído da carta de São Paulo aos Efésios,
capítulo 2, versículo 14.
Realizada pela
CNBB todos os anos no tempo da Quaresma, período de 40 dias que antecede a
Páscoa, a Campanha da Fraternidade de 2021 é promovida de forma ecumênica, ou seja,
em parceria entre várias Igrejas Cristãs. A CFE 2021 quer convidar os cristãos
e pessoas de boa vontade a pensarem, avaliarem e identificarem caminhos para a
superação das polarizações e das violências que marcam o mundo atual. Tudo isso
através do diálogo amoroso e do testemunho da unidade na diversidade,
inspirados e inspiradas no amor de Cristo.
A abertura virtual
deve-se à escolha das entidades promotoras da Campanha como forma de prevenção
da Covid-19. De acordo com o bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro
(RJ) e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, a decisão foi tomada
em comum acordo com a diretoria do CONIC, “para evitar aglomeração nesse
momento em que a pandemia assume números que nos assustam”. Para dom Joel, “é
necessário dar testemunho a respeito da importância das medidas sanitárias” e,
para isso, os “recursos informáticos” disponíveis serão utilizados.
O Papa Francisco
enviou uma mensagem escrita para o início da Quaresma e da Campanha da
Fraternidade 2021.
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Eis o texto
integral:
Queridos irmãos e
irmãs do Brasil!
Com o início da
Quaresma, somos convidados a um tempo de intensa reflexão e revisão de nossas
vidas. O Senhor Jesus, que nos convida a caminhar com Ele pelo deserto rumo à
vitória pascal sobre o pecado e a morte, faz-se peregrino conosco também nestes
tempos de pandemia. Ele nos convoca e convida a orar pelos que morreram, a
bendizer pelo serviço abnegado de tantos profissionais da saúde e a estimular a
solidariedade entre as pessoas de boa vontade. Convoca-nos a cuidarmos de nós
mesmos, de nossa saúde, e a nos preocuparmos uns pelos outros, como nos ensina
na parábola do Bom Samaritano (cf. Lc 10, 25-37). Precisamos vencer a pandemia
e nós o faremos à medida em que formos capazes de superar as divisões e nos
unirmos em torno da vida. Como indiquei na recente Encíclica Fratelli tutti,
«passada a crise sanitária, a pior reação seria cair ainda mais num consumismo
febril e em novas formas de autoproteção egoísta» (n. 35). Para que isso não ocorra,
a Quaresma nos é de grande auxílio, pois nos chama à conversão através da
oração, do jejum e da esmola.
Como é tradição há
várias décadas, a Igreja no Brasil promove a Campanha da Fraternidade, como um
auxílio concreto para a vivência deste tempo de preparação para a Páscoa. Neste
ano de 2021, com o tema “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”, os fiéis
são convidados a «sentar-se a escutar o outro» e, assim, superar os obstáculos
de um mundo que é muitas vezes «um mundo surdo». De fato, quando nos dispomos
ao diálogo, estabelecemos «um paradigma de atitude receptiva, de quem supera o
narcisismo e acolhe o outro» (Ibidem, n. 48). E, na base desta renovada cultura
do diálogo está Jesus que, como ensina o lema da Campanha deste ano, «é a nossa
paz: do que era dividido fez uma unidade» (Ef 2,14).
Por outro lado, ao
promover o diálogo como compromisso de amor, a Campanha da Fraternidade lembra
que são os cristãos os primeiros a ter que dar exemplo, começando pela prática
do diálogo ecumênico. Certos de que «devemos sempre lembrar-nos de que somos
peregrinos, e peregrinamos juntos», no diálogo ecumênico podemos
verdadeiramente «abrir o coração ao companheiro de estrada sem medos nem
desconfianças, e olhar primariamente para o que procuramos: a paz no rosto do
único Deus» (Exort. Apost. Evangelii gaudium, n. 244). É, pois, motivo de
esperança, o fato de que este ano, pela quinta vez, a Campanha da Fraternidade
seja realizada com as Igrejas que fazem parte do Conselho Nacional das Igrejas
Cristãs do Brasil (CONIC).
Desse modo, os
cristãos brasileiros, na fidelidade ao único Senhor Jesus que nos deixou o
mandamento de nos amarmos uns aos outros como Ele nos amou (cf. Jo 13,34) e
partindo «do reconhecimento do valor de cada pessoa humana como criatura
chamada a ser filho ou filha de Deus, oferecem uma preciosa contribuição para a
construção da fraternidade e a defesa da justiça na sociedade» (Carta Enc.
Fratelli tutti, n. 271). A fecundidade do nosso testemunho dependerá também de
nossa capacidade de dialogar, encontrar pontos de união e os traduzir em ações
em favor da vida, de modo especial, a vida dos mais vulneráveis. Desejando a
graça de uma frutuosa Campanha da Fraternidade Ecumênica, envio a todos e cada
um a Bênção Apostólica, pedindo que nunca deixem de rezar por mim.
Roma, São João de
Latrão, 17 de fevereiro de 2021.
[Franciscus PP.]
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Assista à mensagem do Papa:
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